Na semana passada, a Editora Globo S.A., que edita a revista semanal Época, tomou um gol do atacante Edmundo Alves de Souza Neto, conhecido pelos brasileiros como Animal, apelido que ganhou graças a seu desempenho em campo e fora dele. O jogador processou a publicação nos tribunais por dano moral, desde que foi citado “como exemplo de rejeição” que seria utilizado na campanha para a presidência da República, nas eleições de 2002. Agora, segundo a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, a empresa terá que pagar 35 mil reais e ainda publicar a íntegra da decisão que reconheceu o direito à indenização de Edmundo, que hoje joga na equipe do Palmeiras.
Os advogados do jogador registraram, no processo, a nota publicada em Época, que noticiava uma possível estratégia a ser adotada pelo PSDB para enfraquecer a candidatura de Lula no enfrentamento com José Serra. O planejamento do partido, de acordo com a revista, incluiria um ataque a Lula, mostrando que ninguém muda de uma hora para outra:
“De repente, em um jogo, comete falta e aceita até a expulsão em clima de paz. Ao final da propaganda, aparece a pergunta: Você acredita que Edmundo mudou?”
Mudança de atitude
O confronto envolveu as instâncias da Justiça carioca e foi parar em Brasília. A decisão do STJ confirmou entendimento do TJ do Rio de Janeiro de que a matéria teve cunho ofensivo, pois citava…
“…o nome do jogador de futebol como exemplo de rejeição. O autor é citado como exemplo de pessoa temperamental e incapaz de mudar de comportamento, associando sua personalidade à do então candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deixando transparecer um sentimento de rejeição ao seu nome, em razão de fatos ocorridos na sua vida profissional e pessoal. É inegável a tentativa de achincalhar a imagem do autor, induzindo o leitor ao raciocínio de que o seu nome significa uma espécie de catástrofe nacional, ligado a tudo de ruim que possa a vir a acontecer no país”.
Pois bem, os juízes determinaram que o goleador Edmundo tem capacidade de mudar de atitude. Resta saber se Lula, caso reeleito, também mostrará a mesma disposição.
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Jornalista