The Economist [30/6/05] publicou artigo ironizando a influência dos reality shows sobre o governo britânico. O problema começou quando o chef Jamie Oliver mostrou na televisão que, com a verba destinada à merenda escolar pelo Estado (cerca de US$ 0,67 por refeição), era impossível servir algo apetitoso e saudável aos alunos. O departamento de Educação, constrangido, elevou a receita destinada a este fim. Pouco depois, o chanceler Gordon Brown, impressionado com a versão local de O Aprendiz, resolveu criar cursos de verão para ensinar algo de empreendedorismo a jovens entre 12 e 18 anos. A revista brinca que a oposição conservadora, incapaz de encontrar um candidato que faça frente ao trabalhista Tony Blair, deveria também aprender com a TV e selecionar seu líder em algum concurso organizado numa selva tropical – ‘preparação ideal para a vida no parlamento’.
Imprensa financeira sob novas regras
A Press Complaints Comission (PCC), entidade responsável por supervisionar a imprensa britânica, modificou a regra que obriga os profissionais de imprensa que fazem recomendações de mercado acionário a comunicarem conflitos de interesse a seus editores. Esses jornalistas terão, a partir de agora, que informar também a seus leitores sempre que eles ou seus familiares tiverem algum interesse financeiro em alguma companhia que recomendem. O diretor da PCC, Tim Toulmin, disse que o padrão de transparência é muito alto na imprensa britânica e que não espera que muitos conflitos de interesse venham à tona. No entanto, já houve no Reino Unido casos como o dos colunistas Anil Bhoyrul e James Hipwell, do Daily Mirror, que foram demitidos em 2000 e esperam julgamento porque negociavam com papéis sobre os quais escreviam. Seu editor na época, Piers Morgan, também comprou ações de uma companhia que seria recomendada por eles posteriormente, mas jura que não sabia que o fariam e doou os lucros obtidos com a operação. Informações de Chris Tryhorn [The Guardian, 29/6/05].