Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O Estado de S. Paulo

‘The Times. A Europa quer começar a regulamentar a internet pela primeira vez, introduzindo regras controversas para cobrir a televisão online. A União Européia (UE) estuda a regulamentação de áreas como gosto e decência, precisão e imparcialidade para os difusores via internet e, de modo mais geral, a redução da freqüência e da quantidade de publicidade na televisão.


As propostas devem motivar uma batalha, pois o órgão regulador da mídia da Grã-Bretanha, o Escritório de Comunicações (Ofcom, na sigla em inglês), acredita que as regras tradicionalmente estritas para a difusão não devem ser estendidas à internet. A comissária européia da Informação, Viviane Reding, apresentaria a idéia ontem como parte da maior revisão da regulamentação televisiva européia desde 1989.


São cinco ‘análises de questões’, uma das quais discute o impacto da mudança tecnológica e conclui que o ‘conteúdo audiovisual não-linear’ – os downloads televisivos – precisa ser regulamentado. Algumas das mudanças consideradas, como a inclusão de regras que governam a proteção das crianças, não deverão ser controversas, mas outras, como a obrigatoriedade de os difusores via web oferecerem direito de resposta, provavelmente terão um feroz debate.


Tim Suter, diretor do Ofcom para conteúdo e padrões, afirmou: ‘Aconteça o que acontecer, não é adequado aplicar o conjunto de regras da televisão a outra mídia. Onde for possível, devemos pensar em auto-regulamentação ou co-regulamentação, pois isso é algo que pode atingir o objetivo pretendido.’ A idéia é que qualquer site procurando lucrar com televisão – talvez fornecendo videoclipes, além de texto – poderia ser afetado. No entanto, funcionários da Comissão Européia dizem que as regras para os sites serão menos estritas do que as atualmente aplicadas à BBC.


Hoje, a televisão via internet não é regulamentada na Grã-Bretanha. Não há, portanto, ninguém com poder legal para obrigar um difusor da internet a respeitar as regras sobre precisão e imparcialidade que se aplicam a todos os outros difusores análogos e digitais.’


 


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‘Transmissões da allTV atraem brasileiros que vivem no exterior’, copyright O Estado de S. Paulo, 13/7/05


‘O canal de televisão via internet de banda larga allTV está se tornando uma alternativa de comunicação online para brasileiros que moram no exterior e não podem ou não querem gastar com o pagamento de assinaturas de TV a cabo para ter notícias do País. Resultado: a allTV acaba de fechar contrato de publicidade com a NobelTelecom, empresa de telecomunicações que oferece serviços de telefonia dos Estados Unidos para o Brasil.


O presidente da allTV, Alberto Luchetti, diz que, hoje, 38% dos que vêem o canal, de acesso gratuito no endereço www.alltv.com.br, são brasileiros residentes no exterior.


‘Há nos Estados Unidos um universo de mais de 1 milhão de brasileiros, que encontraram no canal uma opção de lazer e informação. Esse grupo se soma a outros 250 mil brasileiros residentes no Japão e as empresas estão descobrindo que esse canal fala direta e abertamente com esse público’, diz Luchetti.


É esse universo de usuários, diz, que será alvo, a partir de agora, de novos acordos publicitários que possam garantir uma programação que também seja voltada a esse público.


Criada há 3 anos, a allTV tem hoje uma grade de 52 programas, conta com 102 apresentadores e fica 24 horas no ar, das quais 14 horas com programas jornalísticos e 10 horas de lazer e entretenimento. A emissora, que entrou no ar em março de 2002, conquistou uma audiência de 400 mil visitantes diários – uma mesma pessoa pode entrar mais de uma vez -, que correspondem a 12 milhões de page-views (visitantes únicos) em um mês.


Luchetti diz que, apesar da tentação de entrar em canais de televisão a cabo com sua programação, a allTV continuará seguindo o propósito de ser a única televisão da internet brasileira. ‘Nossa opção foi criar uma mídia diferenciada, e continuaremos a perseguir esse objetivo que já começa a ganhar fôlego em outros mercados e atinge um público diferenciado, das classes A e B.’ Explica-se: para assistir ao canal é preciso ter um computador ligado em banda larga. Senão, ele perde a qualidade de som e imagem.’


 


CINE


O Globo


‘MinC libera recursos de 2004 para o cinema’, copyright O Globo, 13/7/05


‘Em junho, a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura começou enfim a liberar os recursos para a produção de cinema referentes aos editais de 2004. O montante é de R$ 4,8 milhões. No mês passado, foi paga a primeira parcela dos editais referentes a longas-metragens de baixo orçamento (os chamados BOs) e a longas-metragens documentários.


Este mês, será a vez da liberação da parcela seguinte destes dois editais e do início da liberação do dinheiro referente a curtas-metragens de ficção e documentais e de animação.


Longas de ficção têm direito a R$ 1 milhão


Os longas-metragens de baixo orçamento terão direito a R$ 1 milhão, liberado em quatro parcelas. Os 20% já liberados no mês passado se destinavam ao início dos trabalhos de pré-produção. A parcela que sai em junho é a mais gorda, de 50%, e se destina às filmagens. Só é liberada, contudo, se houver comprovação de que os contratos com equipes já foram firmados. Comprovado o término das filmagens, é liberada a parcela de 20% que se destina à finalização (pós-produção). A parcela final, de 10% do valor, é liberada apenas com apresentação da cópia final do filme.


Os longas-metragens documentários passam pelo mesmíssimo processo, com a diferença de que o valor é de apenas R$ 500 mil. Os curtas-metragens de ficção e documentais e de animação têm direito a R$ 60 mil, em três parcelas.’


 


Jaime Biaggio


‘Soluções para a vida na comunidade carente’, copyright O Globo, 13/7/05


‘Hoje, às 19h, no Centro Cultural Telemar, haverá uma exibição, com entrada franca, do documentário de 52 minutos ‘Rocinha’, um olhar sobre a favela gigante de São Conrado com a perspectiva da marca United Colors of Benetton. Produção da Colors Filmes, braço da Fabrica (centro de pesquisa em comunicação da Benetton), o filme, dirigido pelo espanhol Carlos Casas, pretende-se um registro não dos problemas de uma favela, mas das soluções que seus moradores encontram para eles.


— Sempre tive em mente que não queria falar de violência nem de tráfico — afirma Casas, diretor de criação da parte de documentários e de produção musical da Fabrica, que não mora no Brasil, mas está aqui para a exibição de hoje e conversará com a platéia após a sessão. — Não queria cair na tentação de falar do lado escuro da favela. Meu foco era o trabalho que as pessoas fazem para melhorar a vida da comunidade.


À distância, Casas encomendou aos parceiros cariocas — a produtora Giros Produções e o diretor de fotografia Batman Zavarese (que também participará do papo pós-filme de hoje) — uma lista de possíveis personagens que se encaixassem na pauta imaginada.


Rapaz paralítico que anda de skate é símbolo do filme


Surgiram da pesquisa personagens como um boxeador, o diretor do grupo de teatro da Rocinha (em cuja casa Casas viveu durante as filmagens, realizadas em 2003) e um rapaz paralítico que se locomove pela favela de skate.


— Ele passou a usar o skate como meio de locomoção e isso lhe deu força. Ele representava muito bem a força vital que os moradores dessas comunidades têm.


A divisão de música da Fabrica lançará em breve um CD com a trilha sonora do documentário, compilado pelo DJ Marlboro. O repertório, como é de se imaginar, é composto dos funks que fazem a trilha natural da vida do morro.’


 


Silvana Arantes


‘Público de cinema no Brasil cai 43%’, copyright Folha de S. Paulo, 13/7/05


‘Confirmado: o público das salas de cinema no Brasil caiu 43% em junho, em comparação com o mesmo período de 2004. O índice (em torno de 40%) havia sido previsto por Valmir Fernandes, presidente da Cinemark, maior rede de salas do país (304), em entrevista à Folha, no mês passado.


Apurado ontem pela agência de estatísticas cinematográficas Filme B, o resultado de junho confirma um semestre de declínio de espectadores e renda dos filmes no Brasil. A tendência negativa é observada no mundo todo e reforça as duas principais teses que tentam explicar o fenômeno:


1) A safra de filmes está fraca, por isso o espectador não se anima a ir ao cinema; 2) o DVD está tomando o lugar das salas.


Com apenas seis meses de observação, ninguém na indústria cinematográfica se anima a proferir um diagnóstico categórico sobre o assunto.


Mas, se a segunda suposição estiver correta, o mercado de exibição estará diante de uma mudança estrutural.


O que, sim, já se diz sem rodeios é que a situação não deve melhorar até o final deste ano, ao menos no Brasil e especialmente para o filme nacional.


‘Somos a parte mais fraca e, portanto, mais sensível do mercado. É natural que uma crise nos atinja com mais força’, diz a produtora Paula Lavigne.


Com o respaldo de um grande sucesso em 2003 -’Lisbela e o Prisioneiro’, de Guel Arraes, que obteve 3,1 milhões de espectadores-, Lavigne lançou em janeiro deste ano ‘Meu Tio Matou um Cara’, de Jorge Furtado, e se prepara para estrear no dia 7 de outubro ‘O Coronel e o Lobisomem’, de Maurício Farias, uma comédia que flerta com o fantástico.


O longa de Furtado registrou 573.773 espectadores (até junho). Com ‘O Coronel e o Lobisomem’, Lavigne não tem a expectativa de repetir a performance de ‘Lisbela e o Prisioneiro’.


O filme de Farias será lançado com 150 cópias no país. Esse número, calcula Lavigne, determina um teto de espectadores para o título abaixo dos 2 milhões.


É que, para superar essa marca, o filme teria de registrar um número de espectadores por cópia e permanecer em cartaz por um tempo muito além da média do mercado.


‘Lisbela e o Prisioneiro’ estreou com 250 cópias. Agora, os distribuidores estão mais cautelosos’, diz Lavigne, apontando a redução das expectativas do mercado como conseqüência da queda geral de público no semestre e do resultado específico do filme brasileiro neste período.


Até junho, a queda da bilheteria de filmes nacionais foi de 44%, em relação ao primeiro semestre do ano passado. Dos 17 títulos lançados neste ano, nenhum até agora se aproximou da marca dos 3 milhões de espectadores.


Esta barreira -que no Brasil significa o limiar de um grande sucesso- havia sido ultrapassada desde 2002 por sucessos como ‘Cidade de Deus’, ‘Carandiru’ e ‘Cazuza – O Tempo Não Pára’. Ou seja, o cinema brasileiro, que vinha em curva ascendente, inverteu o sinal de crescimento.


Se ‘O Coronel e o Lobisomem’ estima seu público aquém dos 2 milhões, ‘O Mistério de Irma Vap’, de Carla Camuratti, que seria outra aposta de sucesso em 2005, corre o risco de nem estrear neste ano.


O novo filme de Camuratti enfrentou dificuldades para reunir o total de seu orçamento e ainda não ficou pronto.


A diretora é considerada pioneira na ‘retomada’ do cinema brasileiro, com ‘Carlota Joaquina’, que em 1995 fez notável 1,2 milhão de espectadores. Era o ano inaugural da curva ascendente agora ameaçada.


Bruno Wainer, diretor da Lumière, que distribuirá ‘O Mistério de Irma Vap’, diz que ‘o tempo mínimo necessário à preparação do lançamento do filme está se esgotando’. A estréia do longa está prevista para 18 de novembro. Mas, sem o filme pronto, Wainer ainda não pôde começar a elaborar seu trailer, peça que considera fundamental na divulgação de ‘filmes de grande público’.


O distribuidor, que lançou ‘Cidade de Deus’ e ‘Olga’ (2004), ambos com mais de 3 milhões de espectadores, cita o exemplo da campanha do último: ‘Fizemos dois traileres de ‘Olga’, que começaram a ser exibidos em maio e permaneceram nos cinemas até a estréia do filme, em agosto’.


Wainer avalia que ‘a crise do cinema brasileiro está pintando mais dramática do que a do internacional’ e atribui esta diferença ‘aos dois anos que perdemos discutindo a Ancinav [projeto do MinC para a transformação da Agência Nacional do Cinema em Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual]’. Para o distribuidor, a situação atual ‘é a colheita do cinema depois que este governo assumiu’.’


 


FOTO


Deborah Berlinck


‘O ABC da desigualdade’, copyright O Globo, 12/7/05


‘Crianças maltrapilhas. Algumas sem sapato. Outras sem caderno ou lápis. Tem quem chegue à escola de camelo. E tem escola sem teto. O fotógrafo Sebastião Salgado percorreu o mundo e viu a realidade das escolas: como algumas crianças têm muito, e outras, muito pouco. Um dia, Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e seu amigo de 30 anos, deu a idéia de reunir tudo numa publicação. O resultado está no livro ‘O berço da desigualdade’ — com as fotos impactantes de Salgado e o texto irônico de Buarque —- que será lançado amanhã, em Paris, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


É um livro-denúncia, pelo simples choque visual das fotos do mineiro, um dos melhores fotógrafos que o mundo já produziu. Mas é também um livro que mostra a determinação — de crianças que não têm nada — de estudar. Por exemplo, crianças no Curdistão iraquiano levando lenha para a escola, para aquecer a sala de aula. Ou a menina da Bahia estudando numa mesinha, com um bebê no pé, dormindo no chão. ‘O berço da desigualdade começa no berço’, escreve Buarque.


— As fotografias de escolas que tenho no mundo representam o berço da desigualdade. Você vê o esforço incrível das crianças, por exemplo, na África, sem carteira, sentadas no chão, num pedaço de pau, aprendendo com uma atenção imensa. E vê a infraestrutura: nenhuma! É incrível — diz Salgado.


Buarque propôs o livro na época em que era ministro da Educação. Sonhava em distribuí-lo pelas escolas do Brasil. E, depois, pelo mundo.


— Era fixação dele — conta o fotógrafo.


Salgado respondeu que ia ser difícil, porque estava no meio do maior projeto fotográfico de sua vida, chamado ‘Genesis’. Vai fotografar a biodiversidade do planeta até 2011 para publicar um livro em 2012. Fotografou a cadeia de vulcões na África, as baleias na Patagônia, foi para a Antártica, e está indo agora para o Xingu. Um megaprojeto. Mas Salgado topou olhar nos seus arquivos. E ao fazer isso descobriu um tesouro:


— Não imaginei que tinha tanto. Acabei tirando mais de cem fotografias de crianças na escola, talvez em uns 30 países do mundo. Colocando as fotos juntas, deu uma seqüência muito interessante. É um corte representativo do que é a educação no mundo.


Mundo dividido por ‘Cortina de ouro’


A maioria das fotos mostra escolas em países pobres. Mas tem também crianças em escolas de países ricos. Buarque fez um texto com frases quase fotográficas sobre cada foto: máximo de quatro linhas. Salgado ficou encantado e os dois entraram fundo no projeto. Na introdução do livro, os dois falam de um mundo dividido por uma ‘cortina de ouro’ e concluem que ‘nunca foi tão desigual o tratamento dado às crianças do mundo’.


O livro está sendo lançado pela Unesco, em quatro línguas: português, inglês, espanhol e francês. Não é um livro comercial, mas Salgado está discutindo esta possibilidade também com alguns editores, para atingir o grande público. Se der certo, todos os direitos autorais de suas fotos irão para um projeto de educação ambiental que ele e sua mulher, Lélia, têm na Mata Atlântica, no Brasil. Salgado é um ambientalista engajado que já plantou 740 mil árvores na Mata Atlântica, por meio de sua ONG, o Instituto Terra.’


 


Camila Molina


‘O melhor do fotojornalismo mundial’, copyright O Estado de S. Paulo, 13/7/05


‘É uma foto triste: um incêndio na favela do Buraco Quente, na zona sul de São Paulo. Ao fundo, as chamas. No plano mais próximo, uma menina cabisbaixa – quanta tragédia em tão poucos minutos… Esse retrato do Brasil, captado em agosto do ano passado, rodou o mundo. A imagem, triste como já se disse, mas de uma bela composição, de autoria do fotógrafo do Estado José Francisco Diório – ou J.F. Diório como sempre consta em seus créditos – ganhou o chamado Oscar da fotografia. Foi premiada neste ano, na categoria notícias gerais, pela World Press Photo, instituição holandesa, sem fins lucrativos, que realiza o prestigiado concurso de fotojornalismo mundial.


A premiação de Diório não é novidade – mas deve ser sempre celebrada. Novidade é que a partir de hoje essa imagem e mais outras 198 imagens feitas por fotógrafos de todo o mundo estarão reunidas na exposição World Press Photo 2005, que será inaugurada à noite para convidados e amanhã para o público no Sesc Pompéia. A mostra, um panorama da história recente mundial, ficará em cartaz durante um mês, com entrada gratuita. Dá para saber de prontidão que algumas das imagens são mais do que curiosidades. Alguns dos registros ficarão marcados para sempre como o ataque terrorista checheno a uma escola na Rússia ou os vestígios dos desastres do tsunami no sudoeste asiático.


Aliás foi a partir desse desastre natural que surgiu a imagem ganhadora. O indiano Arko Datta fotografou no dia 28 de dezembro uma mulher indiana, deitada sobre a areia, chorando a morte de um parente (só vemos dele a ponta de seu braço e sua mão no canto da foto) causada pelo tsunami – durante segundos, ondas gigantescas arrastaram e destruíram comunidades, mataram milhares de pessoas. O segundo grande prêmio ficou para o fotógrafo baseado em Israel Shaul Schwarz, que nos mostra uma criança haitiana – menino assustado – carregando um pedaço de carne.


Mas nem só de imagens de horrores e de crueldades se faz a exposição – o fotojornalismo nos estampa na cara realidades por vezes inimagináveis pelos cantos do mundo. 2004 foi o ano das Olimpíadas na Grécia – há belas imagens desportivas, principalmente as que nos chamam pelo azul das piscinas habitadas por nadadores. Há também os retratos – ao mesmo tempo em que a atriz de origem sul-africana Charlize Theron aparece fotografada em preto-e-branco, estão os anônimos, por exemplo, uma menina órfã aidética, de vestido branco na África do Sul -; há as imagens de natureza e de arte.


‘Quando vi pela primeira vez em Lisboa, em 1998, uma exposição da World Press Photo, pensei que uma mostra desse porte deveria vir sempre para o Brasil também’, diz Martha Mamede Batalha, responsável, pela segunda vez consecutiva, pela produção da mostra de fotografia no País. No ano passado, também no Sesc Pompéia, a exposição teve uma visitação de 35 mil pessoas. ‘A partir de uma mostra como essa o visitante pode ter um panorama de como o mundo está agora e, assim, ele começa a pensar sua própria situação’, filosofa a produtora, reforçando que esta edição é especial por ter a participação de um brasileiro. Segundo Martha, sua ambição é ser a representante oficial da World Press Photo no Brasil – a World Press Photo 2005 também será apresentada em janeiro em Curitiba, no Shopping Estação, e, por enquanto, o Museu de Arte Moderna do Rio já aceitou abrigá-la, mas a produtora, que é carioca, está atrás de patrocínio para realizar a exposição em sua cidade. Vale dizer que mesmo antes da iniciativa de Martha, outras edições da mostra de fotografia já foram exibidas no Brasil – em 2001 esteve na galeria da Fiesp; em 2002, no Sesc Vila Mariana; ambas em São Paulo, por exemplo.


Para a montagem desta edição no Sesc Pompéia veio diretamente de Amsterdã Bart Choonos, membro da instituição holandesa. Como diz Martha as imagens, em grandes formatos (há reproduções de 50 x 60 cm e de 1,20m x 0,80 m) são colocadas em painéis. Não estarão agrupadas por categorias – são 10, no total (notícias principais; notícias gerais; pessoas; esporte em ação; esporte em detalhes; fatos contemporâneos; dia-a-dia; retratos; arte e entretenimento; e natureza) e há também trabalhos que se desdobram em séries. ‘Porque algumas imagens são muito fortes’, conta Martha. As fotos são mescladas, para o visitante poder recuperar seu fôlego, ir de encontro aos fatos aos poucos.


Este ano, a World Press Photo comemora seu aniversário de 50 anos – em 1955, alguns integrantes da União Holandesa de Fotojornalistas teve a idéia de criar uma competição. A última cerimônia da premiação ocorreu em fevereiro, em Amsterdã. Para se ter idéia, um júri formado por profissionais de todo o mundo analisou mais de 69 mil imagens captadas durante todo o ano de 2004 – mais números: competiram 4.266 fotógrafos de 123 países. Como diz Martha Batalha, o vencedor, Arko Datta, da Reuters, recebeu US$ 15 mil pelo primeiro lugar. Não apenas isso. Ele tem seu trabalho – como todos os outros vencedores – apreciado em todo o mundo.’


 


Folha de S. Paulo


‘Vencedor revela dimensão da dor’, copyright Folha de S. Paulo, 13/7/05


‘Passam os anos, as câmeras fotográficas ganham tecnologia de ponta, a transmissão de dados fica mais veloz e todos se tornam fotógrafos com suas câmeras digitais e incríveis celulares. Mas o que segue diferenciando o autêntico repórter-fotográfico do restante dos fotógrafos, além dessa estranha atração por lugares onde ninguém deseja estar, é o olho, ou como disse Henri Cartier-Bresson, ‘a linha de mira formada por olho, mente e coração’.


Fotografar uma catástrofe como o tsunami pode ser até fácil, dado o estrago que ela causa, mas conseguir compor com poucos elementos uma fotografia capaz de dar conta da dimensão da tragédia é apenas para olhos privilegiados como os de Arko Datta, ganhador do grande prêmio.


Sua composição revela a diferença entre um olhar que busca apenas o choque do sensacionalismo e um outro capaz de revelar a dimensão da dor por meio de apurada sensibilidade. A mulher, entre desesperada e resignada, lamenta a perda de seu parente e tem as mãos espalmadas, voltadas para os céus em gesto de contrição. Em contraponto, o fotógrafo mostra apenas o antebraço da vítima, e vemos sua mão, porém, morta. Entre os dois há uma linha diagonal que cinde a fotografia em dois campos tênues, porém distintos. Limite, não menos tênue, que delimita vida e morte, a vulnerabilidade do ser.


A natureza denunciante do fotojornalismo muitas vezes é confundida com uma licenciosidade que leva a uma estética sensacionalista. Um erro. Só a poética do olhar, mesmo na tragédia, pode nos dar o sentido do humano nas notícias e na vida como um todo.’


 


POTTER FURADO


Folha de S. Paulo


‘Loja canadense fura embargo de Harry Potter’, copyright Folha de S. Paulo, 13/7/05


‘Um supermercado canadense, perto de Vancouver, colocou à venda exemplares do sexto livro com as aventuras do bruxo Harry Potter na semana passada, furando o embargo da Raincoast Books, distribuidora da escritora J. K. Rowling no Canadá. O lançamento de ‘Harry Potter and the Half-Blood Prince’ está marcado para o próximo sábado. A distribuidora disse que cópias foram vendidas para 14 pessoas, mas que conseguiu de um tribunal um mandado judicial proibindo os compradores de revelarem a trama e obrigando-os a devolver temporariamente os livros. A Raincoast prometeu uma recompensa: depois que o embargo for suspenso, eles vão receber uma cópia em embalagem especial e folhas avulsas com autógrafos da autora.’


 


MICHAEL JACKSON


Folha de S. Paulo


‘Dívida de US$ 48 mi com grupo financeiro rende novo processo contra Jackson’, copyright Folha de S. Paulo, 13/7/05


‘Um mês após ser absolvido das acusações de pedofilia, o cantor Michael Jackson volta a ser processado, desta vez pelo grupo financeiro Prescient Acquisition, que o acusa de não pagar uma conta de US$ 48 milhões (cerca de R$ 113 milhões) por serviços de assessoria.


A ação foi aberta anteontem em um tribunal de Nova York pelo grupo, que ajudou Jackson a conseguir o refinanciamento de uma dívida de US$ 272,5 milhões que o cantor tinha com o Bank of America.


O grupo Prescient afirma que foi contratado pelo cantor em novembro do ano passado e que o ajudou a conseguir um refinanciamento de US$ 537 milhões pelo Fortress Investment Group. A quantia teria ajudado Jackson a pagar a dívida com o banco e a obter o controle total de uma empresa que possui o catálogo musical dos Beatles. Brian Oxman, advogado do astro, disse que ainda está analisando a ação contra seu cliente.’


 


PARIS HILTON


Marcelo Bartolomei


‘TV exibe vídeo erótico de Paris Hilton em pay-per-view’, copyright Folha de S. Paulo, 13/7/05


‘Depois de exibir um ‘reality show’ erótico, em que os concorrentes disputam a vaga de protagonistas de um filme pornô, a TV paga brasileira volta a investir na programação adulta com a exibição, em julho, do vídeo caseiro em que a socialite Paris Hilton, 24, aparece fazendo sexo com seu ex-namorado Rick Salomon, 37.


As cenas, gravadas em 2004, mostram na íntegra o vídeo, cujos trechos ‘vazaram’ na internet, mesmo sem autorização, porém sem causar desconforto aos protagonistas. Após o episódio, o vídeo, de 62 minutos, obteve ‘autorização’ da herdeira do grupo hoteleiro para ser comercializado.


É a primeira vez que ele estará disponível na televisão brasileira, já tendo sido exibido nos EUA e no Reino Unido, onde também está à venda em DVD e VHS.


O DVD é vendido na loja virtual Amazon.com a US$ 39,90 (cerca de R$ 93). O produto ainda não está disponível para venda no Brasil. ‘1 Night in Paris’ (um trocadilho com ‘Uma Noite com Paris’) está à venda por R$ 14 no sistema pay-per-view da TVA digital (somente para São Paulo). A estréia foi no dia 8, mas o vídeo será exibido até o início de agosto.


A operadora não contabilizou o número de vendas desde a estréia, mas informa que a permanência do filme na programação depende da demanda. Para comprar o pay-per-view, o assinante pode efetuar o pedido pelo controle remoto ou entrar em contato com a central de atendimento. É um modo de oferecer privacidade.


A decisão de trazer o filme de Paris Hilton para a TV brasileira ganhou força depois que ele foi exibido em outros países. ‘Foi um sucesso no exterior’, afirma a operadora em comunicado.


A qualidade do filme deixa a desejar. Ângulos e iluminação insuficientes para compreender o que acontece nas cenas foram os principais alvos de reclamações dos fãs da polêmica e exibida garota, que, oficialmente, já estrelou um ‘reality show’ na Fox, o ‘Simple Life’, em que lidava com tarefas rurais, como inseminar artificialmente uma vaca.


‘A qualidade do sinal é digital, porém a gravação é amadora, pois foi feita de forma caseira pelo ex-namorado’, diz a TVA, que aposta no vídeo como uma maneira de diversificar os serviços oferecidos em pay-per-view.’