O ex-porta-voz da Casa Branca Ari Fleischer lança, esta semana, um livro com sua visão sobre como a imprensa cobre o governo, informa a Editor & Publisher [22/2/05]. Segundo o material promocional da obra, os jornalistas encarregados de acompanhar os passos do presidente são parciais. ‘Mas não se trata de partidarismo político. Em vez disso, eles se concentram nos conflitos. É a natureza do corpo de imprensa da Casa Branca, independente de quem esteja no poder. Eles são mestres em se fazer de advogados do diabo, sendo capazes de assumir com paixão a posição oposta a qualquer assunto que o presidente apóie’, afirma o release do livro, intitulado Taking Heat, que aborda a eleição de 2000, os ataques terroristas de 11/9/01 e a invasão do Iraque.
Faça o que eu digo, não faça o que eu faço
Em seus editoriais, o New York Times freqüentemente ataca as empresas que fazem artimanhas para pagar menos impostos, por considerá-las ‘uma grande ameaça à cultura cívica americana’, segundo um de seus artigos a respeito. No entanto, como reporta Allan Sloan , do Washington Post [22/2/05], a New York Times Company está se beneficiando de uma parte da seção 338 do código fiscal dos EUA para deduzir do imposto parte dos US$ 410 milhões gastos na aquisição da companhia About.com. A lei permite que, ao comprar ações de uma empresa subsidiária, a Times Company fixe um preço para os ativos daquela companhia e os deduza como depreciação, como se os tivesse comprado. Como é possível tamanha incongruência por parte do jornal? ‘A política editorial do jornal não é ditada por seu setor administrativo, nem a política de negócios pela área editorial’, explica a porta-voz da companhia, Catherine Mathis. Sloan destaca que a Washington Post Company, empresa para a qual trabalha, também pode se beneficiar da seção 338 para contabilizar a compra da revista virtual Slate.