A propagação de sistemas de cobrança por conteúdo jornalístico na internet (conhecidos como “paywall” -muro de pagamento, em inglês; pronuncia-se pêi-uól) tem conseguido estabilizar a circulação dos jornais dos Estados Unidos.
De abril a setembro, a circulação diária média dos 613 principais jornais dos EUA caiu 0,2%, na comparação com igual período de 2011.
As edições dominicais de 528 jornais subiram 0,6% na mesma base de comparação.
O meio digital já representa 15,3% da circulação total dos veículos dos EUA, ante 9,8% um ano atrás.
Os dados são do último relatório do Audit Bureau of Circulations, instituto responsável por verificar a circulação de jornais dos EUA. Como circulação digital, o ABC considera aplicativos para tablets e smartphones, versões para leitores digitais, versões em PDF e acesso a websites com “paywall”.
Atualmente, mais de 300 jornais americanos adotam algum sistema de cobrança no meio digital. O número é o dobro do de um ano atrás.
No Brasil, a Folha e o “Zero Hora”, do Rio Grande do Sul, adotam o sistema de “paywall”.
A maior editora de jornais dos EUA, a Gannett, dona do “USA Today”, já implementou a cobrança digital em 49 de seus 80 jornais regionais. O objetivo é adotar o mesmo procedimento nos demais 31.
Ao mesmo tempo, muitos grupos, incluindo a Gannett e a companhia que edita o “New York Times”, estão aumentando o preço das assinaturas do jornal impresso. Mesmo com uma pequena perda de circulação, eles têm conseguido aumentar as receitas com essa estratégia.
A circulação média do “New York Times” cresceu 40% nos seis meses encerrados em setembro, na comparação com igual período de 2011. O jornal é líder em circulação no meio digital, com 896.352 leitores, cerca de 100 mil a mais do que o “Wall Street Journal”.
Mas o “Wall Street Journal” mantém a liderança quando se soma a circulação do impresso com a da versão digital (2,293 milhões).
Considerando-se apenas a circulação impressa, o jornal líder nos EUA é o “USA Today”, com 1,6 milhão de exemplares em média.