Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Os aplicativos do NYTimes para aparelhos móveis

A cada ciclo, a cobertura de uma eleição ao vivo serve de teste para o noticiário online. Neste ano, o The New York Times divulgou notícias em seus aplicativos para além do modelo rígido que tem caracterizado o formato. Designers e desenvolvedores vêm trabalhando para tornar os aplicativos do NYTimes menos um recipiente sem forma para matérias do online e do impresso e mais como uma experiência única de mídia. “Queremos que tenham a mesma natureza dinâmica que criamos com o NYTimes.com”, disse Fiona Spruill, editora responsável pelas plataformas emergentes do jornal. Isso é um desafio, quando se trabalha com um conjunto de plataformas como faz o NYTimes: iPhone, iPad, Android, Windows Phone e, mais recentemente, o Windows 8.

A maioria dos aplicativos de nóticias ainda não conseguiu integrar de maneira consistente vídeos em tempo real, mapas detalhados e outros formatos interativos numa corrente de matérias. Fiona disse que o NYTimes está trabalhando para integrar melhor os esforços de uma variedade de equipes – gráficos, notícias interativas, plataformas emergentes – “para ter a capacidade de obter resultados ao vivo em seis plataformas móveis”.

“A ideia de inserir HTML pareceria obsoleta”

Os usuários dos aplicativos do NYTimes puderam ter uma mostra dos experimentos do jornalão durante a cobertura contínua do furacão Sandy. Por meio do aplicativo, assinantes podiam ter acesso a atualizações resumidas dos prejuízos na cidade, assim como da situação de serviços em geral e do transporte. Podiam também ter acesso a funções interativas, como o rastreador de furacões e a câmera ao vivo no teto do prédio do jornal. Os comunicados ao público pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, sobre o temporal, foram divulgados ao vivo não só pelo NYTimes.com, mas também por meio dos aplicativos. Com aparelhos da Apple ou com o sistema operacional Android, os usuários podiam enviar suas fotos do furacão diretamente para o jornal.

Segundo Fiona, fazer do aplicativo uma experiência mais ativa tem sido uma prioridade há quase um ano. A ideia é que o aplicativo ofereça um fluxo constante de notícias do site, mas não “recrie o site no aplicativo”. Isso é possível por meio dos painéis de notícias ao vivo, que permitem atualizações em blogs no aplicativo. Os leitores podem pular para matérias específicas ou rolar o mouse ao longo de toda a cobertura.

A linguagem HTML é a maneira mais eficiente, em termos de tempo, de construir rapidamente experiências cruzando plataformas. “Para quem trabalha na internet há muito tempo, a ideia de inserir HTML num aplicativo pareceria obsoleta de muitas maneiras, mas é extremamente importante para nossa capacidade de reagir às notícias e fazer tudo o que fazemos”, disse Fiona.

Manter o atual número de aplicativos

Este foi um grande ano para a apresentação de aparelhos móveis no NYTimes, com a eleição, os Jogos Olímpicos e o furacão Sandy oferecendo inúmeras oportunidades para testar novas ferramentas. A audiência móvel está crescendo e Fiona informa que o jornal quer respeitar a experiência de design que os usuários aguardam em seus smartphones e tablets. O NYTimes quer combinar a aparência e sensação dos aparelhos móveis com a natureza mais aberta, constantemente atualizada, da internet ao vivo. “Queremos que pareça mais consistente dentro do aplicativo”, disse ela. “Para fazer com que se sinta como uma experiência suave, são necessários alguns ajustes, de maneira a que os usuários do aplicativo não se sintam como se estivessem sendo expulsos do NYTimes.com.”

No momento, o NYTimes está retendo uma abordagem de plataforma cruzada quando se trata de divulgar notícias em aparelhos móveis. O jornal extinguiu seu aplicativo para BlackBerry poucos meses atrás, mas Fiona disse que planeja manter o atual número de aplicativos, mesmo com a experiência do HTML5, como a do recentemente lançado aplicativo de iPad. “Num futuro previsível”, disse ela, “nosso compromisso é com ambos. Isso significa recursos e investimentos. Estou feliz pelo fato de o NYTimes estar priorizando os aparelhos móveis.” Informações de Justin Ellis [Nieman Journalism Lab, 5/11/12].