Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Imprensa precisa ouvir o outro lado

A imprensa costuma repercutir as ações dos chamados “defensores” dos animais de forma acrítica. Com meia dúzia de manifestantes pelados, por exemplo, qualquer ONG consegue espaço razoável na mídia para fazer propaganda de si mesma e qualquer dono de ONG se torna especialista em ovelhas australianas, focas canadenses ou ratos de laboratório usados em experimentos relacionados ao mal de Alzheimer.


Em junho deste ano, numa entrevista, a atriz Íris Bruzzi deixou escapar que gostava de casacos de vison. Passou a ser alvo de injúrias, teve seu espetáculo interrompido por “defensores” dos animais e acabou sendo obrigada a fazer retratação pública. A imprensa noticiou tudo sem questionar o patrulhamento ideológico sofrido pela atriz.


O outro lado


Um ou dois meses depois, Sílvia Poppovic foi acusada pelos “defensores” dos animais de incitar seus telespectadores a atirar pedras de gelo em animais barulhentos da vizinhança por causa de um comentário mal colocado em seu programa na TV Cultura. A imprensa noticiou e não questionou.


Nos últimos dias, a agência de publicidade F/Nazca preparou uma campanha para o Projeto Esperança Animal (PEA). A campanha, que é contra o uso de animais em circos, certamente ajudará a divulgar a ONG, o site da ONG e outras campanhas da ONG, entre as quais as que propõem o boicote aos produtos da Brahma e da Procter & Gamble, clientes importantes da F/Nazca.


Já está mais do que na hora de a imprensa ouvir o outro lado dessa questão. O site www.hpm.net denuncia o fanatismo dos “defensores” dos animais. Gloria Perez e Natura, vítimas preferenciais dessa gente, terão algo a dizer se forem procuradas; a Comissão de Ética no Uso de Animais da Fiocruz, também. Os “defensores” dos animais nem sempre são os mocinhos da história. A imprensa tem que abrir o olho.

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Consultor de informática, São Paulo