Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Colunista da Folha reclama do “Fora Imprensa!”


Leia abaixo os textos de quinta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 28 de setembro de 2006


ELEIÇÕES 2006
Editorial


É preciso debater


‘CONSAGRADO pelo cálculo do marketing político, o hábito dos líderes nas pesquisas eleitorais de não comparecer a debates é condenável. A tentativa de se preservar de eventuais arranhões entra em franco conflito com a disposição, democrática, de enfrentar o contraditório.


Depois de aprovada a reeleição, o argumento ganha força. Pela simples razão de que o líder nas pesquisas é com freqüência o governante de turno, o debate torna-se ocasião não apenas para discutir propostas como para sustentar as realizações da gestão que está se encerrando.


Em contexto de crise política, as razões tornam-se mais evidentes. Descontados poucos meses de calmaria, a administração petista no governo federal vem há mais de um ano enredada numa sucessão de escândalos para os quais a resposta do presidente tem deixado a desejar.


O confronto com a inquirição dos demais candidatos é um teste crucial. O eleitor tem o direito de avaliar o desempenho do presidente antes de decidir o voto -ainda mais de um presidente pouco afeito a entrevistas e historicamente avesso a contestações públicas. Seria portanto um ganho para a transparência do processo eleitoral a presença de Luiz Inácio Lula da Silva no debate de hoje à noite na TV Globo.


O tema da vez é a chamada crise do dossiê. Para além das platitudes já repetidas à exaustão sobre a necessidade de investigar o caso, faltam explicações sobre a incapacidade de cortar vínculos com a banda podre do PT. Seguem insondáveis os pontos de conexão entre a Presidência e o séquito de assessores -capazes de quase tudo para manter-se no poder- que floresce à volta do primeiro mandatário e que nem a crise do mensalão bastou para extirpar dos quadros do partido.


Mas a discussão não se encerra com a crise. É atribuição básica do candidato à reeleição, bem como de seus concorrentes, apresentar diretrizes para o mandato que se inicia em 2007. Sabe-se que não há recursos para manter o gasto público na mesma toada.


A queda nas já modestas perspectivas de crescimento econômico para este e o próximo ano não deixa dúvida: sem atacar o problema fiscal, nenhum presidente dispõe de condições para cumprir promessas. Ainda nessa semana, o Ministério do Planejamento foi pego de surpresa pela redução na arrecadação tributária e promoveu um corte de R$ 1,6 bilhão nos gastos com custeio e investimentos programados.


O combate a essa erosão orçamentária pressupõe medidas impopulares para conter a evolução das chamadas despesas correntes. Não é praxe abrir o ‘saco de maldades’ em época de eleição. Mas é impensável um debate político que ignore a discussão a respeito das saídas para o estrangulamento financeiro do Estado e a estagnação econômica. Os candidatos são suficientemente versados em eufemismos para trazer o tema à tona sem prejuízo eleitoral.


Às vésperas das eleições, privar o eleitor de elementos para elaborar um juízo ponderado é gesto que em nada contribui para o avanço da democracia no Brasil.’


Fernando Canzian


A vez do ‘Fora imprensa!’


‘EVENTUAIS suspeitos de crimes ou trambiques não são, necessariamente, incompetentes. Muitas vezes, ao contrário. Não é à toa que o presidente Lula pode se reeleger no primeiro turno no domingo, apesar de quase todos os seus homens de confiança terem sido abatidos por escândalos.


No leito da popularidade de Lula correm hoje razoáveis fundamentos econômicos obtidos nos últimos três anos. Nada extraordinário, já que o Brasil surfou no melhor contexto econômico mundial dos últimos 30 anos. Mas o governo poderia ter perdido essa chance.


Desde 2003, o país faz forte ajuste nas contas externas e tem hoje saldo positivo nas transações com o mundo. As reservas devem fechar o ano em US$ 80 bilhões, e o país terá uma dívida pública interna menor e desdolarizada. Já a dívida externa pública foi zerada.


Para o chamado povão, esse ‘economês’ se traduz, basicamente, em inflação baixa e mais comida na mesa. Com a ampliação dos programas sociais e os aumentos dos benefícios da Previdência, os pobres viram dobrar nos últimos três anos o poder de compra em relação à cesta básica. Com mais 5,7 milhões de empregos formais, isso tudo desembocou na tão falada criação da ‘renda chinesa’ em 2006.


Mas economia é uma coisa; corrupção e política, outra. Lula e o PT agora querem misturar água e vinho, como se uma boa sangria gelada pudesse embotar as suspeitas que derrubaram tanta gente.


Lula ataca o ‘partidarismo da imprensa’ e exige uma ‘cobertura republicana’. Os petistas falam em ‘golpismo’ da mídia. Principalmente depois que a gasolina do dossiê ateou fogo à campanha. O que o PT e Lula esperavam?


Que a mídia perdoasse o mensalão e o dossiê? Que não expusesse a turma de quinta que ronda o Planalto? Que aceitasse o Lula traído em nome do neo ‘rouba mas faz’?


É bom lembrar que o presidente ‘vítima’ da imprensa é o mesmo que pedia o nada republicano ‘Fora FHC!’. É o mesmo que se nega, mês após mês, a dar uma entrevista longa e decente para os grandes jornais. O mesmo que não vai a debates e que se recusa a enfrentar sabatinas. O que quer Lula agora?


O ‘Fora imprensa!’?


Antes de falar mal da mídia, o presidente deveria dispor-se a falar ‘para a mídia’. Mesmo um presidente acossado pelo caos no Iraque como George W. Bush se submete quase quinzenalmente a entrevistas coletivas desconfortáveis, mas respeitosas. Lula simplesmente não fala, não encara, não se expõe.


Pior, não se explica. Só faz isso em discursos inflamados dirigidos ‘aos seus’ ou em raríssimas e rápidas entrevistas na TV. Na reta final, criticar a mídia virou saída fácil de quem tem medo das próprias respostas -e não exatamente do calibre das perguntas.


FERNANDO CANZIAN é repórter especial da Folha.’


Otavio Frias Filho


Suspense


‘A distância entre Lula e a soma dos demais candidatos continua a se estreitar nas pesquisas. Mantida a tendência em curso, é provável que a diferença se reduza à margem de erro no domingo, sem autorizar palpites sobre segundo turno ou não.


O único ‘fato novo’ previsível até o domingo é o debate de hoje à noite na TV. Os assessores de Lula estão divididos sobre qual o risco menor: o da cautela (não ir para ser crucificado em ausência) e o da audácia (ir, correndo o perigo de algum tropeço ou altercação mais grave).


Algum incidente sempre pode haver, mas essa não tem sido a praxe. Nesses debates, é claro, não se debate nada. Ao longo das sucessivas eleições, marqueteiros dos candidatos foram acrescentando, à regulação intrusiva da Justiça Eleitoral, regras de proteção recíproca que a TV aceitou.


O resultado é que se reduziram muito as possibilidades de um candidato deixar vislumbrar, nesses encontros, algo do que pensa ou é. O suposto ‘debate’ reproduz a mesma xaropada publicitária que já entope todos os programas eleitorais dos candidatos durante o horário obrigatório no rádio e TV.


Nos países onde esses debates existem para valer, a iniciativa de transmiti-los é livre, independente do Estado. As regras são poucas, substituídas pelo discernimento de um mediador respeitado pelas partes. O essencial é submeter os antagonistas a perguntas de jornalistas independentes que podem replicar.


Goste-se ou não, o liberalismo é a ideologia dominante na nossa época. Depois de ser relegado ao museu de velharias por meio século (1930 a 1980), seus escassos apóstolos ridicularizados como passadistas, eis que o liberalismo subitamente voltou, mais triunfante que nunca, nos últimos 20 anos. É no sistema de mercado que a economia funciona melhor. Cabe ao Estado assegurar condições propícias ao mercado, tornando estimulante empreender.


Alternativas à democracia representativa logo se mostram a antecâmara de alguma ditadura em nome das massas. Até os adversários do liberalismo admitem, a contragosto, esses seus tradicionais postulados.


Quando assumem o poder (vide PSDB e PT), praticam uma política liberal temperada por compensações sociais bancadas pelo Estado, ou seja, pelo contribuinte. É o que José Guilherme Merquior chamava, já na época de Collor, de social-liberalismo. Mas ainda não surgiu um candidato que pregue o liberalismo sem meias medidas. Alckmin poderia ter sido esse candidato (não será outro o vetor de seu governo, em caso remoto de vitória), mas que marqueteiro o deixaria correr tamanho risco?


OTAVIO FRIAS FILHO é diretor de Redação da Folha’


Mari Tortato


Campanha de Requião quer quebrar sigilo de jornalistas


‘A coordenação jurídica da campanha de reeleição do governador licenciado do Paraná, Roberto Requião (PMDB), reapresentou ontem no Ministério Público do Estado um pedido de providências que inclui a quebra de sigilo telefônico de quatro jornalistas, para apurar possível vazamento de informações da investigação sobre o chamado caso Rasera.


O policial civil e ex-assessor do governo do Paraná Délcio Augusto Rasera, que está preso, é acusado de comandar uma quadrilha de arapongas que se valia de grampos telefônicos na espionagem. Até ser preso, ele trabalhava no Palácio Iguaçu.


O pedido foi protocolado na Corregedoria Geral do Ministério Público do Estado e também pleiteia quebra de sigilo dos promotores e policiais que atuam na investigação, centralizada na PIC (Promotoria de Investigações Criminais).


Por meio da assessoria de imprensa do Ministério Público, o corregedor-chefe, Ernani de Souza Cubas Filho, informou que só fará uma análise do pedido hoje. Apesar de divulgar anteontem que reapresentaria o pedido na Corregedoria, a coordenação jurídica da coligação que tem o PMDB à frente só cumpriu as exigências do órgão no final da tarde de ontem.


O objetivo dos advogados da coligação pró-Requião é chegar às fontes das informações trazidas nas reportagens sobre o caso. De forma velada, os advogados atribuem o vazamento aos promotores da PIC. Eles consideram ‘crime’ o vazamento de informações da investigação, devido à proteção do segredo de Justiça.


A repórter da Folha em Curitiba, Mari Tortato, e os jornalistas da ‘Gazeta do Povo’ Caio Castro Lima, Carlos Kohlbach e Celso Nascimento são relacionados no pedido. A primeira investida do PMDB na Corregedoria se deu sexta passada. Mas o corregedor exigiu procuração da Coligação Paraná Forte para o advogado Cezar Eduardo Ziliotto, que assina o pedido, antes de analisá-lo.


No último sábado, os advogados de Requião também tentaram no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) obter uma liminar para impedir a publicação de uma reportagem da Folha sobre o caso, ainda em apuração. O juiz Munir Abagge negou. Disse que, se acolhesse, estaria cometendo ‘gritante censura prévia’ e atentando contra a liberdade de imprensa.


Hoje, a PIC envia ao TRE cópias do inquérito do caso Rasera. Há indícios de que os grampos alcançaram políticos que disputam esta eleição. O juiz criminal Gaspar Luiz Mattos de Araujo Filho, de Campo Largo, na região de Curitiba -onde corre a ação contra a quadrilha de arapongas-, define até o final da tarde de hoje se acata a denúncia contra o ex-assessor e mais 19 envolvidos.


‘Não queremos saber sobre o que conversam os jornalistas, só identificar eventualmente o servidor público responsável por vazar documentos sigilosos’, disse ontem um dos advogados que representam Requião, Guilherme Gonçalves.


Disse não reconhecer no pedido violação do direito constitucional do jornalista de manter a fonte sob sigilo.


No editorial ‘O direito de saber’, publicado na edição de ontem, a Folha afirma ‘que fica patente a tentativa do candidato do PMDB, acuado por suspeitas que rondam a sua administração, de constranger o livre exercício do jornalismo’.


Em nota anteontem, a ANJ (Associação Nacional de Jornais) disse que o pedido da coligação de Requião ‘demonstra vocação autoritária e falta de espírito democrático’.’


Folha de S. Paulo


Folha recorre de direito de resposta dado ao PT pelo TSE


‘A Empresa Folha da Manhã S/A, que edita a Folha, entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a anulação do julgamento que concedeu direito de resposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por causa de coluna do jornalista Clóvis Rossi, na edição de 22 de setembro, intitulada ‘Como se faz uma quadrilha’.


O jornal alegou cerceamento de defesa. O julgamento da representação oferecida pela coligação ‘A Força do Povo’ e pelo PT foi realizado sem que os ministros pudessem apreciar a defesa oferecida dentro do prazo e não juntada ao processo. Também não houve a manifestação do Ministério Público durante o julgamento.


‘A celeridade da Justiça Eleitoral não pode servir de pretexto para atropelar os termos da lei e as garantias previstas na Constituição Federal’, sustenta a Folha, no recurso.


Na defesa, os advogados do jornal afirmam que ‘a intenção da coligação e do PT é clara no sentido de intimidar a imprensa ou a Folha por meio de processo judicial eleitoral’.


Por quatro votos a dois, o tribunal acolheu, em julgamento realizado anteontem, o pedido da coligação de Lula e do PT contra o jornal, ao considerar ofensivo o trecho final do artigo, no qual Rossi diz: ‘Foi uma cultura que gerou a ‘quadrilha’ antigamente chamada de PT’.


Segundo a defesa da Folha, Rossi limitou-se a exercer o direito de crítica, pois o artigo não é ofensivo, não divulga fato errôneo ou sabidamente inverídico, hipóteses previstas na lei eleitoral para concessão da resposta. ‘O colunista diz que há ‘quadrilha’, a partir de imputação feita pelo procurador-geral da República, que acusa a cúpula do PT de integrar uma ‘organização criminosa’.


A defesa entende que não cabe à Justiça Eleitoral a defesa de candidato do PT, ou da honra de candidato. ‘O que deve ser preservado e defendido pela Justiça Eleitoral é a lisura do processo eleitoral’.


O acórdão será redigido pelo ministro Gerardo Grossi, uma vez que o relator, ministro Carlos Alberto Menezes Direito, que votara a favor do jornal, foi vencido junto com o ministro Cesar Asfor Rocha. Também votaram pelo direito de resposta Marcelo Ribeiro, Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto.


Ontem, o TSE começou a julgar um segundo pedido de resposta do PT, contra a coluna de Rossi intitulada ‘Pior que república bananeira’, publicada na edição do último dia 21.


A decisão foi adiada para hoje por causa de um pedido de vista do ministro Britto. O único a votar foi o relator, Marcelo Ribeiro, que foi favorável à concessão do direito de resposta a Lula, porque considerou ofensivo o texto.’


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Sites trazem dados sobre candidatos às eleições


‘A Folha Online inaugurou nestas eleições um serviço de informações sobre os concorrentes à Presidência, aos governos estaduais ao Senado e aos candidatos de São Paulo à Câmara e Assembléia Legislativa.


Além do perfil biográfico, o site mostra se o candidato teve seu nome envolvido com alguma acusação ligada ao mensalão ou à máfia dos sanguessugas, o número de projetos apresentados e os votos nas principais decisões da legislatura.


A cada eleição a internet torna-se uma fonte importante para informações sobre candidatos. Além dos sites noticiosos, a rede mundial abriga uma série de páginas que não só devassam o histórico dos políticos, mas também mostram como atuam os parlamentares.


Lançado neste ano, um dos novos sucessos é o site da organização não-governamental Transparência Brasil. Além de dados básicos dos candidatos à Câmara, traz informações sobre denúncias e processos. Há ainda dados sobre as doações e os gastos de suas campanhas.


Sobre o patrimônio dos parlamentares, o site mais indicado é o Políticos do Brasil. As informações são resultado de uma pesquisa do colunista da Folha Fernando Rodrigues.


O site do Tribunal Superior Eleitoral oferece dados básicos sobre os candidatos, enquanto o da Câmara tem informações mais detalhadas sobre a atuação do candidato a deputado. Ele informa as comissões das quais o parlamentar participou e traz discursos e pareceres.’


SP SEM PROPAGANDA
Editorial


Propaganda banida


‘A PARTIR do dia 1º de janeiro do próximo ano, estarão proibidos em toda a cidade de São Paulo outdoors, painéis eletrônicos e faixas. Mais do que isso, boa parte do comércio e dos serviços terá de reduzir o tamanho das placas indicativas em suas fachadas.


A nova lei sobre publicidade externa aprovada anteontem pela Câmara Municipal é de fato draconiana. É até surpreendente que os vereadores, normalmente tão sensíveis a lobbies, tenham chancelado o projeto apresentado pelo prefeito Gilberto Kassab (PFL). Mais do que isso, sob diversos aspectos tornaram-no ainda mais rigoroso.


Empresas ligadas ao setor de mídia externa questionam a constitucionalidade da nova lei. Alegam que ela fere o princípio da livre iniciativa e afeta uma atividade econômica cuja regulamentação é atribuição federal. Caberá à Justiça dar a palavra final, mas parece improvável que ela negue ao município a competência para legislar acerca da ocupação e uso do solo, a mais típica de suas prerrogativas.


Esta Folha havia se manifestado favoravelmente a uma norma mais conciliadora, mas não foi essa a posição que prevaleceu. É importante agora fazer com que a nova lei seja cumprida, ou a desmoralização será completa. Um resultado que fique aquém da retirada quase total da publicidade -a qual poderá ser aferida por qualquer munícipe- será interpretado como um fracasso pessoal do prefeito.


Gilberto Kassab faz um jogo ousado. Sem recursos para grandes investimentos, resolveu apostar no combate à poluição visual. Se tiver êxito, conseguirá, a custo relativamente baixo, deixar uma marca positiva na cidade. Se fracassar, porém, é o próprio poder da prefeitura como órgão regulador do espaço urbano que sairá desacreditado.’


JUSTIÇA & MÍDIA
Folha de S. Paulo


Fórum pede compromisso com acesso a informações públicas


‘O Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, grupo de 18 entidades da sociedade civil, divulgou ontem o teor de uma carta que enviou aos candidatos a presidente solicitando que se comprometam a implantar uma política de maior abertura nessa área.


Receberam a carta na primeira quinzena deste mês os quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas de opinião: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT). Nenhum até agora se comprometeu com a adoção de uma política de abertura dos arquivos públicos no caso de ser eleito.


Existem hoje 54 países que têm leis garantindo o direito de acesso a documentos públicos. O caso mais notório é o dos Estados Unidos, com a sua lei conhecida pela sigla Foia (de ‘Freedom of Information Act’), uma lei de 1966. Na América Latina, México, Peru e Colômbia têm regras mais abertas do que as brasileiras.


No Brasil, a Constituição determina que ‘todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral (…)’. Mas as leis que tratam do tema cuidam mais de restrições do que de direitos.


Fazem parte do Fórum de Acesso, entre outras entidades, a OAB e a Ajufe (Associação dos Juizes Federais).’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Vai ou não vai


‘Abrindo o ‘Jornal Nacional’, ‘Ibope e Datafolha afirmam que Lula seria reeleito no primeiro turno’.


Mas a diferença vem caindo no Datafolha. No título no site do instituto, ‘Antes do debate, Lula tem 53% dos válidos’. E agora tem que decidir se vai ou não.


Diz a Reuters Brasil que ‘Lula quer ir, mas avalia riscos’. Segundo um interlocutor, ‘ele está louco para ir, mas vai analisar o quadro, inclusive as pesquisas’ de ontem. O temor é de algum descontrole provocado ‘especialmente’ por Heloísa Helena. De sua parte, ela ‘diz que será um poço de ternura’, mas já insinuava ontem que Lula é ‘chefão do crime organizado’.


Após a divergência, a concordância. No Ibope, diz o ‘JN’, Lula ‘tinha 47% no dia 23 e agora tem 48%’. No Datafolha, tinha ‘49% no dia 22 e agora manteve’.


No Ibope, Alckmin tinha ‘33% e agora tem 32%’. No Datafolha, tinha ‘31% e agora tem 33%’.


ESTICADA FINAL


Na home do ‘Washington Post’, ontem, a chamada ‘O elástico señhor Lula’ (sic). Elástico, no caso, quer dizer resistente à ‘esticada final’ da campanha, com ‘acusações’ e ‘notícias de grampos’.


O ‘WP’ remete a jornais brasileiros, europeus, norte e sul-americanos, a canais de notícias e agências. Reproduz longamente Clóvis Rossi, da Folha, por análise postada em inglês no ‘Jordan Times’, da Jordânia. O colunista dá o Bolsa-Família como um dos motivos da liderança de Lula.


NO CANTO MAIS POBRE


A cobertura está em toda parte. O ‘Guardian’ foi a Vila Irmã Dulce, perto de Teresina e ‘um dos cantos mais pobres e quentes do Brasil -e onde começou a presidência Lula’. O jornal britânico ouve, entre outras, Edileusa, para quem ‘nenhum presidente jamais fez tanto pelos pobres’.


Já o canadense ‘Globe & Mail’ focou a economia, no texto ‘O bom esquerdista do Brasil a caminho de repetir a vitória’. Lula se revelou um ‘pragmático’ etc. Escândalos, só a partir do 11º parágrafo.


CASAL INFELIZ Os bicos-de-pena de Maria Christina Mendes Caldeira e Valdemar Costa Neto apareceram ontem no ‘WSJ’, sob o título ‘Casal infeliz concorre um contra o outro para o Congresso’. Passagens: ‘eles vieram de mundos diferentes’; ‘eles se casaram em Las Vegas’; e, claro, ‘ela testemunhou que havia visto Mr. Costa estocando grandes pacotes de dinheiro no cofre’.


DAS PRISÕES DO BRASIL


Não é só de pesquisa ou escândalo que vive a cobertura da eleição no mundo. A análise diária do influente Council on Foreign Relations, instituição que ajuda a estabelecer muito da política externa dos EUA, além de ceder alguns de seus secretários de Estado, tratou ontem longamente dos ‘Tremores que vêm das prisões do Brasil’, quer dizer, do PCC. Linkou longos estudos do Congresso americano e do Wilson Center -e postou, ontem mesmo, um estudo próprio, ‘http://www.cfr.org/publication/11542/’.


Arriscou, no correr de sua análise do dia, que o assunto teria ‘maior ressonância num ano eleitoral… manchando mais o principal concorrente de Lula, Geraldo Alckmin’.


No site, os ‘tremores’ que saíram das prisões para ‘desestabilizar a maior cidade da América do Sul’


SAI YOU TUBE


Aquela que seria a eleição do You Tube, descrita assim no Brasil e no exterior, chega à reta final com o blog de maior influência, Kibe Loco!, dizendo não agüentar mais.


E ENTRA GOOGLE


Explica o próprio blogueiro:


– O You Tube anda cheio de restrições insuportáveis, tem péssimo relacionamento com o público brasileiro… Troquei pelo Google Video.’


INTERNET
Mario Hugo Monken


Apesar de ordem judicial, sites de apologia a facções seguem no ar


‘Apesar de a Justiça do Rio ter mandado tirar do ar no início desta semana dez comunidades do site de relacionamentos Orkut por incentivarem a prática de crimes, várias páginas que fazem apologia a facções criminosas fluminenses e paulistas permanecem na internet.


Há pelo menos 19 comunidades que exaltam ou o CV (Comando Vermelho), ou a ADA (Amigo dos Amigos), ou o TCP (Terceiro Comando Puro). As páginas exibem fotos de traficantes e armas.


Em uma delas, cujo nome é ‘Marcola PCC Nato Chapa Quente’, há uma exaltação da união entre o PCC e o CV. O Ministério Público solicitou à polícia do Rio a investigação do conteúdo das comunidades.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Record dará até R$ 1 mi para sócio de Justus


‘A Record exibirá de abril a junho de 2007 um ‘reality show’ que ‘revelará’ um novo ‘sócio’ para Roberto Justus, publicitário-celebridade que tem um histórico de conflitos com parceiros (a ruptura com um deles foi um verdadeiro ‘barraco’).


A novidade foi anunciada por Justus no início da madrugada de ontem, ao final da terceira edição de ‘O Aprendiz’, que registrou média de 14 pontos, ofuscando o debate de candidatos ao governo de SP promovido pela Globo _que marcou média de 22 pontos, mas amargou 18 minutos em segundo lugar, atrás de ‘O Aprendiz’.


O novo ‘reality show’ terá o mesmo formato de ‘O Aprendiz’. O ‘sócio’ nada mais será do que um ‘aprendiz’ sem registro em carteira. O prêmio, diz Justus, será o capital para entrar na sociedade. A Folha apurou que esse prêmio não passará de R$ 1 milhão. Logo, o ‘sócio’ será bem minoritário.


Ainda não está definido se Justus e o ‘sócio’ abrirão um novo negócio ou se o vencedor do programa entrará em alguma empresa do publicitário. Ao contrário de ‘O Aprendiz’, não haverá limite de idade nem exigência de formação acadêmica.


Justus, que agora diz que não vai mais parar de fazer TV, não teme rejeições. ‘O sonho de todo brasileiro é ser dono do próprio negócio’, diz. E evita falar sobre o perfil do ‘sócio’ ideal. ‘Uma coisa que o sócio tem de ter é integridade. Depois vem a competência’, discursa.


BROADWAY 1 A MTV vai aproveitar o Video Music Brasil (hoje, 22h), que deve bater recorde de audiência graças aos atributos sexuais da apresentadora Daniella Cicarelli, para fazer um ‘um protesto com palavras duras’ contra a corrupção e o PCC.


BROADWAY 2 A ‘mensagem política’ da MTV, nas palavras do diretor de programação Zico Goes, será dada pelos humoristas do ‘Hermes e Renato’. Em cinco minutos, eles farão coreografias e cantarão três músicas sobre ‘o que está acontecendo’.


BROADWAY 3 O número, que irá ao ar no mesmo horário do debate de presidenciáveis na Globo, encerrará a campanha da MTV ‘Ovos e Tomates’, que foi vista como pró-voto nulo.


VELHA CASA NOVA 1 O autor Walter Negrão reagiu com bom humor à notícia de que foi condenado pelo STJ a pagar R$ 15 milhões ao SBT por ter desistido, em 1996, de cumprir contrato com a emissora, retornando à Globo.


VELHA CASA NOVA 2 ‘Meu advogado vai contestar esse valor. Inicialmente, eram só R$ 3 milhões. Se não, vou acabar trabalhando no SBT’, diz Negrão, que não vive seu melhor momento na Globo _recentemente, teve um projeto de novela abortado.


TOP FIVE Mesmo perdendo audiência em setembro, ‘Páginas da Vida’ lidera com folga o ranking das últimas cinco novelas das oito da Globo mais vistas, com média de 48 pontos até o 66º capítulo (exibido segunda).’


Lucas Neves


MTV é acusada de ‘fraude’ em categoria do VMB


‘A MTV realiza às 22h de hoje a sua 12ª premiação anual de videoclipes (o Video Music Brasil) sob acusações de fraude e desorganização. Internautas que tentaram inscrever vídeos de sua autoria na categoria ‘Você Fez’ (criada neste ano) não conseguiram fazê-lo por causa de informações desencontradas fornecidas pela emissora.


Para reforçar a interatividade na edição deste ano da festa, a MTV convidou seu público a gravar clipes com versões das músicas indicadas ao prêmio ‘escolha da audiência’. Os vídeos (sem duração estipulada, mas compactados em arquivos de no máximo dez megabites) deveriam ser enviados pelo Overdrive (canal de internet em banda larga da MTV) até a última quinta-feira, dia 21, de acordo com e-mail enviado à Folha em 14/09 pela assessoria de imprensa do canal. Não foi fixado horário-limite.


O regulamento da categoria determinava que uma comissão julgadora anunciaria no próprio dia 21 os cinco finalistas. O vencedor seria conhecido durante a festa de hoje. Os indicados foram apontados na data prevista, mas o prazo para envio de clipes não foi respeitado -fato que a emissora atribuiu a uma ‘falha de comunicação’ -, frustrando alguns internautas.


A videomaker Noemy Lobel, 43, queria submeter à apreciação do júri a sua releitura de ‘O Sol’, da banda mineira Jota Quest. Na manhã de quarta, dia 20, ela enviou e-mail ao MTV Responde (serviço de atendimento ao espectador) perguntando o prazo máximo para envio. Às 10h do dia 21, recebeu a resposta: as inscrições seriam aceitas até as 15h daquela data. Cerca de duas horas depois, quando tentava transmitir seu trabalho, Lobel foi surpreendida pela divulgação dos finalistas no site da emissora.


‘Era um jogo de cartas marcadas, uma fraude. Parece brincadeira de criança. A emissora que prega a transparência nas eleições [referência à campanha ‘Ovos e Tomates’, que sugere que políticos corruptos sejam alvejados com esses alimentos] faz isso’, disse.


Problema semelhante ao de Lobel enfrentou o educador Ariel Tomaspolski, 23, ao tentar transmitir, na manhã do dia 21, a sua versão para ‘Apenas um Olhar’, do grupo paulista NXZero. ‘Levei dois dias para fazer o vídeo e gastei R$ 300 [no aluguel da câmera]. Me senti desrespeitado e impotente. Pelo que vi dos que estão lá [os cinco finalistas da categoria], acho que teria grandes chances’, observou ele, que, assim como Lobel, foi convidado pela MTV a participar da festa, entregando o troféu ao vencedor da categoria. Ambos recusaram a oferta.


Na cerimônia desta noite, a entrega dos 16 prêmios será entremeada por shows de Caetano Veloso, Skank e Cachorro Grande, Pitty e Nação Zumbi, CPM 22 e NXZero, D2 e Mr. Catra, e Charlie Brown Jr. Os roqueiros de Santos lideram as indicações, com cinco. Mesmo número de menções têm CPM 22 e a parceria de D2 com Mr. Catra. Daniella Cicarelli, Marcos Mion e Cazé serão os mestres-de-cerimônias.’


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 28 de setembro de 2006


ELEIÇÕES 2006
Gabriel Manzano Filho


‘Folha’ e CBN recorrem contra direito de resposta de petista


‘A Rádio CBN e o jornal Folha de S. Paulo entraram ontem com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, contra uma decisão que deu ao presidente e candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, direitos de resposta a críticas por ele consideradas ofensivas. No caso da CBN, a coligação de Lula, ‘A Força do Povo’, queixou-se porque o candidato tucano Geraldo Alckmin, em entrevista no programa do jornalista Heródoto Barbeiro, criticou o presidente e afirmou que ‘um ladrão de carros rouba porque sabe que não será pego pela polícia’. O TSE decidiu dar 4 minutos a Lula dentro do próprio programa de Heródoto.


No caso da Folha, Lula considerou ofensivo o texto ‘Como se faz uma quadrilha’, de autoria de Clóvis Rossi, publicado no dia 22. Ironizando os afagos do presidente nos companheiros acusados, Rossi afirma que foi essa ‘a cultura que gerou a ‘quadrilha’ antigamente chamada de partido dos trabalhadores’. O direito de resposta deve ser dado no mesmo espaço e nas mesmas dimensões do texto de Rossi.


As duas decisões foram aprovadas por 5 votos a 1 – a decisão do relator, Ari Pargendler, foi acompanhada por Gerardo Rossi, Cezar Peluso, Carlos Ayres Brito e César Asfor Rocha. Maurício Ribeiro votou contra.


Para o diretor jurídico da Folha, Orlando Molina, o artigo de Rossi ‘nada mais é que um exercício do direito de crítica’. E ele estranha que o TSE tenha ignorado, na sessão, a defesa do jornal. ‘Ela já havia sido enviada por fax na terça-feira, 26, por volta das 18h30. Pior que não nos ouvir é o recurso estar lá e eles não julgarem’, diz Molina.


Rossi considerou a decisão absurda: ‘É um pedido de direito de defesa envolvendo um direito de opinião’. O termo ‘quadrilha’, lembra ele, ‘está entre aspas e é uma referência a uma avaliação do próprio procurador-geral da República, em sua denúncia, fartamente divulgada, sobre o mensalão’. Ele pergunta: ‘Então, um jornalista não pode mais citar um parecer de um procurador-geral?’


A CBN mandou seu recurso ontem à noite, pedindo ‘que o direito de resposta (…) seja exatamente nos termos e na proporção do julgado pelo TSE’. A diretora de jornalismo da CBN, Marisa Tavares, assinala que, 24 horas depois da fala de Alckmin (na quarta-feira), o próprio presidente Lula deu idêntica entrevista. ‘Ele teve, então, toda oportunidade de reagir, criticar, esclarecer – e não o fez’, diz ela.


O presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azedo, lembra que a Lei Eleitoral (n.º 9.504) ‘regula os atos de campanha, mas não a Lei de Imprensa’. Para ele, o País ‘assiste, desde o início da campanha, uma acumulação de papéis exercida por Lula, que lhe permite expor-se com uma largueza de tempo inacessível aos rivais’.


Para o ministro Carlos Ayres Britto, ‘todo jornalista é livre para exercer a profissão e continua livre. O que estamos defendendo é o direito de resposta’.’


 


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O Estado de S. Paulo


‘Estado’ homenageia vitoriosos em Cannes


‘Festa reúne publicitários que ganharam leões no festival deste ano


O Estadão realizou ontem no Porão da Bienal das Artes, no Parque do Ibirapuera, uma festa em homenagem aos publicitários brasileiros que ganharam prêmios no Festival de Publicidade de Cannes, realizado em junho. O País conquistou 29 leões – o prêmio do festival – no evento deste ano.


Para os publicitários, a festa foi uma forma de comemorar as conquistas de forma mais democrática. ‘O festival aconteceu lá. A festa é uma maneira de acontecer aqui no Brasil, onde é possível fazer uma confraternização com uma grande parte da equipe da Click’, disse Pedro Cabral, da agência Click, que ganhou um leão de ouro e outro de prata na categoria internet.


Segundo Flávio Casarotti, diretor de criação da Fischer, a festa foi também uma forma de dimensionar de forma mais correta a importância dos prêmios. ‘A distância de Cannes é boa porque, no calor da confusão, não dá tempo de assimilar a importância do prêmio que as pessoas receberam’, disse. A Fischer ganhou um leão de prata e dois de bronze no festival.


Já para Hugo Rodrigues, diretor de criação da Publicis Salles Chemistri, ‘é aqui que todo o mercado brasileiro descobre quem ganhou o leão’.


A festa também serviu de confraternização para agências e clientes. ‘O HSBC está presente em 76 países, mas só o Brasil ganhou quatro prêmios em Cannes’, disse Glen Valente, diretor de marketing do HSBC Brasil. Campanhas para o banco, feitas pela agência JWT, conquistaram três leões de bronze e um de prata.


Para o diretor comercial corporativo do Estado, Cláudio Santos, o leão ‘é uma peça de arte que qualquer profisssional gostaria de ter em sua prateleira’.’


TELEVISÃO
Flávia Guerra


Haja amor na nova série da HBO


‘Segundo dados oficiais, só nos Estados Unidos, cerca de 40 mil pessoas praticam a poligamia. Os números referem-se somente a pesquisa realizada nos Estados de Utah e do Arizona. O dia-a-dia de uma família poligâmica pode não ser muito diferente dos monogâmicos, só que os problemas são em dobro, triplo e talvez até em maior escala.


Big Love, a nova série da HBO produzida por Tom Hanks, que estréia no Brasil no domingo, às 23 horas, causou rebuliço nos EUA quando lá estreou em março. Amor Intenso, como está sendo chamada pela própria emissora, trata do cotidiano de Bill Henrickson, um tradicional cidadão de Salt Lake City, a capital de Utah. Ele é um promissor homem de negócios, dono de uma cadeia de lojas, que, entre cuidar do pai que está doente, levar os filhos à escola e ter tempo para jantar com os amigos, tem ainda de atender aos desejos e vontades de suas três mulheres. Cenário de sonhos para muitos homens não fosse a tarefa árdua de Bill ter também de administrar o ciúme delas. Mais que isso, diante de problemas com o pai, que é internado e descobre que está sendo envenenado, e brigas judiciais com um dos seus três sogros, entra em processo de estafa e tem de recorrer ao Viagra.


O mais interessante é que a história se passa na capital dos mórmons. Oficialmente chamada de Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a igreja mórmon foi fundada em 1830 por Joseph Smith, que pregou a poligamia como forma de ascender aos céus. Em 1890, os mórmons baniram a prática e hoje expulsam quem aderir a ela. Mas, como mostram os números, ainda há muitos adeptos.


Por se passar em Salt Lake City, o Estado-sede dos mórmons, a HBO revoltou os integrantes da comunidade religiosa. Em meio a uma grande polêmica, os líderes da igreja mórmon negociaram com a emissora a inserção de uma nota no final do primeiro episódio da série esclarecendo que Big Love não trata de uma família mórmon e que esta comunidade baniu esta prática. O Estado de Utah também proíbe a poligamia. No entanto, a associação é inevitável.


No Brasil, o assunto deve levantar alguma poeira. É pena que, por enquanto, só os assinantes poderão conferir as agruras de Bill, interpretado pelo ótimo Bill Paxton, e suas mulheres. Barbara (Jeanne Tripplehorn) é a mais velha, que, após uma crise de saúde, precisa da ajuda de Nicki (Chloe Sevigny) para cuidar das crianças. Nicki logo é ‘convidada’ a fazer parte da família. Mas logo perde o trono de ‘caçula’ do clã para a espevitada Margene (Ginnifer Goodwin), jovem que diz não ter vocação nenhuma para o papel de ‘esposa e mãe’. O fato é que a poligamia rendeu tanto assunto e audiência que já está sendo preparada uma segunda temporada.’


Keila Jimenez


Justus fará Sócios


‘Roberto Justus foi picado pelo bichinho da televisão. O apresentador de O Aprendiz, que chegou a anunciar que a terceira edição do programa – encerrada anteontem – seria a última sob o seu comando na Record, terá uma nova atração no canal. Batizado de Sócios, o programa estréia em 2007 e escolherá um sócio para Justus em um novo empreendimento.


No formato, criação da emissora, candidatos dos mais diferentes setores disputarão a oportunidade de abrir um novo negócio com Justus. Pode ser algo já na área de atuação do publicitário, ou não.


Justus acertou com a Record um contrato de mais um ano para a produção de Sócios e manifestou interesse de permanecer no canal depois disso, no comando de um talk show.


Quanto ao Aprendiz 3 , a final de terça alcançou média de 14 pontos de audiência. Ficou em segundo lugar no horário, mas foi a menor média entre as finais do reality show. A primeira edição de O Aprendiz registrou média de 15 pontos e a segunda, 16, quando chegou a tomar a liderança da Globo por 44 minutos.


O vencedor da vez foi o advogado Anselmo Martini.


entre- linhas


O debate entre os candidatos a governador de São Paulo anteontem na Globo registrou 22 pontos de audiência. Nada mau para o horário (cada ponto vale 54,5 mil domicílios na Grande São Paulo).


Já está funcionando a Globo Internacional via satélite na Europa. Assim, o canal está atualmente em 66 países.


A região de Tubarão, Santa Catarina, tem novo canal de TV. A Unisul TV, Canal 4, é uma concessão da Fundação Universidade do Sul de Santa Catarina. São três horas de programação local e o resto vem da TV Cultura.


Protagonista da novela do SBT, Cristal, Bianca Castanho posou para o Paparazzo, da Globo.com.


O Show do Tom completa dois anos de Record na próxima terça, dia 3 de outubro. Para comemorar, a personagem Jarilene apronta na casa de Zezé Di Camargo, amigo pessoal de Tom Cavalcante.


A Fox Home Entertainment reduzirá em 4 de outubro os preços das caixas de DVDs das primeiras temporadas de suas principais séries como 24 Horas (R$ 69,90), Ally McBeal (R$ 79,90) e Os Simpsons (R$ 69,90).


Tarcísio Meira deve retomar as gravações de Páginas da Vida na próxima semana. O ator se afastou para cuidar de uma virose.


A TVA abre o sinal do pacote de canais HBO e do Disney Channel a todos os seus assinantes no próximo fim de semana.’


Owen Gibson


Será que emissora é capaz de se reinventar de novo?


‘THE GUARDIAN – Os adolescentes de hoje podem achar difícil de acreditar, mas a televisão musical, do tipo MTV, foi uma vez considerada uma arma perigosa, uma ameaçadora revolução que poderia destruir a indústria fonográfica. Só depois que estrelas como Madonna e Michael Jackson aconteceram como produtos de marketing da mídia, foi que o pleno potencial desse tipo de emissora ficou mais claro.


A inauguração da MTV, em 1979, foi um dos fatores determinantes que moldaram a cultura de celebridades de hoje em dia. Astros populares começaram a gastar mais tempo na academia de ginástica e mais dinheiro em cirurgia plástica (para aparecerem nos videoclipes) e os artistas de sucesso eram os que conseguiam combinar música com imagem num pacote perfeito.


A MTV orgulhosamente alega estar disponível em 481,5 milhões de domicílios em 179 países e de ter lançado mais de 100 canais localizados em todo o mundo. Mas a ‘geração MTV’ original está na casa dos 30 e dos 40 anos e, em vez da indústria fonográfica, o que está sob cerco é a própria marca icônica da emissora. Tendo reinventado a si mesma várias vezes para afastar a ameaça de outros canais e com a crescente disponibilidade de músicas através do espectro da mídia, alguns se perguntam se seu método já deu o que tinha que dar.


A MTV pode ainda estar presente no quarto de dormir dos adolescentes de hoje, mas eles também têm uma trilha metálica emanando do seu telefone celular enviada a eles por meio do Bluetooth por um amigo, e ficam horas garimpando em sites como MySpace e Bebo, escolhendo os vídeos que querem assistir no Launchcast da Yahoo, Google Video ou no serviço de download da 3 Mobile. Será que a MTV pode continuar com Top of the Pops ou Smash Hits, antes marcas inatacáveis que entraram em decadência, uma vez que deixaram de ser relevantes? Van Toffler, presidente da MTV Networks, insiste que não, porque a empresa continua ‘incansavelmente impulsionada pela nossa audiência’.


‘Há muito tempo que tomamos a decisão de não envelhecer junto com cada geração que passa através do nosso ecossistema’, diz ele. ‘Manter a MTV inovadora e manter-se em contato com nossos telespectadores é parte do nosso DNA’, acrescenta Michiel Bakker, que supervisiona as operações da MTV no Reino Unido, Irlanda e países nórdicos. Todos ligados à MTV se vangloriam da forma com que ela entrou na programação de estilo de vida – The Osbournes, Pimp My Ride, Jackass – para se antecipar à ameaça de canais de vídeo musicais imitadores.


O uso da mídia pelos adolescentes de hoje está mudando a uma velocidade atordoante. O mais recente produto da MTV dá uma pista sobre o rumo que a televisão musical está tomando. A empresa lançou o Overdrive, rede de TV de banda larga que oferece versões sob encomenda de programas e entrevistas – e planeja lançar uma experiência ainda mais ousada. O componente televisivo será acrescido do tipo de conteúdo gerado pelo usuário, o mesmo que tem incrementado o crescimento do MySpace: o site de vídeo YouTube, o site de compartilhamento de fotos Flickr e outros chamados sabores do mês da ‘web 2.0’. Na tela, uma representação virtual vai retratar o próprio telespectador no vídeo, noestilo de histórias em quadrinhos e mangás.


‘Está muito difícil de fazer um artista acontecer ultimamente’, diz John Reid, diretor de marketing global da Warner International. ‘Precisamos nos concentrar cada vez mais num número menor deles.’ Os videoclipes ainda são importantes, acrescenta ele, mas são apenas parte do mix, juntamente com campanhas digitais, telefones celulares e tudo o mais.


TRADUÇÃO DE MARIA DE LOURDES BOTELHO’


Jotabê Medeiros


VMB aposta no escândalo da vez


‘É só uma festinha, mas quanto frisson… Hoje à noite ocorre a 12ª edição do Vídeo Music Brasil, o famigerado VMB, que terá transmissão ao vivo pela MTV a partir das 22 horas.


É a MTV tentando mostrar que pode sobreviver, em pleno reinado do YouTube e do MySpace, sites de compartilhamento de vídeos que oferecem aos adolescentes a possibilidade de ver e desfrutar de toda a nova produção audiovisual do mundo da música em tempo recorde – e com a vantagem do arbítrio próprio, sem a mediação de uma emissora e de um diretor artístico.


Certo que a MTV tem pelo menos um grande trunfo este ano: um ‘escândalo’ midiático, curiosamente bombado pelos mesmos sites de compartilhamento da internet que a condenam à obsolescência. Trata-se do affair Tato Malzoni e Daniela Cicarelli numa praia da Espanha, o primeiro grande intercurso realizado em rede mundial, sem cortes, sem possibilidade de a liga da moralidade censurar.


Daniela Cicarelli, que já tinha monopolizado manchetes em 2003 com o casamento de 84 dias com o astro de futebol Ronaldo, agora está nas bocas e nas mentes por conta de outra performance avassaladora. Para capitalizar tal fato, a MTV lançou a sarcástica campanha Vista a Cicarelli, pela qual a audiência da emissora interfere no figurino da apresentadora do prêmio deste ano.


Na verdade, nada será tão surpreendente, já que só há 4 modelitos em questão, mas a votação vai correr até a hora da entrega dos troféus.


Marina Person apresentará o prêmio Vc Fez, categoria que estréia este ano e já tem 5 finalistas disponíveis para o voto do público pelo www.mtv.com.br/vmb2006.


Cicarelli, Cazé e Marcos Mion são as principais estrelas, além da VJ Luisa. Penélope Nova comanda o VMB no Intervalo, buscando os flashes dos bastidores. Entre os convidados, teremos Lobão, Lenine, Bob Burnquist, Meg (da banda Luxúria) Jimmy London (do grupo Matanza) e Repórter Vesgo, Silvio e Sabrina (Pânico na TV).


Entre os shows nacionais, subirão ao palco Charlie Brown Jr., CPM 22, NXZero, Skank, Cachorro Grande, Caetano Veloso, D2, Pitty e Nação Zumbi. Pela primeira vez, segundo a organização, uma atração internacional vai se apresentar na premiação: o bom grupo punk Living Things, de St. Louis.


Depois da premiação, festa…


No estacionamento do Credicard Hall, em 9 tendas mirabolantes de Nelson Fiedler, mago da arquitetura de shows (fez o Rock in Rio, entre outros), a MTV convidou cerca de 3,2 mil bocas-livres para comer quitutes de Neka Menna Barreto, dançar nas 2 pistas e esquentar a temporada de gossips.


O VJ Léo Madeira estará, nesse momento, comandando o Pós-Game ao vivo, a partir das 0h30, trazendo as notícias da tão falada festa – quem não está lá ao menos poderá conferir a badalação ao vivo.’


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