Thursday, 19 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Uso de fotos reacende guerra em redes sociais

As frentes de batalha entre o Facebook e o Twitter estão ganhando corpo em sua disputa para se tornar o principal centro de compartilhamento de fotos na internet. Na terça-feira (18/12), o Instagram, do Facebook, foi pego em um tumulto na internet ao divulgar seus novos termos de uso para o serviço de compartilhamento de fotos. Após horas de reações iradas dos usuários, o Instagram esclareceu a sua proposta, dizendo que não iria – como os usuários temiam – vender fotos ou usá-las em publicidade.

Mas os termos refletem uma mudança mais profunda do Facebook na comercialização da rede social. O Facebook está se esforçando para tornar rentável o Instagram, que não tinha receita quando foi adquirido em abril por cerca de US$ 1 bilhão. E, para isso, está aumentando a rivalidade com o Twitter, que já foi o principal fórum para compartilhamento de fotos do Instagram. Nos últimos meses, as duas redes sociais têm tido cada vez mais discussões sobre tecnologia, estratégia e nova competição por publicidade em dispositivos móveis.

Na semana passada, o Instagram desativou um recurso que permitia a seus usuários postar suas fotos diretamente no Twitter. O Twitter contra-atacou, anunciando novos filtros para postagem de imagens. O Instagram tornou-se rapidamente uma grande ameaça para o Twitter. Em agosto, o Instagram atingiu 7,3 milhões de usuários ativos por dia, mais que os 6,87 milhões do Twitter, segundo a comScore. No mês passado, o Instagram tinha 17% mais usuários ativos que o Twitter.

Usuários correram para o Twitter

“Cada vez mais, essas empresas competem cabeça a cabeça pela receita associada com canais de mídia social no celular”, disse Julie Ask, analista da Forrester Research. Porta-vozes do Facebook e do Twitter se recusaram a comentar sobre a relação entre as duas empresas. Não está claro se os anúncios do Instagram serão semelhantes aos do Twitter. No blog do Instagram, a empresa informa que planeja experimentar anúncios de produtos, mas o interesse principal é promover as contas e as marcas de empresas que os usuários já seguem.

Esse tipo de anúncio seria semelhante ao “Promoted Accounts do Twitter”, que aparece em todo o site e incentiva os usuários a seguir marcas relevantes. O Twitter também vende “tweets promovidos”, que são postagens que os anunciantes pagam para chegar a um amplo grupo de usuários. Nesses casos, os anunciantes só pagam quando um usuário clica no anúncio, segue a conta sugerida ou interage com o anúncio de alguma outra forma.

Blake Tedeschi, gerente de comunicação digital para o cachorro de brinquedo da Nylabone, disse que as pessoas no Instagram já compartilharam e marcaram mais de mil fotos de cachorros usando produtos da companhia, sem Nylabone encorajar o seu uso. “Se o Instagram fizer oferta de publicidade, é algo que nos interessa”, disse Tedeschi. Nylabone, pertencente à Central Garden & Co. Pet, já paga para promover mensagens de marketing no Facebook, Twitter e YouTube, do Google.

Na segunda-feira e terça-feira, os usuários do Instagram correram para o Twitter e para a página do Facebook do Instagram para expor as suas queixas sobre os novos termos de serviço. Mesmo os usuários que são celebridades, como a atriz Tiffani Thiessen, disseram que planejam fechar suas contas. O National Geographic informou ontem que suspenderia novas mensagens porque estava preocupado com “a direção dos novos termos propostos”. Ontem (21/12), o Instagram reduziu seus termos de serviço, que entram em vigor no próximo mês. E deixou mais claro que não vai vender fotos de usuários. Também ressaltou que o Instagram foi projetado para fazer dinheiro.

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[Evelyn M. Rusli e Shira Ovide, do Dow Jones Newswires]