Quatro ataques contra jornalistas e instituições de mídia na Faixa de Gaza, durante o conflito do mês de novembro de 2012, violaram as leis da guerra tendo como alvos civis e objetivos civis, diz um relatório da ONG americana Human Rights Watch (HRW). A organização fez uma investigação detalhada dos incidentes. Nos ataques, dois cinegrafistas palestinos foram mortos, pelo menos 10 funcionários de organizações de mídia foram feridos e quatro escritórios de mídia quase totalmente destruídos. Um menino de dois anos foi morto por uma bomba.
A HRW disse que não encontrou provas que sustentassem a afirmação, pelo governo israelense, de que cada um dos quatro ataques era um alvo militar legítimo. “Só porque Israel diz que um jornalista é um guerrilheiro ou uma estação de TV um centro de comando, isso não corresponde necessariamente à verdade”, disse Sarah Leah Whitson, diretora da HRW para o Oriente Médio. “Jornalistas que elogiam o Hamas e estações de TV que aplaudem ataques a Israel podem ser propagandistas, mas isso não os torna alvos legítimos de acordo com as leis da guerra.” De acordo com a lei humanitária internacional, ou as leis da guerra, jornalistas e trabalhadores na mídia são civis e, portanto, imunes a qualquer ataque exceto quando estiverem participando diretamente das hostilidades.
Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) divulgou um comunicado dizendo que “elas [IDF] atuam de acordo com as leis de um conflito armado, apesar das constantes e deliberadas violações e abusos destas leis pelas organizações terroristas na Faixa de Gaza”. E acrescentou: “Os detalhes dos acontecimentos mencionados no relatório [da HRW] estão sendo verificados. Uma vez concluído esse processo, teremos condições de dar uma resposta completa.” Informações de Roy Greenslade [The Guardian, 20/12/12].