Geraldo Galvão Ferraz era filho da militante comunista e escritora Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, com o jornalista Geraldo Ferraz, dois representantes da movimentação política da primeira metade do século 20.
Kiko, como era conhecido, trabalhou em diversos veículos, como O Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde, nas revistas Veja e IstoÉ, entre outros, exercendo várias funções, de repórter a editor. Recentemente, foi editor da revista Cult.
Um de seus principais projetos foi lançar a revista Grilo, publicação que reunia os melhores autores do quadrinho nacional e internacional na década de 1970.
Foi responsável por apresentar escritos inéditos de Pagu e coordenador do site www.pagu.com.br e do Centro de Estudos Pagu Unisanta, que reúnem fotos e trabalhos deixados por sua mãe.
Complicações fatais
A paixão pela cultura o transformou em um crítico de cinema e literatura, assuntos que investigou e estudou até o fim de sua vida. Pelo seu trabalho no campo da crítica literária, ganhou dois prêmios Jabuti na categoria.
Era sagaz, gentil e educado. Sempre animado, apenas um texto mal escrito o deixava de mau humor.
Foi casado por 30 anos com Leda Rita Cintra, que o descreve como um intelectual respeitável e perspicaz.
Geraldo escolheu São Paulo, cidade onde nasceu em 1941, para ser cenário de seus estudos na área de cultura.
Morreu na sexta-feira (8), devido a complicações decorrentes de diabetes e de uma infecção bacteriana. Divorciado, deixa dois filhos, Antônio Eduardo, 21, e Alexandre, 24.
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[Bruna Borges, colaboração para a Folha de S.Paulo]