Clique e leia esta notícia. Você verá que em todas as hipóteses apontadas, a maioria dos acidentes não está relacionada ao álcool. Mesmo assim, a estupidez congênita dos nossos legislativo e executivo federal, somada à ansiedade por um espacinho na mídia, gera uma inversão de prioridades na hora de combater as causas dos acidentes. Com isso, a má formação dos motoristas (amplamente facilitada pela corrupção nos Detrans) e o abandono atávico da conservação e sinalização das vias públicas, que são os fatores que mais causam acidentes, são deixados para segundo plano. Simplesmente porque é muito mais fácil demonizar o álcool – ainda que o consumo seja apenas de meia lata de cerveja – do que combater a roubalheira e a incompetência que grassam no setor público. O pior é que a imprensa cai nessa jogada. Veja o título abaixo (péssimo, aliás, porque vítimas não agem; são passivas, por isso são vítimas, não agentes). Pergunto: e as outras vítimas? E os outros motoristas? E todo mundo que não estava sob o efeito do álcool, mas que se envolveu em acidente de trânsito? Que responsabilidade é imputada a toda essa gente? (Zeca Martins, empresário, Águas de São Pedro, SP)
Comentário ao artigo “A blogueira que virou circo”
Parece ser uma patologia na extrema-esquerda brasileira cujos sintomas são: (a) recusar-se a fazer autocrítica do socialismo real; (b) facilmente “queimar” o oponente como se fosse inimigo (traindo assim a dialética ou dialogia); (c) exercer atitudes [irracionais ou cínicas?] próprias do fascismo. Por isso, Habermas cunhou a expressão “fascismo de esquerda” (não confundir com nazismo). É uma vergonha que a esquerda no Brasil não defenda o socialismo democrático, ficando apenas na retórica ou no lema de partido. A propósito, semanas antes da chegada da Yoani Sánchez ao Brasil, publiquei um breve ensaio: “Existe fascismo de esquerda?”, disponível aqui. (Raymundo de Lima, professor-doutor em universidade, Maringá, PR)
O lixo da TV aberta
A qualidade da programação televisiva comercial aberta aqui no Brasil, sinceramente, é involutiva. Todo esse lixo que nos empurram goela abaixo nas TVs abertas tão somente é na busca frenética e insana por audiência e, consequentemente, faturamento, caixa; sensacionalismo barato e de mau gosto. Tudo virou programa policial; se não tiver sangue e morte “não vende”. E as grandes produções jornalísticas. Praticamente, as equipes não saem às ruas com a frequência de antes; deram lugar a câmeras de segurança. O que é que eu tenho a ver com um atropelamento na Rússia ou com uma mulher que cai nos trilhos de metrô na Espanha, ou ainda uma quase tragédia de um monomotor que caiu nas Filipinas? E por aí vai. Isso vai mudar minha vida aqui no meu país, no meu estado e na minha cidade? Em que isso nos interessa? É educativo, contribui para nosso crescimento? Os repórteres não precisam mais ir para as ruas: basta enviarem para as emissoras as tais “imagens de circuito interno”. E ainda dão ênfase à chamada na apresentação do jornal, pra depois exibir 15 ou 20 segundos de uma imagem captada por um cinegrafista amador! Eis uma pergunta: A culpa é das emissoras que não têm escrúpulos sobre ética nenhuma ou é do nosso sofrido povo que não tem educação de qualidade (e que politicamente é mais fácil dominar o “rebanho”) e não pode ou não sabe discernir aquilo que é bom pra ele? Se está no ar, é porque tem quem assista. Porque as pessoas veem esse tipo de coisa deplorável? Como disse um dia o Zé Ramalho, “Eh! Vida de gado, povo marcado, povo feliz” (Gilson Gama Batista, representante comercial, Ponte Nova, MG)