Depois de ouvir que um shopping estava sendo evacuado devido a uma suposta bomba, Andy Stettler, editor-executivo do Main Line Media News, recorreu ao celular para ter mais informações a respeito. Por meio do aplicativo Banjo, que mostra em um mapa onde estão seus amigos, ele verificou os posts que estavam sendo postados do shopping.
Stettler descobriu que um de seus seguidores na rede social tinha acabado de fazer o “check in” na loja da Apple. Ele trocou tuítes com a fonte e ficou sabendo que apenas uma parte do local estava sendo evacuada. Posteriormente, descobriu-se que se tratava de uma granada desativada. “Usando o Banjo, eu consegui descobrir rapidamente que o que algumas emissoras de TV estavam divulgando não era verdade”, disse.
Com o aumento da oferta de ferramentas com geolocalização, são diversas as opções de uso para jornalistas. Aplicativos como Banjo, Sonare Geofeedia podem ajudar repórteres a encontrarem boas pautas, entrar em contato com fontes e rastrear eventos por meio de pessoas que estão postando do local.
Para Steve Buttry, editor de transformação digital do Digital First Media, o Banjo é uma ferramenta que ajuda jornalistas a focar no “onde” da notícia. Já o Geofeedia, aplicativo pago destinado a jornalistas, mostra todos os posts vindos de uma localização específica, em vez de requerer que o jornalista faça uma busca em diversas palavras-chave em redes sociais diferentes. “Acho que qualquer repórter ia gostar de encontrar pessoas que estão tuitando perto da cena de um incêndio, de um crime, seja para buscar por potenciais testemunhas ou apenas para saber o que está sendo contado”, diz Buttry.
Questão ética
Katy Newton, do Centro Knight para Jornalismo nas Américas, está desenvolvendo o Kon*Fab, um aplicativo com base em localização que mostra a usuários o que outros a seu redor estão lendo. Ela espera que essas informações possam dar um insight sobre não apenas as tendências relevantes, mas também por que algumas matérias fazem sucesso em algumas comunidades e outras não. “Pode ser útil para jornalistas compararem audiências”, afirmou.
O Geofeedia permite que usuários vejam postagens apenas de um local. Já aplicativos como o Banjo também dão a seus membros a opção de escolher uma segunda localização, o que permite que eles monitorem postagens de um lugar específico – e muitos acreditam que isso pode ser preocupante. “Você está em Nova York e quer falar com corredores no Central Park – isso é legítimo. Mas o que é assustador é querer usar o aplicativo para rastrear os movimentos das pessoas”, observa Val Hoeppner, que realiza seminários de jornalismo sobre tecnologia móvel como diretor de educação do instituto Freedom Forum Diversity. Ela alerta ainda que é importante verificar a confiabilidade das fontes e ressalta que os aplicativos não devem substituir a ida dos repórteres às ruas.
Outros aplicativos permitem, ainda, a elaboração colaborativa de conteúdo. O Vyclone, por exemplo, é um aplicativo gratuito para iPhone que permite que vários usuários façam vídeos em um evento – o aplicativo reúne todos em um. Já o Rawporterpossibilita que qualquer um seja um repórter freelancer em potencial, sendo uma plataforma na qual usuários podem vender suas fotos, vídeos ou textos.