Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Erivaldo Carvalho

“‘A esperança é o sonho do homem acordado’ Aristóteles, filósofo grego

A semana em que se comemorou o Dia de São José foi de chuva insuficiente em solo cearense, mas de intensa cobertura pelo qual o padroeiro do Ceará é mais lembrado entre nós. De terça-feira, 19, à última sexta-feira, foram quatro manchetes consecutivas no O POVO. As duas primeiras trataram de fé e esperança, dois dos nobres sentimentos que ligam o homem a Deus. Já as duas últimas abordaram a corrupção, uma das pontes entre os homens. A boa sequência de reportagens aconteceu dias depois que perguntei, na coluna do último domingo, em tom de cobrança, se o jornal estava preparado para o período da seca. A resposta oficial enviada ao ombudsman, publicada na íntegra, foi afirmativa. Então, qual o sentido de voltar ao assunto? Para registrar a aparente disposição do veículo. Mas, para também pontuar uma importante lacuna. As quatro edições referidas acima, totalizando dez páginas, foram feitas exclusivamente a distância. Não se arredou o pé de Fortaleza.

O local mais longe onde se foi deve ter sido uma das igrejas, assistir à missa dos ‘Josés’, ou visitar algum engravatado na Capital, para colher aspas. No mais, o telefone e a Internet tentaram substituir o insubstituível: o in loco, onde a dura realidade transborda na inversa proporção da escassez d´água. Jornalismo de gabinete. Nenhuma linha de texto que chegou ao leitor/internauta foi escrita ou enviada de fora da Redação. Nem para concorrer a prêmio, um dos argumentos mais medíocres que conheço nessa discussão. Na semana que passou, os fatos ajudaram. Vamos aguardar a longa travessia.

Presente e futuro

Quando digo aguardar, é esperar mesmo. Na maioria das vezes em que o ombudsman pesa a mão e endurece o discurso com cobranças firmes, é por saber que a Redação tem muito mais competência para oferecer do que a levada à impressora do jornal. No caso do O POVO, isso é sabido por todos quantos acompanham sua trajetória. É o que o diferencia muito bem dos demais e o projeta, nacionalmente. Já disse isso uma vez no meu curto mandato e repito agora: no futuro, o jornal será o resultado de decisões presentes. Vamos chegar aonde a bússola de seus principais dirigentes e líderes apontarem. Essa é a diferença entre sermos memoráveis e relevantes ou esquecidos e descartáveis.

O que dizer não falta

É imensa a lista do que poderíamos fazer em matéria de seca. A evolução do problema em pontos estratégicos do Ceará e o monitoramento das ações governamentais são alguns. Temos uma discussão latente sobre a distribuição de água no Estado. Por que há tantos reservatórios – o maior deles, o Castanhão, inclusive -, e o cearense passa sede? Se a transposição do rio São Francisco já fosse uma realidade, o cenário seria outro? O Dnocs faz parte da solução ou do problema? Cadê o Eixão das Águas? Onde foi parar a Sudene? É cabível uma campanha de ajuda aos sertanejos, do tipo Asa Branca, de 1983? Claro que existem muitos outros aspectos e olhares. Os exemplos acima são apenas para mostrar o quanto pode ser feito.

Um bom começo

Elogios à seção Veículos, que vai às bancas nas páginas de Economia do O POVO. Ao apresentar o modelo Grand Cherokee, na última terça-feira, 19, informou que o utilitário da Jeep concorre com os modelos Mitsubishi/Pajero Full, Land Rover/Discovery 4, Volkswagen/Touareg e Audi/Q7. Poderia ter ido além, e feito um pequeno comparativo, formato defendido pelo ombudsman na coluna do dia 10 para matérias do tipo. Mas já é um bom começo.

FOMOS BEM

TRANSPORTE PÚBLICO Série mostrou o sufoco e a insegurança do sistema à noite e de madrugada

FOMOS MAL

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE O POVO tem de entrar na pauta para valer o quanto antes”