Os diretores de duas revistas argelinas em língua árabe foram presos por ordem de um tribunal de Argel por terem publicado as caricaturas do profeta Maomé.
O diretor da revista Essafir, Berkan Buderbala, que publica o suplemento religioso Errisala, foi levado no sábado (11/2) para a prisão de Serkadji, em Argel.
Kamel Busad, diretor da revista Panorama, que publica o suplemento religioso Iqra, foi enviado na quinta-feira (9/2) para a mesma penitenciária.
A justiça suspendeu as publicações, depois de uma denúncia do ministério da Comunicação.
Os jornais argelinos divulgaram neste domingo a crítica às prisões feita pela Federação Internacional de Jornalistas, que pede ‘mais moderação e sabedoria em um contexto tão tenso’ e considera que ‘o debate deve ser dirigido pelos profissionais da imprensa, não pelos governos’.
Vários diretores e jornalistas da televisão pública foram demitidos na terça-feira (7/2) por terem exibido os desenhos satíricos, durante alguns segundos, em um telejornal.
O diretor de redação do Iqra, Mohamed Fardjalah, afirmou que sua equipe não fez mais do que seu trabalho de jornalismo ao mostrar a prova da existência dos elementos que ofenderam o mundo muçulmano.
As caricaturas, publicadas no final de setembro pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten e reproduzidas mais tarde por outras publicações européias, provocaram a revolta dos muçulmanos e manifestações em várias capitais, algumas violentas.