O New York Times revelou, na semana passada (25/4), detalhes de sua nova estratégia de negócios, focando em assinaturas e expansão internacional. O anúncio acontece simultaneamente à divulgação da queda de receita no primeiro trimestre de 2013.
A empresa está desenvolvendo uma série de produtos pagos, disponíves através de diferentes planos de assinaturas. Pessoas podem pagar menos para acessar somente as notícias principais, ou por acesso a conteúdos específicos, como política ou tecnologia. Um plano mais caro garantiria todo o acesso digital e a assinatura do jornal, além de eventos e acesso familiar.
A nova estratégia, que será posta em prática no último trimestre deste ano, também inclui a expansão internacional do jornal. No começo de 2013, o diário anunciou que renomearia o International Herald Tribune como International New York Times.
O jornal também planeja aumentar sua presença em vídeo, anunciando mais cedo na semana passada que garantiria acesso gratuito a todos os seus vídeos na internet. Outras iniciativas incluem alavancar o valor da marca “New York Times” para vender outros produtos e serviços.
Em busca de crescimento
“As iniciativas que estamos anunciando devem ser vistas como um passo significativo na direção de um crescimento sustentável“, declarou Mark Thompson, que se tornou CEO da New York Times Company em novembro passado. As iniciativas, segundo a companhia, devem gerar novas fontes de receita no fim do ano, mas não é esperado crescimento dos lucros até o fim de 2014. Crescimento anual só é esperado em 2015.
Os balanços do primeiro trimestre na indústria americana mostram uma necessidade urgente de crescimento e diversificação dos negócios, que tiveram queda de receita de 2%. Os ganhos em circulação e assinaturas digitais não foram suficientes para segurar a queda com publicidade impressa e digital. Segundo o analista de mídia Ken Doctor, se a queda de 13,3% em publicidade impressa continuar, “poderá ser devastador“.
O anúncio do New York Times surge em um cenário de criação de novas estratégias pelos jornais americanos, que tentam reformular seus negócios. Segundo o eMarketer, a publicidade impressa deve cair 4,2% neste ano. Martin Sorrel, CEO da WPP, alertou que as grandes empresas de mídia estão sendo complacentes com o real impacto de companhias como o Google e o Facebook.
A New York Times Company reformulou drasticamente seus negócios nos últimos anos, vendendo investimentos para focar no jornal, seu principal produto. Agora, a empresa pôs à venda o jornal Boston Globe e outras propriedades midiáticas. A transação acontece após a venda do site About.com, da unidade televisiva, de jornais regionais e até das ações no time de baseball Boston Red Sox.