A emoção pode ser aliada, mas também um problema para quem trabalha na imprensa esportiva. É o que sustentaram jornalistas experientes como Eduardo Zebini, da FoxSports, e Luiz Antônio Prosperi, do Estado de S. Paulo, durante o Seminário Internacional de Jornalismo Esportivo, Sociedade e Indústria, realizado em Brasília, nos dias 7 e 8 de maio. Um alerta não somente para quem já pertence a uma editoria de Esportes, mas também para todos os profissionais destacados para cobrir a Copa da Confederações, a Copa do Mundo de Futebol e a Olimpíadas. Profissionais de outras áreas terão que entrar em campo, nas quadras e nas arenas atrás de informação.
Vice-presidente da Fox Sports, Eduardo Zebini lembrou que a palavra emoção engloba o sentido de se mover, ação que os esportes exigem. Para ele, o jornalista tem o desafio de (re)interpretar as emoções, seja qual for o veículo. Na televisão, afirma Zebini, a instantaneidade demanda que o narrador traduza a emoção que o telespectador quer sentir naquele momento. Aquele dia precisa ser importante, e quem está assistindo à competição precisa se manter entretido para não mudar de canal. O jornalista, que já cobriu cinco Copas do Mundo, enfatizou que não se deve sair do contexto da expectativa provocada pelo evento esportivo. “Lidar com a emoção é reinterpretar com os olhos de alguém que quer estar por mais de uma hora na frente de televisão.”
Riscos
Editor de Esportes do Estadão, Luiz Antônio Prosperi advertiu que a emoção não necessariamente prejudica ou auxilia, mas faz parte desse tipo de evento. “O jornalista só não pode perder a mão”, afirmou. Ele explicou que o público espera informação das reportagens e, desde que haja equilíbrio, fica mantida a credibilidade do profissional e do veículo
>> Entrevista com Luiz Antonio Prosperi
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Camila Schreiber é estudante de jornalismo e repórter da Agência de Notícias UniCEUB