A editora-chefe da Newsweek, Tina Brown, confirmou em um memorando na quarta-feira (29/5) que a revista – que hoje existe apenas no formato digital – está à venda. Ela afirmou à equipe, na mensagem assinada junto com o executivo-chefe Baba Shetty, que a decisão foi tomada para que eles possam focar todos os seus esforços no site Daily Beast.
“A Newsweek é uma marca poderosa, mas tem nos demandado atenção e tirado o foco do Daily Beast”, dizia o memorando interno, que foi obtido pelo site Politico e se espalhou rapidamente pela internet.
A mensagem ressalta que a IAC/InterActiveCorp, dona das marcas, venderá a Newsweek apenas se o preço de compra “refletir o valor que criamos”, e diz que a decisão de pôr a revista à venda não foi motivada por problemas financeiros. Se não se chegar a um acordo considerado interessante, portanto, a empresa continuará a gerir a marca.
Declínio
A Newsweek, no passado um prestigioso título no cenário midiático americano, experimentou um dos maiores declínios da crise na indústria jornalística. Em seu auge, no início da década de 90, contou com 3,3 milhões de leitores e era uma grande rival da Time. Em 2010, a revista foi vendida pela Washington Post Company por um dólar para Sidney Harman, um magnata do setor de áudio, que a fundiu com o Daily Beast, da IAC. Harman, que na ocasião da compra tinha 92 anos, morreu um ano depois.
A fusão das duas marcas, no entanto, não deu certo. No fim do ano passado, quando Tina Brown anunciou que a Newsweek não seria mais publicada em versão impressa, Barry Diller, presidente da IAC, afirmou que se arrependia de seu investimento na revista. No mês passado, ele repetiu a afirmação, dizendo que a compra da Newsweek foi “um erro”.