A Turner Broadcasting, braço de TV do grupo de mídia americano Time Warner, anuncia hoje a aquisição de uma participação minoritária no canal brasileiro Esporte Interativo (EI), que atua na internet, TV aberta e TV paga. O negócio foi fechado por um valor de R$ 80 milhões.
As companhias não revelam o tamanho da participação adquirida. Com a negociação, a Turner ganha dois assentos no conselho do canal, composto por sete membros. O canal brasileiro continua a funcionar como uma empresa independente. O comando das operações permanece com o grupo de controle original. “A TV paga no Brasil vem crescendo e o país terá grandes eventos esportivos nos próximos anos. É um mercado no qual queremos investir”, disse Alex González, vice-presidente de desenvolvimento corporativo e novas mídias da Turner na América Latina, ao Valor.
O investimento no Brasil é o terceiro desse tipo da Turner na América Latina. Em 2007, a companhia comprou sete canais do grupo Claxson, com sede na Argentina, por US$ 234 milhões. Em 2010, o investimento foi de US$ 150 milhões para adquirir a emissora Chilevisión. O aporte também é o primeiro investimento direto da companhia em um canal de esportes no mundo. A Turner tem direitos de transmissão de várias esportes, mas os conteúdos são exibidos em seus diferentes canais.
De acordo com o executivo, a compra do Esporte Interativo ajudará a entender melhor o mercado de TV no país, principalmente a TV aberta, na qual a Turner não tinha atuação no Brasil. O executivo também disse acreditar que os outros 13 canais que a companhia opera no país se beneficiarão de possíveis sinergias de conteúdo e publicidade que possam surgir ao longo do tempo pela associação com o Esporte Interativo.
Participações diluídas
Criado em 2007, o canal brasileiro tem uma equipe de 350 pessoas. A audiência estimada é de 33 milhões de espectadores por mês na TV e 10 milhões na internet.
De acordo com Edgar Diniz, executivo-chefe do Esporte Interativo, além dos R$ 80 milhões da Turner, o canal levantou mais R$ 7 milhões com seus outros sócios. Com os recursos, a companhia pretende investir na produção em alta definição (HD) e no desenvolvimento de novos formatos de programas e distribuição de conteúdo. O dinheiro também será usado para comprar direitos de transmissão de campeonatos esportivos. “A visão é acelerar o crescimento”, disse o executivo.
Até o aporte da Turner, o Esporte Interativo tinha seu capital dividido da seguinte forma: um bloco de controle com 52% do capital dividido entre nove sócios, 25% em posse de outros sócios, 15% sob controle do braço de participação em empresas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDESPar (investimento de R$ 14 milhões feito em 2009), e 8% nas mãos do fundo Corcovado Capital. De acordo com Diniz, nenhum dos sócios saiu do negócio com a entrada da companhia americana. Com o acordo, as participações [foram] diluídas. A companhia não tem planos de fazer uma oferta pública de ações. (GB)