Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>Hora de balanços honestos
>>Coalizão pela segurança

Hora de balanços honestos


Chegou a hora de fazer na imprensa balanços objetivos, serenos e equilibrados do governo Lula. Esse balizamento desapaixonado poderá ser usado pelos cidadãos para se defender da temporada de mentiras marqueteiras que assolam toda campanha eleitoral.


Coalizão pela segurança


Alberto Dines convoca a mídia a liderar um esforço para enfrentar o problema da violência.


Dines:


– “Bolha” já foi sinônimo de miragem, miragem que desaparece e de ilusões que se desfazem. Mas as bolhas nos pés de Ronaldo exibidas nos jornais de ontem e destacadas no “Jornal Nacional” ontem à noite podem ser sinônimo de factóide ou abobrinha, matéria para encher lingüiça e criar expectativas até o início da Copa. De qualquer forma foi bom ouvir o Juca Kfouri ontem na CBN desancar a Nike, uma das patrocinadoras dos mundiais de futebol, porque não acompanhou com a devida atenção os preciosos pés dos seus patrocinados. Nos pés de Ronaldo, na alma do torcedor ou no carnet dos jornalistas que cobrem a Copa, a metáfora da bolha não deveria ser esquecida. Também na agenda dos políticos. A expectativa eufórica com relação ao que ocorre na Alemanha não pode ofuscar nossa implacável realidade cotidiana. O assassinato do guitarrista e vocalista dos Detonautas no Rio de Janeiro mostra que com o caneco ou sem o caneco, a vida continua, alheia às batalhas nos gramados. A coalizão nacional em torno da seleção canarinho está pedindo algo semelhante em matéria de segurança. E um pacto desta natureza só a mídia pode convocar. Esse é o tema do Observatório da Imprensa desta noite. A partir de agora às onze e meia na TV-Cultura e muito antes, mas muito antes mesmo, às dez e meia na TVE.


Pauta permanente


Desejamos sucesso à nova programação da TV Cultura, mas é uma esquisitice jogar para horário ainda mais tardio a retransmissão do Observatório da Imprensa, gerado na TV Educativa do Rio de Janeiro. Quanto à busca de soluções para o problema da criminalidade, a sociedade só poderá se unir se a mídia não arquivar o tema até a próxima explosão de violência, como costuma fazer. O repórter Marcelo Godoy, do Estado de S. Paulo, garante que isso não acontecerá.


Godoy:


– Esse é um assunto que não vai mais sair da pauta. É importante a sociedade ter informações sobre a criminalidade organizada até mesmo para que ela tenha condições de decidir os rumos do combate a essa criminalidade organizada. Eu acho que fundamentalmente por isso o PCC não sai mais da pauta. Assim como a segurança pública antigamente não fazia parte da pauta dos governos federais, dificilmente era discutida em Brasília, e hoje, já há uns 10, 15 anos ficou praticamente impossível ser presidente da República sem em algum momento na presidência discutir segurança pública. Bem, ou mal. Acho que a gente pode até diminuir a intensidade da cobertura, mas não significa que ela vá ser varrida para debaixo do tapete. Isso, de forma alguma. Até porque desperta interesse, há repercussão social.


(Clique aqui para ler a entrevista completa.)


Quem dá o direito


O delegado da vigésima 25ª Delegacia do Rio, no bairro do Rocha, Ronaldo Hurst, diz no Jornal do Brasil de hoje que bandidos assaltam e matam com desenvoltura em áreas da Zona Norte porque são de favelas dominadas pelo Comando Vermelho, o que significa que têm liberdade de circular na região. A autoridade não atribui à vigência da Constituição, mas ao entendimento entre assaltantes, a liberdade de ir e vir.


Anticlímax


As manobras dos advogados de Suzane Richtofen e dos irmãos Cravinhos soaram como afronta. Mas quem critica o circo midiático não pode deixar de contemplar tudo isso com uma pitada de ironia.


Confiabilidade do Supremo


Anuncia-se que o Supremo Tribunal Federal vai julgar em segredo de Justiça 15 deputados acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Há alguém com competência para prever o desdobramento do caso no STF? Na Câmara, Roberto Jefferson previu que alguns mensaleiros seriam bodes expiatórios, e acertou.


Lula recua, OAB avança


O presidente Lula recua da bravata com que desafiou a oposição a mostrar cenas das CPIs. A OAB avança e envia ao procurador geral da República notícia-crime contra o presidente.


Quércia processa


O homem de negócios e político Orestes Quércia, agora aliado do presidente Lula, anuncia hoje em matéria paga processo contra a revista Veja.


Quércia afirma que a Justiça já o livrou de todas as acusações de enriquecimento ilícito. Mas, como se noticia que ele pretende ser candidato ao governo paulista, voltará a ficar sob a chuva.


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Leitor, participe. Escreva para noradio@ig.com.br.