Thursday, 28 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1316

>>O complexo de vira-lata
>>Lições da História

O complexo de vira-lata


A imprensa internacional, e, a reboque, também os jornais brasileiros, começa a observar que a crise global, iniciada nos Estados Unidos, concentra os maiores riscos na Europa.


Da mesma forma, análises ainda fragmentadas indicam que o caminho para a saída deverá começar pela periferia do sistema mundial de comércio.


Os chamados países emergentes, entre os quais se destaca o Brasil, se consolidam cada vez mais como a principal esperança de interrupção das turbulências e retomada da normalidade.


Enquanto, no Brasil, as autoridades e o setor privado comemoram a interrupção da curva de crescimento do desemprego, a União Européia registra o maior recuo do nível de emprego desde o fim da 2a. Guerra Mundial.


Os indicadores europeus só não são trágicos porque a Alemanha, que representa a maior economia da região, sofreu um impacto menor e ainda registra uma leve taxa de crescimento do mercado de trabalho.


Paralelamente ao noticiário sobre as dificuldades econômicas, a imprensa vem registrando sinais de aumento da intolerância racial, campanhas de caráter xenofóbico e sintomas de pânico social.


Além disso, a Europa conseguiu integrar suas economias mas suas instituições políticas ainda são uma Torre de Babel.


Depois das primeiras medidas de socorro aos bancos, a Europa parece paralisada.


Falta uma liderança.


A condição dos países emergentes, como principal ponto de apoio para a recuperação da economia global, pode ser resumida na realidade de algumas multinacionais de origem ibérica instaladas na América Latina.


Mergulhadas em dificuldades em suas sedes principais, essas empresas só se mantêm à tona graças aos resultados obtidos principalmente no Brasil.


A situação econômica dos Estados Unidos é tão ou mais grave do que a européia, mas os americanos têm agora uma liderança.


O encontro entre os presidentes Lula da Silva e Barack Obama, sobre o qual a imprensa ainda hoje ressalta a empatia revelada, tem o sentido de marcar o ponto de onde vão sair as decisões para a superação da crise.


Apesar do complexo de vira-lata que ainda parece conter nossa imprensa, o Brasil agora é protagonista importante na cena mundial.


E não apenas no futebol.


Lições da História


A onipresença da internet, potencializada pela profusão e pela qualidade das câmeras digitais, transforma a vida pública e traz para o conhecimento geral aquilo que antes ficava escondido nos gabinetes.


Nada como uma imagem para contar uma história.


Ja era assim quando a televisão dominava a cena das comunicações, e esse é o tema do debate de hoje no Observatório da Imprensa na TV.


O ponto de partida é a célebre entrevista concedida pelo ex-presidente americano Richard Nixon ao jornalista britânico David Frost, apresentador de um programa de variedades.


A entrevista aconteceu em 1977, três anos após Nixon haver renunciado, no meio do escândalo Watergate.


A frase de Nixon – “Eu decepcionei o povo americano” – ficou para a História.


E ficou para a História também o embate entre o político experiente e o jornalista não especializado em política, com lições que são úteis até hoje, tanto para jornalistas como para entrevistados.


 Alberto Dines:


– Um dos melhores filmes do ano começou como manchete dos jornais de todo o mundo e terminou numa eletrizante entrevista televisiva há mais de 30 anos. “Frost/Nixon” é uma aula de jornalismo televisivo, retrospecto de um dos grandes momentos da vida política americana e uma advertência  aos trapaceiros, inclusive os daqui: cuidado com a TV, um único close é capaz de desmontar um monte de mentiras. Com a participação de alguns entrevistadores da TV brasileira, o “Observatório da Imprensa” vai comentar  hoje à noite o filme “Frost/Nixon”.


Não perca, é uma volta ao passado e pode ser uma premonição para o futuro. Na TV-Brasil, às 22:40. Em S. Paulo  também ao vivo pelo Canal 4 da Net. Se preferir a telinha do computador, veja no site www.tvbrasil.org.br