Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>Eleitor de olho na renda
>>Telejornal sem interrupção

Eleitor de olho na renda


Trunfo eleitoral do presidente Lula é a notícia que está hoje com maior ou menor destaque na primeira página da Folha e do Estadão: a renda do trabalhador teve alta de 7,7% em maio, na comparação com abril. Isso vale para o eleitor mais do que cem discursos.


Telejornal sem interrupção


Alberto Dines mostra a necessidade de mudar a maneira como é encaixada na programação a propaganda partidária obrigatória. Fala, Dines.


Dines:


– No dia 16, exatamente há uma semana, protestamos contra aquela propaganda política disfarçada em reportagem enfiada pelo PFL dentro do Jornal Nacional. Alguém ouviu e tomou providências, tanto que a segunda propaganda do mesmo PFL, na última segunda, mostrou o tempo todo o nome do partido e abandonou o disfarce de reportagem. Mas continuou a absurda prática de se interromper um telejornal para fazer propaganda política e sempre aproveitando as altas audiências trazidas pela cobertura da Copa do Mundo. Novamente alguém ouviu nossa denúncia e tomou providências. Assim é que a propaganda eleitoral exibida ontem à noite pelo PSDB foi inserida logo no início do Jornal Nacional, em seguida à “escalada”, as manchetes. Em apenas uma semana foram coibidos alguns abusos mas o cerne do problema continua intocado e pode ser resumido pela pergunta que está no nosso site: pode a propaganda partidária interromper um telejornal ? Até ontem à noite 72% dos freqüentadores do site do Observatório diziam que a propaganda partidária não pode interromper a edição de um telejornal. Agora cabe ao TSE fazer alguma coisa.


Propaganda enganosa


No dia da propaganda do PFL o Jornal Nacional não fez nenhum comentário crítico. Ontem, houve duas referências críticas, a mais forte no retorno à programação normal, quando William Bonner disse: “Bem, estamos de volta ao Jornal Nacional, depois da propaganda obrigatória”. Parece que seu chamado alertou também os editores do Jornal Nacional.


Um bom serviço jornalístico que a Rede Globo prestaria à população seria avaliar criticamente os programas partidários. Não só a fórmula enganosa de todos eles, mas principalmente seu conteúdo. No de ontem, do PSDB, era como se tudo tivesse dado certinho durante os governos de Covas e Alckmin em São Paulo. Sobre segurança pública, a propaganda de Alckmin insiste no discurso linha-dura, de olho no eleitorado malufista, e não fez nenhuma referência à terrível explosão da crise da segurança pública vivida no estado inteiro durante o mês de maio. Hoje, o Estadão noticia que novamente há presídios paulistas em estado de alerta.


Segurança federal


Inaugura-se hoje o primeiro presídio federal, de segurança máxima. Custou e custará caríssimo. Depois dos erros cometidos nas outras prisões, resta ver se cumprirá sua função de desarticular cúpulas de grupos criminosos.


Passageiros sofrem


Alberto Dines, grande usuário da Ponte Aérea, constata que, entre as empresas aéreas encarregadas de absorver os passageiros sem-vôo da Varig, a TAM e a Gol não dão conta da tarefa. Dines viveu isso anteontem no check-in da TAM. A BRA simplesmente não dá satisfações. E, supreendentemente, nos vôos que não suspende a Varig está impecável. Chega e parte na hora com todos os assentos lotados.


Hoje os jornais, com atraso, dão destaque a problemas de passageiros sem-vôo da Varig, mas é mínima a referência aos aos contratempos que eles encontram nas outras empresas.


Milhas herdadas


know-how na área de fracassos aéreos. A Delta Airlines, que, segundo o Jet Site, noticiário na internet, embarca 105 milhões de passageiros por ano, atravessa uma grande crise. A Swissair estava falida, o governo suíço forçou bancos a colocarem dinheiro na empresa, que ressurgiu com o nome Swiss, e mesmo assim não funcionou. Foi comprada pela Lufthansa.


Quando a PanAm encerrou suas atividades, em 1991, seu programa de milhagem foi absorvido por outras empresas. Espera-se que as autoridades, sob vigilância da mídia, encontrem soluções capazes de honrar os compromissos assumidos pela Varig.