Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas. ************ O Estado de S. Paulo
Quarta-feira, 5 de abril de 2006
EDITORA ABRIL
Editora Abril comunica à CVM decisão de abrir capital
‘Em mais um passo rumo à abertura de capital, a editora Abril, líder do mercado de revistas no País, pediu ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o registro de companhia aberta e comunicou oficialmente que pretende protocolar em breve o registro de oferta pública de ações preferenciais para fazer uma emissão.
Procurada pela reportagem, a empresa confirmou o pedido mas não deu mais detalhes, alegando estar sujeita às normas de conduta da CVM. O fato relevante publicado nos jornais de hoje é assinado pela vice-presidente de Finanças e Controle Eliane Aleixo Lustosa, ex-diretora de finanças do Ponto Frio (Globex Utilidades), que assumiu o cargo no ano passado como parte do processo de reestruturação da empresa.
Há pouco mais de um ano, lutando para abater suas dívidas, a Abril tornou-se a primeira empresa de comunicação do País a receber um investimento estrangeiro. Na época, a empresa recebeu R$ 150 milhões da Capital International, administradora de fundos de investimentos, o que corresponde a 13,8% do capital total da empresa presidida por Roberto Civita. A entrada de estrangeiros no setor até o limite de 30% foi autorizada por meio de mudança na Constituição. Foi o primeiro passo da Abril rumo à abertura de capital.
Os recursos obtidos no exterior foram usados para recompor capital de giro e abater dívida. No acordo, a família Civita permaneceu no comando.
Roberto Civita afirmou à época que o ‘acordo histórico’ dava condições ao grupo de voltar a crescer. A negociação durou um ano e só foi possível com a reestruturação iniciada em 2002. Em 2004, a receita líquida foi de R$ 2,1 bilhões. O Lajida (lucros antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 415,4 milhões.’
TV DIGITAL
Costa admite atraso na escolha da TV digital
‘O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse ontem que ainda há condições de iniciar neste ano, em dezembro, a operação comercial da TV digital. Mas ele concorda que não dá para cumprir a previsão inicial do governo, que pretendia inaugurar a transmissão digital comercialmente no dia 7 de setembro. ‘A nossa previsão, em janeiro, era para setembro. Como estamos em abril, então nós empurramos esse cronograma para, no mínimo, novembro, ou começo de dezembro’, afirmou Costa, após participar do lançamento de um projeto de telefonia para portadores de deficiência, com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).
O atraso na entrada da operação comercial da TV digital é conseqüência da demora do governo em decidir qual padrão tecnológico adotará no Brasil: o japonês, o europeu ou o americano.
Segunda-feira completam-se dois meses desde a primeira previsão de anúncio do padrão, marcada inicialmente para 10 de fevereiro. ‘Você não pode dizer para o presidente o que ele vai fazer, tem de esperar. O presidente sabe direitinho a hora que ele vai anunciar.’
Segunda-feira, o diretor de Engenharia da Globo, Fernando Bittencourt, afirmou que as emissoras precisam de um prazo de um ano a um ano e meio para iniciarem a operação comercial a partir da definição do padrão tecnológico.
‘No começo do ano, falávamos que precisávamos de tempo hábil para a implantação do sistema, na medida em que o tempo está passando, vai dificultando o cronograma, mas eu acho que ainda há tempo de se colocar comercialmente este ano’, reiterou o ministro.
Costa disse que está aguardando a autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que uma comissão de ministros vá, na próxima semana, ao Japão e à Coréia do Sul negociar a instalação de uma fábrica de semicondutores no País.
Há, entretanto, a sugestão de que a comitiva passe também pela Europa, já que empresas européias como a Philips e a ST Microelectronics também mostraram interesse em produzir semicondutores no Brasil. ‘Na medida em que ele (presidente) autorizar nossa viagem, vamos sentar e definir o roteiro.’
O programa anunciado ontem por Costa deverá beneficiar 3 milhões de portadores de deficiências e 920 instituições, onde serão instalados aparelhos para surdos e cegos.
Os deficientes auditivos poderão se comunicar por meio de um telefone com teclado e visor.
Já os deficientes visuais terão acesso a computadores, ligados à internet em banda larga, com aplicativos que transformam em áudio o texto que aparece na tela.
A proposta ficará em consulta pública por 10 dias e a previsão é de que em 45 dias sejam concluídas as regras para a sua implantação. A portaria, lançando a consulta pública, é a primeira impressa em braile.
Para o projeto estão previstos R$ 7 milhões de recursos do Fust. ‘Vai ser a primeira vez que vamos usar os recursos do Fust’, disse o ministro, prevendo para o segundo semestre um outro projeto, desta vez para levar telefone fixo a 70 mil escolas públicas da zona rural e a 30 mil escolas nos centros urbanos.’
POLÊMICA NA TV CULTURA
Cultura ignora seu ombudsman
‘A TV Cultura não cogita sequer discutir as críticas que o ombudsman da emissora, Oswaldo Martins, vem fazendo ao jornalismo do canal por meio do site da casa (www/tvcultura.com.br/ombudsman). Não há por que duvidar. Faz mais de ‘dezesseis meses’, conforme relata o próprio Martins em texto assinado em 7 de fevereiro passado, que o ombudsman vem estampando na web observações que não são atendidas pela direção da emissora.
A Cultura manifestou-se oficialmente a pedido do Estado. Informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que respeita a opinião de seu ombudsman, mas ‘é importante sublinhar que a sua opinião não expressa nem reflete a opinião da TV Cultura’.
Para o professor da Escola de Comunicação de Arte (ECA) da USP Laurindo Leal Filho, a questão é delicada. ‘Extinguir o jornalismo da emissora é uma proposta radical’, diz. Não que o professor, um expert no tema jornalismo e respeitado nos domínios da TV pública, veja no jornalismo da Cultura um trabalho irrepreensível no quesito qualidade. ‘Eu concordo com ele no que diz respeito à necessidade de melhorar qualidade e conteúdo, talvez fosse até o caso de inovar na forma. Acho que tem faltado algum pluralismo editorial, mas daí a defender a extinção do jornalismo, isso não. Não concordo.’
Diretor do Canal Universitário e igualmente especialista no assunto, Gabriel Priolli também discorda do ombudsman da Cultura. ‘Acho que a crítica não procede. Primeiro, porque não é uma questão de opção – ter ou não jornalismo. A Cultura é uma TV aberta e a legislação obriga que 5% da grade tenha jornalismo’, diz Priolli. ‘Independentemente do aspecto legal, não vejo como extinguir o jornalismo de uma emissora que tem 40 anos de tradição na área. Ela pode estar enfrentando algum problema conjuntural, então é isso que tem de ser enfrentado.’
Leal endossa. Diz que o mínimo que se pode esperar de uma TV pública, mantida com verbas públicas, é que ela preste um serviço de jornalismo eficiente.
‘Não há nenhum interesse para o telespectador e para o contribuinte paulista em se acabar com o jornalismo’, fala Priolli. ‘Preservar o espaço do jornalismo me parece essencial e é um patrimônio da cidadania paulista que precisa ser preservado.’
O texto de Martins em defesa do fim do jornalismo da emissora data de 23 do mês passado. Ganhou fôlego na semana passada, quando alguém resolveu associar uma antiga reivindicação do ombudsman à mudança de comando da direção do setor – Pola Galé, que vinha exercendo o cargo interinamente, será substituído por Albino Castro – ex-SBT e Gazeta – a partir de segunda-feira. Os dois episódios não mostram mais que coincidências. A Cultura vem procurando um diretor para ocupar a função oficialmente há mais de um ano.
Martins defende que o jornalismo factual saia de cena e que o dinheiro gasto na produção de noticiários (25% do orçamento da casa) seja destinado a documentários bem-acabados.
Procurado pelo Estado, Marcos Mendonça, presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da Cultura, não foi localizado. Ele está em Cannes, para a MIP, uma das principais feiras anuais da TV mundial.’
TELEVISÃO
Ídolos, versão SBT do show de calouros que os EUA amam
‘O SBT estréia hoje, às 21h45, Ídolos, versão brasileira do reality show de maior sucesso hoje na TV dos Estados Unidos, o American Idol. E não é somente no formato que que o show brasileiro se assemelha ao americano. Maior característica dos aspirantes a cantores do Ídolos de Silvio Santos é aquela voz típica das divas americanas e dos sertanejos pop do Brasil. ‘Aquelas vozes tremidas’, esbraveja o produtor musical e jornalista Carlos Eduardo Miranda, um dos jurados da atração.
Ídolos é um show de talentos diferente de Popstars, que já foi produzido pelo SBT, e de Fama, que teve edições na Globo. Não há confinamento nem academia de música e os finalistas são escolhidos primeiramente pelos jurados e depois pelo público – por telefone ou SMS. Para a seleção dos 30 candidatos, os jurados estiveram em cinco cidades brasileiras ouvindo as mais diversas – e, muitas vezes, bizarras – vozes.
Nessa busca, os jurados viram e ouviram de tudo. ‘Tinha horas em que queria pular no pescoço de um candidato’, fala Miranda. ‘E eu, às vezes, chorava de raiva ou de emoção.’ O jurado diz que eram sempre as mesmas músicas – Ana Carolina, Jorge Vercilo, Fat Family e Elis Regina. ‘E era muito louco porque quando apareciam meninas com boné e calça rasgada, podíamos ter certeza de que iria ser axé’, completa. ‘Outras vezes chegava um cara vestido de roqueiro e cantava Zezé Di Camargo e Luciano’, conta o compositor e empresário musical Thomas Roth, também do júri. ‘Teve uma menina que chegou vestida de Xuxa e cantou metal.’
Todas essas bizarrices irão ao ar no primeiro – e mais divertido – mês de Ídolos, na seleção dos candidatos. A partir de maio, o programa será ao vivo, com os 30 finalistas cantando para o público e ouvindo as opiniões dos júri, que conta ainda com a cantora e produtora musical Cynthia Zamorano, a Cyz, e o compositor e radialista Arnaldo Saccomani. Como a versão brasileira não terá um Simon – o jurado grosso de American Idol -, Miranda e Saccomani, os ‘mais mal-humorados’, por definição deles mesmos, farão as críticas mais ácidas.
A maior curiosidade da atração é a diretora Daniela Beyruti. A filha de Silvio Santos – apesar de não adotar o sobrenome Abravanel – assistia ao American Idol quando fazia mestrado em cinema e TV na Virginia (EUA). ‘O ídolo escolhido vai durar’, prevê, baseada na ganhadora do Grammy Kelly Clarkson, oriunda da atração.
(SERVIÇO)Ídolos. 4.ª, 21h45 às 23h; 5.ª, 22h30 às 23h30.
Estréia hoje. SBT’
***
Entre elas, a divertida My Name Is Earl
‘O canal FX, da Fox, estreará no domingo, dia 9, às 21 horas, a ótima série de humor quase negro My Name Is Earl, protagonizada pelo ator Jason Lee – dos filmes Quase Famosos e Procurando Amy. A comédia mostra as tentativas de Earl para reparar erros do passado. Depois de um golpe de sorte, que durou pouco, Earl decide pedir perdão às pessoas que prejudicou de alguma forma. E a lista é enorme. O problema é que, para consertar sua vida, ele às vezes escolhe caminhos um pouco tortos e muito divertidos.
Às 21h30, logo após My Name Is Earl, o FX colocará no ar a versão americana da série inglesa The Office. O seriado segue o roteiro do original, mas não consegue ter a mesma graça. O ator Steve Carrel até se encaixa bem na pele do protagonista Michael, mas quem viu Ricky Gervais no papel vai sentir que falta algo nessa nova versão. E isso não é novidade. A cópia americana da ótima comédia inglesa Coupling foi um fracasso, mesmo seguindo o roteiro original, e foi cancelada já no terceiro episódio.
Só não dá para entender por que My Name Is Earl entrará no FX, cujo slogan é ‘o que o homem vê’. Caberia muito melhor na Fox.’
Keila Jimenez
BBB6 dá mais tempo para merchandising
‘O BBB6 não foi uma maravilha em audiência, mas deve ter deixado seus anunciantes no mínimo contentinhos, pois o tempo de exposição das marcas em merchandising foi surpreendente. Segundo a Controle da Concorrência, empresa que monitora inserções comerciais, os cinco maiores investidores em merchandising no BBB 6 tiveram sua marca exposta, juntos, por mais de 6 horas, contabilizando as exibições editadas diárias na Globo. No BBB 5, os cinco maiores anunciantes em merchandising ficaram, juntos, 28 minutos expostos na tela.’
************
Folha de S. Paulo
Quarta-feira, 5 de abril de 2006
CRISE POLÍTICA
‘Bomba’, tumulto e blefe na capital
‘A convocação da entrevista coletiva na qual foi dada a versão de Antonio Palocci Filho para o episódio do sigilo, na realidade uma grande operação de despiste, levou nervosismo aos meios políticos de Brasília ontem, gerando uma onda de boatos como há muito não se via na capital.
Tudo começou no fim da tarde. Por volta das 16h, as redações foram avisadas de que o ex-presidente da OAB José Roberto Batochio concederia uma entrevista às 17h30 no hotel Meliá. Um assessor informou que Batochio havia mandado avisar que divulgaria uma ‘bomba’, mas não sabia do que se tratava.
Imediatamente a informação se espalhou e cerca de 50 jornalistas se apinharam no lobby do hotel, aguardando Batochio. Blogs políticos, sites de notícias, jornalistas e políticos só falavam do assunto. E a palavra-chave na boca de todos era Marcelo Netto.
O ex-assessor de imprensa de Palocci vinha sendo procurado pela Polícia Federal para depor sobre o caso desde a sexta-feira passada. Nem amigos próximos vinham tendo contato com o jornalista nos últimos dias.
Como é visto como o responsável pelo vazamento à revista ‘Época’ dos dados do sigilo do caseiro pela polícia e pela CPI dos Bingos, a equação foi fechada na lógica política da capital: Netto, acuado, iria ‘falar tudo’ e contratou Batochio para tanto.
As atenções se voltaram imediatamente para Márcio Thomaz Bastos, já que dois assessores seus se encontraram com Palocci em sua residência no dia da violação do sigilo. Circulou então a informação de que o ministro da Justiça teria pedido demissão, alimentada pelo fato de Thomaz Bastos não estar sendo encontrado em Brasília depois de retornar do Rio.
A informação foi negada pelo Palácio do Planalto, que também ajudou a aumentar os rumores na cidade ao divulgar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia cancelado uma viagem que faria ontem à noite para a Bahia, sem esclarecer os motivos.
Lula acabou deixando o Planalto somente por volta das 22h, após uma reunião com Bastos.
Com a demora na realização da entrevista de Batochio, adentrando a noite, começou a circular a informação de que advogado não havia sido contratado por Netto, o que acabou sendo confirmado. Ele, na realidade, estava a serviço, com o advogado José Roberto Leal, do ex-ministro Palocci.
A operação para atrair a imprensa ao hotel visava esconder uma estratégia dos advogados do ex-ministro: a antecipação do depoimento de Palocci de hoje para ontem à Polícia Federal, em sua residência. Já Marcelo Netto foi intimado ontem e deve depor hoje pela manhã na PF.’
TODA MÍDIA
Brasília ferve
‘Começou, ao que parece, no blog de Josias de Souza, início da tarde, ao falar do ‘novo fio desencapado’:
_ Marcelo Netto espalha por Brasília a idéia de que pode produzir a qualquer momento um curto-circuito. É o que informa a coluna de Mônica Bergamo.
O ex-assessor de Antonio Pa locci ‘estaria disposto a detonar o governo Lula’.
Às 16h20, Magno Martins postou em seu blog:
_ O ex-presidente da OAB José Roberto Batochio convocou a imprensa em Brasília. Grande suspense. As especulações dão conta de que estaria decidido a entrar com pedido de impeachment.
O blog de Fernando Rodrigues entrou em seguida:
_ Brasília ferve.
Passaram-se as horas e nada. Início da noite e o blog de Sérgio Léo já fazia piada, sob o título ‘Bomba! Homem-bomba pode virar traque!’:
_ Ao chegarem, os jornalistas foram informados de que falará Netto, de quem Batochio seria advogado. Uma multidão de repórteres está num saguão de hotel, à espera…
Depois:
_ Se ninguém aparecer ou aparecer o sujeito e não disser nada, cabe perguntar com quem andou conversando.
O blog de Ricardo Noblat saiu trombeteando que ‘o governo tenta impedir a entrevista do ex-assessor’.
Até que apareceu Batochio, afinal, ao vivo pela Band News _e não era nada daquilo. Ele é advogado de Palocci, não de Netto, e só falou do depoimento à Polícia Federal.
Encerrada a reportagem na Globo News, comentou Cristiana Lôbo:
_ Foi impressionante o dia de rumores em Brasília. Desde as 16h30 que está uma barafunda. Batochio convocou entrevista, 40 jornalistas ficaram num hotel aguardando, milhares de notícias desencontradas. Uma hora seria depoimento do ex-assessor. Boatos de demissão do ministro da Justiça, dos assessores, todos desmentidos. Enfim, Brasília está cheia de informação e contra-informação.
TUTELA
Kassab prefeito, no ‘SPTV’
À tarde na Globo, Fátima Bernardes narrou as cenas dos ‘1.500 professores que fecharam o centro de São Paulo’.
Antes, no ‘SPTV’, o prefeito Gilberto Kassab, do PFL, dizia que a greve estava bem encaminhada com o secretário que herdou. Sobre o acordo com empresas de ônibus, remetia a outro secretário. Falou sem parar em ‘continuidade’, o que repisou depois à rádio Bandeirantes.
Nesta última, mais pressionado, acabou dizendo que ‘não será tutelado’ por José Serra.
A renúncia do prefeito, registre-se, levou a críticas de Gilberto Dimenstein, no final da semana na CBN, contra ‘este momento trágico para São Paulo’:
_ É o momento mais negro na história deste grande homem público que se chama José Serra… O que será lembrado do prefeito Serra é que foi um indivíduo que fez da cidade um trampolim político.
Reação mais violenta, porém, veio dos blogs, contra Dimenstein. Reinaldo Azevedo falou em ‘cabo eleitoral escancarado do PT’ _e fez diversas citações históricas sobre anti-semitismo. Uma delas:
_ Trágico teria sido se Serra permanecesse (não uso a palavra ‘negro’, a que recorre Dimenstein, porque, claro, não empregaria ‘judiação’, por exemplo, para indicar a prática de castigos). É bom escolher os termos…
Ainda o PMDB
Folha Online, de manhã:
_ Alckmin negocia com PMDB e discute vice.
Fim de tarde e a mesma Folha Online trazia o tucano Tasso Jereissati negando ‘de forma categórica’ a vaga de vice ao PMDB _e oferecendo ao PFL.
Na escalada da Record:
_ Nova peça no jogo da sucessão. Ala do PMDB lança Itamar para presidente.
Ou PSD
No UOL, o cientista político Carlos Melo lembrava, com ironia, a frase atribuída ao mineiro Tancredo Neves:
_ Entre a Bíblia e o capital, o PSD fica com o ‘Diário Oficial’.
Com vice de Alckmin ou Lula ou sem candidato, ‘o PMDB vai sair vitorioso’:
_ A governabilidade solicitará ao partido uma grande cota.
Riscos políticos
Do ‘Financial Times’ ao site Market Watch, surgiram alertas ontem sobre risco nos investimentos em países emergentes. Da coluna do ‘FT’:
_ Os bancos centrais do G3 estão todos em modo de aperto ao mesmo tempo. Apesar disso, os emergentes se provam resistentes. Vão continuar? Não só os juros mundiais estão crescendo, mas os riscos políticos.
E do Market Watch:
_ Os investidores têm que ser mais cautelosos nos emergentes, porque uma série de eleições na América Latina põe em cena um risco substancial, disse em Belo Horizonte o vice-presidente sênior do Citigroup.
Daí volta o ‘FT’ e entrevista o assessor econômico do favorito no México, que sai dizendo que ‘Obrador, mais do que Chávez, lembra o prudente Lula’.’
TV DIGITAL
Governo já admite atraso no início da comercialização da TV digital
‘A demora do governo em definir um padrão atrasou o cronograma para a implantação da TV digital no país. O governo previa testes em junho e início da operação comercial em setembro. Agora, a expectativa do governo é que a TV digital só comece a operar comercialmente a partir de novembro ou dezembro.
‘No comecinho do ano nós falávamos que precisávamos de tempo hábil para a implantação do sistema. Na medida em que o tempo está passando, você vai dificultando esse cronograma’, disse o ministro das Comunicações, Hélio Costa.
Na segunda-feira, o diretor de engenharia da TV Globo, Fernando Bittencourt, já havia descartado a possibilidade de transmissões comerciais da TV digital ainda neste ano, por conta do atraso do governo para decidir o padrão. Segundo Bittencourt, que também representa a SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Telecomunicações), a TV digital neste ano ficará restrita a demonstrações para receptores.
A Folha publicou, na edição de 8 de março, que o governo já se decidiu pelo padrão japonês (ISDB), preferido das emissoras.
Nas últimas semanas, representantes do padrão europeu procuraram o governo para negociar a instalação de uma fábrica de semicondutores em troca da escolha do padrão DVB. Nos próximos dias, representantes do governo brasileiro deverão viajar ao Japão para negociar contrapartidas industriais à escolha do ISDB como padrão de TV digital.’
INTERNET
Venda on-line dobra no país em dois anos
‘As vendas do comércio eletrônico duplicaram nos últimos dois anos no Brasil, tanto nas negociações entre empresas quanto na comercialização direta para o consumidor final. É o que informa a 8ª Pesquisa Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro, feita pela FGV (Faculdade Getulio Vargas) e divulgada ontem.
Com o estudo sobre comércio eletrônico, a FGV também mostrou sua 17ª pesquisa anual sobre o mercado de informática no Brasil. O estudo indica que há, atualmente no país, 32 milhões de computadores em uso (leia texto abaixo). E prevê que, em 2006, haverá um crescimento de 15% sobre as vendas das 6,2 milhões de unidades comercializadas no ano passado.
Segundo a pesquisa sobre comércio eletrônico, até março de 2004, a participação das transações comerciais on-line realizadas estritamente entre empresas -chamadas de business-to-business (ou B2B)- era pouco mais de 9% do total desse mercado. Atualmente, somente 24 meses depois, esse tipo de transação on-line já responde por 19,6%.
Com relação ao comércio eletrônico realizado entre usuários finais e empresas, como internautas e lojas virtuais, os números também mais que dobraram. O índice de negócio-a-consumidor medido em março de 2004 respondia por cerca de 2,9% das vendas diretas ao consumidor. Atualmente, segundo o estudo divulgado pela FGV, esse mesmo índice está no patamar de 7,45%.
Na esfera negócio-a-negócio, o estudo informa que empresas do ramo da indústria são as que mais forte investem no comércio eletrônico, com 20,18% da participação no mercado. Em seguida, aparecem companhias ligadas ao comércio (18,66%), e, por fim, aos prestadores de serviços (17,52%).
No âmbito negócio-a-consumidor, o setor industrial também tem grande destaque, com 8,46% da participação nesse nicho de mercado. Em seguida, aparecem empresas do setor de serviços (5,12%) e do comércio (4,77%).
Investimento
Apesar de ter havido crescimento no ramo de comércio eletrônico, quase nenhum setor comercial investiu pesadamente na área. Prova disso é que os gastos e investimentos em comércio eletrônico atingiram a média geral de 1,02% da receita líquida das companhias. A indústria investe no comércio eletrônico apenas 0,31% de sua receita líquida; o comércio aplica mais, 0,95%, e o segmento que mais investe é o de serviços, com aplicação de 1,43% de sua receita líquida.
No ano anterior, a média de gastos e investimentos em comércio eletrônico por parte dos mesmos setores de atividade tinha sido de 0,8% (indústria, 0,28%; 0,86% no comércio; e 1,28% no setor de serviços).
Para desenvolver o estudo, a equipe da FGV considerou 414 empresas, de vários setores econômicos, ramos de atividades e portes. Entre as entrevistadas, estão companhias nacionais e multinacionais, que operam no mercado brasileiro e atuam em diversos níveis no ambiente digital.
Segundo dados da FGV, entre companhias pesquisadas, 40% atuam na área de serviços, 35% na indústria e, por fim, 25% no comércio. Os desenvolvedores do pesquisa não divulgaram os números absolutos do estudo.’
***
País deve ganhar mais 7,1 milhões de PCs até o fim do ano
‘Estão em funcionamento no Brasil atualmente 32 milhões de computadores. E, até o final do ano, mais 7,13 milhões de unidades devem sair das prateleiras e ser colocadas em uso. Isso é o que informa a 17ª pesquisa anual sobre o mercado brasileiro de informática, desenvolvida pela FGV. O principal objetivo desse tradicional estudo é dar um panorama de como anda o mercado de tecnologia no Brasil.
Uma das previsões do estudo, coordenado pelo professor Fernando S. Meirelles, dá conta de que haverá um crescimento de 15% no mercado de PCs no Brasil em 2006.
Segundo dados da pesquisa, em 2005, saíram das fábricas e chegaram a empresas e lares brasileiros cerca de 6,2 milhões de máquinas. A pesquisa foi realizada com 4.000 empresas de portes médio e grande, que responderam a 1.630 perguntas.
Em média, as empresas brasileiras gastaram, até março de 2006, com investimentos em tecnologia da informação, 5,3% de seu faturamento líquido.
‘A tendência é que, nos próximos 12 meses, haja um crescimento considerável no investimento a itens ligados à tecnologia da informação’, afirma o professor Meirelles.
Apesar das previsões de Meirelles, o custo anual por teclado (CAPT, índice que leva em consideração os gastos e investimentos totais no ano dividido pelo número de teclados) ficou estável, empacando em US$ 9.200. Entretanto, devido à queda do dólar, se for considerado esse valor em reais,o CAPT caiu 12%, para R$ 22.100.
Modernização
A pesquisa mostra claramente a modernização do parque de microcomputadores instalados nas empresas. Em 2003, os PCs baseados em processador Pentium 4 eram 29% do total. Os dados mais recentes, de 2005/2006, indicam um crescimento da participação para 58% do total. ‘O que mais me chamou a atenção nesse estudo foi verificar a maturidade do processo de informatização dos últimos 12 meses nas empresas brasileiras’, informa o professor Meirelles. ‘As companhias do país estão cada vez mais maduras, se considerarmos estritamente o ponto de vista tecnológico.’’
Mariana Barros
Buscadores terão mudanças na aparência
‘Não será nada de excepcional, mas os buscadores do Google e da Microsoft apresentarão, em breve, algumas mudanças em sua aparência. O Google acrescentará barras verdes à esquerda da tela, que indicarão a incidência da palavra-chave em diferentes categorias, como pesquisa por imagem ou local e grupos, produtos ou notícias relacionados ao tema. A pesquisa visa atrelar e relacionar os canais do buscador.
A novidade do MSN, da Microsoft, por sua vez, estará vinculada ao pacote de serviços on-line Live.com. A interface de busca incluirá notícias via RSS para cada pesquisa, uma apresentação melhorada dos resultados de imagens e um sistema em que a página é atualizada conforme o usuário desce a barra de rolagem. Mas sua velocidade, segundo analistas, deixa a desejar.
Propaganda
Na semana passada, o Google inseriu, nos mapas de resultados de sua busca local, balões contendo anúncios, inaugurando outra forma de ganhar dinheiro com propaganda on-line. Os balões flutuam virtualmente sobre os estabelecimentos que anunciam e contêm informações ou link para o site da empresa relacionada.’
TELEVISÃO
Antropo(hip-hop)logia
‘Nesses dias, estava pensando cá com meus botões -pra falar a verdade, estou pensando num certo domingo e nos outros que vieram-, muitos sites, reportagens e programas estão simplesmente copiando o que papai global diz. A mídia convencional já faz isso, ‘clipa’ as notícias e as distribui. E, agora, somos iguais, é a mídia do ‘hip-hop’ imitando os grandes meios.
Até que ponto um documentário que foi apresentado como ‘furo jornalístico’ nos ajuda? Alguém já pensou nisso?
O assunto é o mesmo, o documentário que a Globo exibiu, a favela desnudada, exposta, aberta, e seu ingresso é somente um aperto de botão.
Mas, calma! Refrigera sua alma antes de tomar tal decisão. Falo isso porque o ‘hip-hop’ e a nossa literatura sempre tiveram uma atitude diferenciada da atitude do resto das pessoas sem senso crítico. Ou não?
Mas, afinal, o que isso vai ajudar? Tupac morreria de novo, se realmente estivesse vivo, vendo um irmão de cor falando como branco na cara dura, compactuando com um dos programas televisivos (jornalísticos?) mais prejudiciais ao nosso povo.
Ultimamente tá assim, muita gente aceita tudo que vai rolar, como se fosse natural, e criticar virou um defeito. Acho que é um defeito quando você só critica e não faz nada, mas se faz, meu nêgo, então, pau no gato.
Me perdoem, mas desconfio de muita coisa. Todo mundo tá correndo pelo seu -e isso é um fato-, mas tem umas atitudes em que a favela, ou nossa periferia, ou a comunidade, seja como você a chama, tá em último plano.
Até que ponto um documentário que foi apresentado e rotulado como ‘furo jornalístico’, exibido em rede nacional, nos ajuda? Alguém já pensou nisso hoje? As críticas do então rapper MV Bill ecoaram por todos os jornais contra o filme ‘Cidade de Deus’. Segundo ele, o filme não voltaria nada para o lugar e denegriria mais a imagem da Cidade de Deus. E fica a pergunta no ar: ‘E o documentário ‘Falcão’, não denigre essa comunidade e todas as outras por onde aconteceram as filmagens?’.
Até que ponto a denúncia dá vida e legitima a atitude violenta de alguém? Acho que denunciar é o que sempre fizemos, mas também com muita arte e senso positivo, lutando para um dia isso mudar. No final do documentário, fica uma pergunta, que, tenho certeza, todo mundo se fez: ‘E daí?’.
Os telespectadores desligam a televisão e vão dormir, os comentaristas que foram convidados são uma piada. Glória Perez e Manoel Carlos vão escrever suas novelas, que é o que dá dinheiro, mas contribui para tudo que passou em ‘Falcão’.
É, meus amigos, o efeito falando da seqüela. Ou será que a ‘dona Globo’ daria 58 minutos para um documentário sobre o ‘hip-hop’ enaltecendo os artistas do gueto? Não, acho que não.
O resultado é a vendagem de produtos com o nome ‘Falcão’ e até piadas, como a do programa ‘Pânico’, ‘Falcatrua, os meninos do Planalto’.
Mano Brown, Consciência Humana, Gog, Realidade Cruel e eu mesmo conquistamos a favela pelo talento, não pelo escândalo. Você quer isso? Então, filma o maloqueiro com o fuzil em cima do morro, mas, no final, me dá uma dica sobre como não perpetuar isso.
Porque o telespectador já sabe que tá um caos mesmo, mas tá olhando só pro próprio umbigo, ou seja, se os problemas do morro não são parecidos com os meus problemas, então, não há problemas. Retratar o caos, pura e simplesmente, não é revolução. A nossa revolução é querer mudar, querer -de verdade- mudar. Sem essas de capitalizar em cima da miséria, que é o que muita gente tá fazendo, pensando que estamos dormindo, pensando que estamos de chapéu.
Graças ao meu pequeno dom, ganho meu $ honestamente, vendo roupas, vendo livros, vendo minhas palestras, mas nunca comercializei o gueto. O que está à venda é meu trabalho, não eu.
Não sou santo no bagulho, tenho defeitos -e muitos, por sinal-, mas vamos deixar claro um barato, tiozão, num vem jogar arroz em falso casamento, que, aí, é subestimar demais a rapaziada da favela. Pra quem não sabe, há eventos aqui, quermesses, shows na rua, teatros ao ar livre, saraus. Mas isso não atrai, felicidade não dá Ibope.
Meu povo não é só aquilo, imagens borradas, desesperança em todas as quebradas. Somos mais, muito mais.
Só quero dizer que temos que refletir, tantos meninos tiveram que morrer para alguém vender mais CDs, documentários etc. É isso? Apenas isso?
E a mudança? Orientar sobre gravidez precoce, sobre o uso de drogas, montar uma campanha real para nossos meninos e meninas desvalorizados, estigmatizados pelos olhos da elite, do próprio povo e por todos os meios de comunicação? Não podemos só mostrar a conseqüência, temos que mostrar a causa.
Nem tudo que você vê é nossa cultura, não somos antropófagos.
Pense nisso e não me fale, por favor, de discurso ‘hip-hopista’, que isso já deu no saco, não entrei no ‘hip-hop’ pra ser reformista. Se não, me dá a conta que eu tô saindo fora, o nosso movimento é muito bom, todo mundo entra, talvez esse seja o problema, falar em nome dele é fácil, mudar a ideologia pode parecer fácil, mas, enquanto Deus colocar ar nos pulmões desse maloqueiro aqui, a dificuldade chega.
Porque da mãe que amamenta tantos ninguém pode ferir o peito. Só isso.
Reginaldo Ferréz, rapper e escritor, é autor de ‘Capão Pecado’ (Labortexto, 2000), romance sobre Capão Redondo, bairro na periferia de São Paulo, onde vive o escritor, e de ‘Manual Prático do Ódio’ (Objetiva, 2003).’
Daniel Castro
Globo fará ‘Big Brother’ com celebridades
‘O próximo ‘Big Brother Brasil’, o sétimo, pode ser o último com participantes anônimos. J.B. de Oliveira, o Boninho, diretor-geral do ‘reality show’ da Globo, já planeja realizar a versão brasileira do ‘Big Brother VIP’, com celebridades _o que lembra os primeiros ‘Casa dos Artistas’, do SBT.
Boninho acalenta a idéia de um ‘BBB’ com atores, cantores e personalidades públicas desde 2003. Na época, depois da falta de empolgação com o ‘BBB 2’, o diretor levou a idéia à cúpula da Globo, que a rejeitou. O ‘reality show’, então, decolou com anônimos.
O sexto ‘BBB’, neste ano, foi um megassucesso (as edições de terças-feiras deram 48 pontos, quatro a menos que ‘BBB 5’) de audiência, mas já revelou um certo desgaste: os participantes, conhecedores do formato, preocuparam-se em ser politicamente corretos, e o conteúdo do programa foi um tanto morno. Além disso, o ‘Big Brother VIP’ é uma tendência mundial após três ou quatro edições do convencional.
A Globo já tem garantidos por contrato os ‘BBBs’ de 2007 e 2008. Quer mais, pelo menos até 2010, porque o programa é muito rentável, uma ‘máquina de fazer dinheiro’, na fala de Boninho.
O próximo ‘BBB’, em 2007, já terá novidades para evitar a pasmaceira dos participantes. ‘Vai ter uma surpresa já no processo de seleção’, adianta Boninho, que prevê, depois desse, pelo menos três ‘BBBs’ com celebridades.
OUTRO CANAL
Passaralho 1 A Rede TV! extinguiu o ‘Programa do Jacaré’ e o ‘Vila Maluca’. Na emissora, fala-se em 90 demissões, na entrada de um novo sócio e na locação de mais horários para igrejas.
Passaralho 2 Superintendente da Rede TV!, Dennis Munhoz nega a entrada de um novo sócio, mas admite mais igreja na grade. Diz que o número de demitidos não chega a 90. ‘Estamos direcionando esforços e investimentos para programas mais lucrativos’, justifica.
Coro A área artística da Globo detestou a vinheta ‘Só se vê na Globo’ da campanha de lançamento da programação 2006. Teve gente que a achou brega e pobre, com cara de propaganda de loja popular.
Então, tá Os diretores de ‘Estrelas’, de Angélica, que estréia neste sábado, anunciam que o programa, uma ‘Caras’ televisiva, não trará apenas artistas da Globo. Mostrará também cantores e até intelectuais. Como Caetano Veloso, exemplificou um deles.
DNA O bebê que Érica (Letícia Birkheuer) espera em ‘Belíssima’ (que anteontem marcou 60 pontos durante 20 minutos) não é de André (Marcello Antony). Na semana que vem, Érica vai bater o carro. E o bebê que nascerá no pronto socorro, já sem vida, é negro.
15 minutos Discretamente, o SBT mudou o horário do ‘SBT Brasil’, das 19h45 para as 20h. A audiência subiu para sete pontos.’
************
O Globo
Quarta-feira, 5 de abril de 2006
TV DIGITAL
Costa admite que atraso na definição do padrão retarda início da TV digital
‘BRASÍLIA. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, admitiu ontem que, à medida que é esticado o prazo para a decisão do governo sobre o padrão, fica mais difícil implementar comercialmente a TV digital este ano no Brasil. Mas Costa evitou comentar a demora em definir a tecnologia, alegando que isso cabe ao presidente Lula.
– Acho que ainda há tempo para este ano. Mas a previsão era para setembro. Se em janeiro pensamos em setembro, em abril estamos pensando em dezembro – disse ele.
A opinião das emissoras de radiodifusão é diferente. O representante da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Telecomunicações (SET) e diretor de Engenharia da TV Globo, Fernando Bittencourt, disse na última segunda-feira que não será mais possível as televisões iniciarem este ano as transmissões comerciais.
Segundo Costa, alguns procedimentos precisam de tempo para serem realizados, pois as emissoras têm de se preparar tecnicamente, comprando e ajustando equipamentos.
– A única coisa necessária para começar comercialmente a TV digital é estar com o padrão definido, com o modelo encaminhado, com os transmissores funcionando e os terminais de acesso no mercado – disse o ministro.
Costa afirmou que o terminal de acesso da TV digital – televisor ou conversor – usado pelo consumidor não é o problema para o início das transmissões da TV digital. Ele disse ter certeza de que as indústrias podem pôr no mercado dez mil ou até mesmo um milhão de terminais de acesso com rapidez.’
************