Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>País grudado na televisão
>>Margem de manobra

País grudado na televisão


A tentativa de negar o “mensalão” foi demolida ontem.


Esta quarta-feira, 20 de julho, será mais um dia de país grudado na televisão. A Folha de S. Paulo dá até uma programação, com diferentes opções de canais: às 10 da manhã, Delúbio Soares na CPI dos Correios. Às duas e meia da tarde, Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.


Margem de manobra


A margem de manobra do governo diminui, e a mídia reflete hoje o desconforto que isso causa. Ontem, Silvio Pereira semeou irritação, enquanto se descobriam listas de sacadores de dinheiro de Marcos Valério. Hoje, Delúbio pode tornar as coisas ainda mais dramáticas. Além disso, constatou-se em pesquisa do Ibope que a crise já afeta a imagem do presidente Lula. E o nome do ministro Palocci volta ao cenário das revelações constrangedoras. Persistem denúncias contra Rogério Buratti, que foi homem forte de Palocci quando este era prefeito de Ribeirão Preto. Toda lucidez é pouca.


Cidades de Severino


O governo poderá sangrar em mais uma frente. O escolhido para o Ministério das Cidades pelo presidente da Câmara, Severino Araújo, é Márcio Fortes de Almeida, atual secretário executivo do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, do ministro Furlan. Ele foi secretário executivo do Ministério da Agricultura entre 1999 e 2002, no segundo governo Fernando Henrique. O ministro era Pratini de Morais. Os jornais de hoje relembram que a Controladoria Geral da União está convencida de que Márcio Fortes de Almeida cometeu irregularidades no Ministério da Agricultura.


Cochilo geral


Em seu depoimento de ontem, Sílvio Pereira disse que as dívidas de campanha do PT foram discutidas na reunião do Diretório Nacional do partido, em abril. Na época, nem se noticiou a reunião, muito menos a discussão sobre finanças partidárias. Em janeiro, a Folha de S. Paulo havia publicado reportagem na qual se dizia que só em cinco capitais as eleições de 2004 haviam deixado uma dívida de 6 milhões e 800 mil reais. Ironia: ouvido pelo PT, o então tesoureiro, Delúbio Soares, declarou que “a tradição do PT é pagar o que deve”.


Lista do Jornal Nacional


O tema principal do Observatório da Imprensa online que entrou na rede ontem é a feia derrapada do Jornal Nacional no caso da lista de sacadores de dinheiro do Banco Rural que teria sido montada pelo deputado Rodrigo Maia, do PFL fluminense. Outro assunto é a desastrosa entrevista dada pelo presidente Lula em Paris. O Observatório online entrevistou por telefone a jornalista Melissa Monteiro, autora da entrevista, que mora em Paris. Ela não quis falar do making of da entrevista.


Daslu na Bloomberg


O estrago internacional provocado pelo caso Daslu será maior do que se imagina. Na edição de agosto da revista Bloomberg Markets, que circula no mundo inteiro, uma reportagem sobre os rumos da economia brasileira tem dois personagens principais. O presidente Lula e Eliana Tranchesi. É de Eliana a fotografia na página de abertura do texto e no sumário da revista.


O caso Daslu, então apenas um empreendimento audacioso, não um assunto de polícia, é usado como exemplo da esperança na estabilização da economia. A Daslu também aparece como símbolo da desigualdade. A revista cita números do Banco Mundial segundo os quais em 2001 os dez por cento mais ricos do Brasil ficaram com 67% da renda. E compara isso com os Estados Unidos, onde a mesma parcela ficou com 44%, e o Japão, onde dez por cento ficaram com 36%.


A Bloomberg aluga mais de 200 mil terminais no mundo, a um preço mínimo de mil e quinhentos dólares por terminal. Fala com a elite dos negócios.


Escola Base


A Editora Três, que publica a revista IstoÉ, foi condenada ontem em primeira instância a pagar indenização a três vítimas do linchamento midiático chamado caso da Escola Base. Os donos da escola paulistana foram acusados em 1994 de agressão sexual contra crianças. Os advogados deles moveram oito processos contra veículos de comunicação e até agora perderam cinco. O delegado que divulgou a versão falsa não foi processado.