Demora pode custar caro
Se a demora para rastrear a origem do dinheiro do dossiegate for catimba da Polícia Federal e da Fazenda, funciona bem com vitória no primeiro turno. Mas, como opina hoje o Globo, será um complicador caso haja segundo turno.
Vices e suplentes
Leitor, responda rápido: quem é o candidato a vice-presidente de Geraldo Alckmin? Quem é o o candidato a vice-governador de Aécio Neves? Quem é o suplente do candidato à reeleição Eduardo Suplicy? Você deveria saber. Há dez anos, Geraldo Alckmin era apenas o obscuro vice-governador de Mário Covas.
Infomercial na CNN
A CNN foi acusada de vender conteúdo editorial do programa Pulse on America, a ser transmitido em outubro. A denúncia foi comentada ontem no boletim eletrônico da Columbia Journalism Review. Uma empresa pagou 19 mil dólares pelo que é chamado de “infomercial”, seja lá o que isso for.
Debate decisivo
O jornalista Francisco Pedro do Couto chama a atenção para a importância do debate de quinta-feira na Rede Globo.
Couto:
– Eu acredito que o debate de quinta-feira vai definir de maneira absoluta se haverá ou não segundo turno nas eleições presidenciais. A maioria absoluta é de três pontos. Não havendo um debate como o da Globo seria uma diferença substancial. Mas havendo o debate da Globo com, no mínimo, a metade do eleitorado brasileiro diante da tela… Ninguém vai pensar que o debate seria capaz de inverter as posições. Botar o Lula, que está na frente, em segundo, e o Alckmin, que está em segundo, em primeiro. Não é isso. Não há nenhum veículo de comunicação suficientemente forte a esse ponto, a não ser que houvesse um fato mais forte ainda. Porque a mídia é um espelho do que acontece. Ela não produz a realidade. Ela não pode inverter tendências diametralmente opostas. Ela pode ressaltar fatos em determinada direção. Os fatos predominam sobre o que é exposto. Mas é preciso considerar que a exposição pela Rede Globo é uma exposição enorme.
Mauro:
– A Folha diz hoje que Lula poderá ir ao debate. Valeu a pena toda a encenação que a Globo fez com candidatos nanicos em troca da ausência deles.
Olhares estrangeiros
[Problema técnico impediu a transmissão desta nota pela Rádio Cultura FM de São Paulo.]
Alberto Dines anuncia debate com correspondentes estrangeiros no Observatório da Imprensa de hoje à noite na televisão.
Dines:
– A palavra aloprado vai entrar para o nosso dicionário político ou talvez até mesmo converter-se em nome de capítulo da nossa história. Foi usada pelo presidente Lula, ontem, ao referir-se aos seus companheiros de partido que produziram o dossiê divulgado pela IstoÉ. Mas, ao mesmo tempo em que condena a fraude, o presidente tenta desqualificar a imprensa designando-a como partido político a serviço das elites. Estamos acostumados com esta esquizofrenia, mas como é que a imprensa estrangeira vê este clima eleitoral tão tenso se comparado com a relativa tranqüilidade do pleito anterior? Hoje à noite no Observatório da Imprensa teremos a opinião de oito correspondentes estrangeiros sobre o papel da mídia e as eleições de domingo. Não esqueça: na rede Cultura às 23:40; na Radiobrás e na rede da TV-E, ao vivo e mais cedo: às 22:50.
Mauro:
– Dines é um dos ouvidos hoje em reportagem do Globo sobre as acusações do presidente Lula e do PT contra a imprensa, que tanto os ajudou em sua trajetória.
Publicidade retardada
[Problema técnico impediu a transmissão desta nota pela Rádio Cultura FM de São Paulo.]
O UOL não se deu o trabalho de refazer anúncio de um minuto que apresenta diariamente, há meses, durante o Jornal da Band.
Apresentadora: “Com UOL você pode [….] ouvir suas músicas preferidas, [….] conferir os gols dos principais campeonatos do Brasil e da Europa e, claro, seguir todos os lances e gols da Copa do Mundo na Alemanha. Não perca tempo, hein, ligue agora, porque a promoção é por tempo limitado”.
Mauro:
– A Copa do Mundo terminou há quase dois meses e meio. Imagine, ouvinte, se a promoção não fosse por “tempo limitado”.
Faroeste paranaense
A Associação Nacional de Jornais condenou ontem pressões do candidato à reeleição no Paraná, Roberto Requião, contra jornalistas que apuram escutas telefônicas ilegais praticadas por um funcionário do palácio durante seu mandato.
Proeza petista
Enquanto o papa briga com Maomé, Lula e Fernando Henrique invocam Cristo e o diabo, a melhor tirada foi de José Serra, no estilo de Millôr Fernandes: o PT conseguiu desmoralizar até o escândalo.
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