Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Programa 45
>>Mala voadora
>>Corrupção privada
>>Em São Paulo
>>Revistas mais vulneráveis
>>Nervos de aço
>>Observatório Online
>>Petróleo, contagem regressiva
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Mala voadora

 

 

 

Ancelmo Gois pode ter dado um grande furo jornalístico no Globo de hoje ao informar que Marcos Valério de Souza prepara uma fuga para Portugal.

 

Corrupção privada

 

 

 

Célia de Gouvêa Franco toca num ponto sensível, em coluna no jornal Valor: é generalizada a corrupção em empresas privadas. A rigor, não existe corrupção no setor público sem contrapartida de empresas ou indivíduos que não são do governo. Mas Célia se refere à corrupção dentro das empresas, e entre empresas, que é braba.

 

Em São Paulo

 

 

 

A temporada de denúncias chegou a São Paulo. Nesta quarta-feira, 6 de julho, a Folha publica transcrição de trechos de uma fita que mostraria troca de votos na Assembléia Legislativa paulista por ajuda do governo estadual.

 

 

 

Revistas mais vulneráveis

 

 

 

O programa de ontem do Observatório da Imprensa na televisão – infelizmente deslocado pela TV Cultura para onze horas da noite – mostrou que o problema maior dos métodos de trabalho da mídia parece estar nas revistas, e não nos jornais. Por alguma razão que ainda não está clara, as revistas estão mais vulneráveis a grandes plantações.

 

Ao fim do programa na TV, sobraram dúvida quanto à maneira de trabalhar das revistas. Por sinal, poucas das reportagens ditas investigativas foram feitas por iniciativa das redações. As mais importantes até agora vieram de fora para dentro. E nem sempre de maneira correta.

 

A Veja até o momento não se pronunciou, mas ao que tudo indica usou várias vezes os serviços de um espião que se passa por jornalista. Espiões costumam procurar veículos de imprensa, mas seu material, quando o veículo trabalha corretamente, é usado apenas como possível ponto de partida.

 

A IstoÉ Dinheiro recebeu denúncias em setembro de 2004 e deixou-as esquecidas até Roberto Jefferson dar a segunda entrevista à Folha de S. Paulo, no mês passado. O editor de economia, Leonardo Attuch, disse no programa de televisão que a revista não tinha meios de comprovar as denúncias e que o fluxo do dia-a-dia mandou-as para a gaveta. Dada a gravidade do assunto, isso no mínimo é uma tremenda irresponsabilidade.

 

 

 

Nervos de aço

 

 

 

Os jornais não cometeram até aqui nenhuma grande barbeiragem.

 

A crise é muito complexa e exige não só nervos de aço, como sugeriria o ainda deputado Jefferson, mas também atenção redobrada, como repetiu várias vezes a repórter Angelina Nunes, do Globo, no programa televisivo de ontem do Observatório da Imprensa. E, com os Josés Borbas da vida, não é necessário inventar nada.

 

O que faltou colocar no programa: por que e como a secretária Fernanda Sommagio trocou de advogado?

 

 

 

Observatório Online

 

 

 

O editor do Observatório da Imprensa online, Luiz Egypto, apresenta alguns dos destaques da edição que entrou na rede ontem.

 

Egypto:

 

– Faz 30 anos que a Folha de S.Paulo tem a cara da Folha de S.Paulo. A alma do jornal foi moldada a partir de 1975, quando o jornalista Cláudio Abramo, convidado pelo publisher Octávio Frias de Oliveira, consumou uma ampla reforma gráfica e editorial na Folha. A edição online do Observatório publica uma entrevista com Octávio Frias de Oliveira e depoimentos de jornalistas que participaram dessa virada histórica.

 

Trazemos ainda artigos sobre a cobertura da crise que assola o governo e o PT. O que está em jogo, além dos procedimentos pouco edificantes, é a forma como a imprensa se comporta nesse imbróglio. O jornalismo tem agora uma ótima chance de promover uma grande catarse.

 

Petróleo, contagem regressiva

 

Deu na revista The Economist no final de junho e não se comentou na imprensa brasileira: ao ritmo de extração praticado em 2004, as reservas comprovadas de petróleo do Brasil terminam dentro de 20 anos. Na dimensão histórica, é amanhã.

 

 

 

Um país em busca de eficiência

 

 

 

O antropólogo Roberto DaMatta vislumbra hoje um Brasil ‘que começa a exigir criatividade, honestidade e, sobretudo, eficiência também na política e dos políticos’. Esse requisito de eficiência abrange também a mídia.

 

Nas sábias palavras de DaMatta, estamos diante do ‘fim das dualidades ideológicas fáceis, superficiais, obscuras, acusatórias que freqüentemente acobertam a incompetência gerencial e são traçadas pela má-fé’. Falou e disse.