Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Procurador chancela noticiário

A divulgação pela Procuradoria Geral da República da primeira parte do inquérito sobre o escândalo do mensalão é ainda mais importante do que o relatório final da CPI. Não é sentença, é denúncia encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, onde poderá ser acolhida, rejeitada no todo ou em parte.


Mas entre os méritos desta denúncia deve ser citada a defesa implícita do trabalho desenvolvido pela imprensa ao longo destes dez meses. Foi aceita grande parte do que vem sendo dito, escrito e mostrado nos últimos dez meses pela mídia.


Agora será difícil repetir o refrão de que a imprensa é golpista, a serviço das elites, interessada apenas no linchamento moral de determinados políticos e partidos. O Ministério Público, que até terça-feira (11/4) mantinha-se discreto, à distância, manifestou-se agora de forma inequívoca e veemente. O procurador-geral da República acolheu a noção de mensalão e foi ainda mais longe ao designar como ‘organização criminosa’ os políticos que fizeram conluios com a ‘quadrilha’ liderada por Marcos Valério.


A imprensa nunca foi tão longe.