Lula e Dirceu
A Folha de S. Paulo dá hoje em manchete o aumento do patrimônio pessoal do presidente Lula em quatro anos. Só para contrariar. Grande manchete teria sido a ida de José Dirceu à Bolívia antes da crise do gás. Furo de reportagem que fala mais sobre o governo do que uma regular prestação de contas.
Rede complexa
A cada dia o noticiário de polícia revela mais um aspecto da grande e intrincada rede de operações do crime organizado em São Paulo. Hoje o Estadão noticia um esquema de entrada de drogas, armas e celulares com material usado para fabricar bolas de futebol nas prisões.
Araraquara
Com atraso de algumas semanas, um grande jornal paulista, a Folha, foi a Araraquara, interior de São Paulo, verificar o estado insustentável da penitenciária local.
Não esquecer a CBF
Alberto Dines pede que não se restrinja aos jogadores e à Comissão Técnica o balanço do fiasco brasileiro na Copa. A CBF deve entrar na roda.
Dines:
– Estamos aprendendo muita coisa com esta Copa, tanto em matéria de futebol como em matéria de vida. De sábado até ontem tivemos duas extraordinárias lições sobre a arte de perder, arte ainda mais complicada do que a de ganhar. Nossa mídia conseguiu mostrar que Alemanha e Portugal perderam com uma classe e dignidade que tem algo de triunfo moral. Mas, em compensação, passados cinco dias desde o nosso vexame perante a França, a mídia continua fazendo pontaria apenas nos jogadores e na Comissão Técnica esquecida da tarefa principal: mostrar os gravíssimos erros cometidos pela CBF que culminaram com a nossa prematura eliminação. Nossos ex-craques estão preocupados com as fortunas pessoais mas a CBF é uma entidade pública, tem contas a prestar. Sabemos que os cartolas chefiados por Ricardo Teixeira têm um mandato a cumprir não podem ser trocados agora. Mas não deveriam ser poupados como estão sendo. A hora de apertar a CBF é agora, enquanto a bola está rolando na Alemanha. Depois da final no próximo domingo ficará tudo esquecido. É preciso ter em conta que a tarefa de consertar o país inclui uma mexida geral também no futebol.
Senado e radiodifusão
O assunto das concessões vencidas de radiodifusão ganhou espaço no noticiário a partir de uma polêmica entre dois grupos do Pará, o da família Maiorana, proprietária da TV Liberal, de Belém, afiliada da Rede Globo, e o do deputado Jáder Barbalho, do PMDB paraense, que tem uma TV e duas rádios.
Foi a pedido de Jáder que o governo retirou da Comissão de Ciência e Tecnologia 225 processos de renovação de outorgas que, por falta de documentação, estavam ameaçados de rejeição. A Comissão é presidida pelo deputado do PFL paraense Vic Pires Franco, durante quase vinte anos apresentador de telejornais da afiliada da Globo no Pará. Emissora rival da TV de Jáder.
Hoje a Folha noticia que 53 concessões estão paradas na Comissão de Educação do Senado. Entre os proprietários estão os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor, o senador maranhense Edison Lobão e os ex-senadores piauienses Hugo Napoleão e Freitas Neto.
De todo modo, foi rompido o círculo de silêncio em torno de uma situação inconstitucional e antidemocrática denunciada pelo Observatório da Imprensa há muitos anos.
Renovação não é vacina
Como toda generalização, a campanha “Não vote em quem tem mandato”, que circula na internet, é um equívoco. Primeiro, porque há hoje no Congresso parlamentares que prestam bons serviços aos eleitores e ao país. Segundo, porque a renovação em si mesma não garante nada. Basta ver a abundância de incompetentes e mal intencionados em primeiro mandato.
# # #
Outros tópicos recentes
De Alberto Dines
Fátima Bernardes, onde está você?
Por um jornalismo de relatos e emoção
Brasil eliminado: um caso de anestesia federal
Do blog Em Cima da Mídia
Erundina quer rever radiodifusão