Wednesday, 27 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>Eleição histórica
>>Secretário da insegurança

Tarso ataca mídia


O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, voltou a inverter as coisas e colocar a mídia como responsável pelos escândalos no Congresso. Cuidado, cidadãos, porque ele é candidato a ministro da Justiça.


Valerioduto, capítulo um


Começa a ser contada oficialmente a história do dinheiro do valerioduto. Hoje, na Estadão, há uma reportagem sobre o primeiro capítulo, na versão da Polícia Federal: o caixa dois na campanha de Eduardo Azeredo, do PSDB, ao governo de Minas Gerais em 1998.


Eleição histórica


Alberto Dines diz que a eleição para a presidência da Câmara entrará para a história.


Dines:


− Esta eleição para a presidência da Câmara deve entrar para a história. Qualquer que seja o vencedor. Para começar: nunca houve uma situação como a de agora com dois candidatos da base aliada do governo aparentemente engalfinhados e um tertius da oposição muito bem situado. O debate televisivo entre os três candidatos travado ontem também foi inédito porque os colocou diante da sociedade que representam e os submeteu a uma espécie de eleição simulada. Agora, os 513 deputados terão que pensar duas vezes antes de fazer uma escolha que poderá desagradar o eleitor, que desta vez não está alheio. Na semana passada, tratamos de alguns aspectos deste debate. Convém voltar ao assunto porque quando falamos no Legislativo estamos tratando da democracia representativa. A TV-Câmara que transmitiu o confronto é uma emissora com vocação pública, mas transmitida na rede de TV por assinatura. O acesso não é universal pois uma ínfima parte da audiência televisiva do país tem condições de pagar e sintonizá-la. E para restringir ainda mais o acesso do público, a Mesa Diretora da Câmara optou por realizá-la… às 11 horas da manhã. A mídia também carrega parte da culpa pois nenhum dos três grandes jornais nacionais de ontem chamou a atenção dos leitores-eleitores para debate histórico que se realizaria naquela manhã. Rádios e telejornais apresentaram flashes do debate, a mídia eletrônica comercial não repetiu a proeza de Maio e Junho de 2005 quando levou as CPI’s até à cidadania. O debate deixou a impressão de coisa fingida: dois dos candidatos fingiram que estavam disputando uma eleição renhida, a Mesa Diretora fingiu que estava interessada em levar a disputa à sociedade e a mídia, novamente, fingiu que está a serviço do interesse público.


Mauro:


− O programa de televisão do Observatório da Imprensa volta na próxima terça-feira, às 22h40, ao vivo, pela TV-E, e às 23h30 pela TV Cultura.


Dinheiro de campanha


A visibilidade da disputa pela presidência da Câmara ajuda a desvendar aspectos do processo político. Hoje, na Folha, reportagem faz um mapa das doações recebidas para a campanha eleitoral de 2006 pelos três candidatos, Chinaglia, Aldo e Fruet. Entre os financiadores dos dois primeiros estão empresas fornecedoras do governo federal. Entre os de Fruet, empresa que tem contrato com o governo de Minas, do PSDB.



O arregimentador


Roberto Jefferson sugere indiretamente uma pauta jornalística, em entrevista publicada hoje no Estadão: convém ficar de olho nos métodos em uso para aumentar as fileiras do PL, agora rebatizado PR, Partido da República. Textualmente, diz Jefferson: “Estou vendo o Waldemar Costa Neto inchar o PL. Será que a turma que vai para o PL vai por amor ao Waldemar?”


Erotismo e álcool


A Folha destaca hoje o uso da imagem feminina e do erotismo para vender cerveja. Agências, Conar e modelos não enxergam problema. Esse é um dos problemas. Numa nota enviada de Londres há uma boa dica. Parte dos jornais britânicos mais respeitados tem colunas de críticas a anúncios.


Secretário da insegurança


Ontem houve mais um tiroteiro feroz entre polícia e assaltantes em Copacabana. Danem-se os moradores. O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, atribui a violência que afeta todos os bairros da cidade à, abre aspas, “asfixia do tráfico nos morros”, fecha aspas. O Globo, que ouviu a declaração, não pediu nenhuma evidência empírica do conhecido enunciado. Mas o pior é que o jornal aceita a fala da autoridade sem se dar conta de que o papel do secretário não é explicar como funciona esse suposto jogo de soma zero, mas dizer o que pode ser feito para melhorar a segurança e a sensação de segurança dos cidadãos. No mesmo Globo, anuncia-se a diminuição de cursos noturnos em faculdades e escolas de nível médio do Rio, devido ao temor à violência. Ou seja: quanto mais a Polícia hipoteticamente aperta o tráfico, mais a cidade se tornaria inviável. Seria essa a lógica do policiamento?