Wednesday, 27 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

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Provisória permanente

O grande debate de hoje em Brasília não tem a corrupção como tema.

O que o governo e a oposição disputam mais acirradamente é o ‘P’ da CPMF.

O governo quer que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira seja prorrogada até 2011.

Os jornais destacam hoje a atuação dos ministros Guido Mantega, Patrus Ananias, Luiz Marinho e José Gomes Temporão em audiência na Câmara dos Deputados.

Todos os diários chamam atenção para o discurso do governo, segundo o qual a suspensão da CPMF vai afetar os programas sociais e agravar a crise no setor de saúde.

De modo geral, os jornais tratam o assunto com mais equilíbrio do que o noticiário de ontem da Rede Globo.

O Jornal Nacional tomou partido contra o governo, quando o apresentador William Bonner afirmou que a área da saúde depende em ‘apenas 42%’ DA CPMF.

Em qualquer circunstância, 42% nunca é ‘apenas’. É quase metade.
 
Medo da inflação

Não é só na discussão sobre tributos que a economia invade o noticiário político nas edições de hoje.

Um soluço da inflação deixou governo e analistas em alerta.

O aumento da cesta básica, provocado pela quebra da safra de trigo na Argentina e no Canadá, e pelo crescimento do consumo interno no Brasil, é a manchete da Folha de S.Paulo.

Os indicadores devem induzir o Conselho de Política Econômica a ser mais contido, hoje, no corte dos juros.

A previsão dos jornais é que os juros sejam cortados em apenas 0,25%.

O caos no Globo

O Estado de S.Paulo tem como manchete o surto de dengue.

O Globo insiste que o caos aéreo está de volta.

O jornal carioca elegeu como seu tema predileto os atrasos e cancelamentos de vôos em Congonhas.

A tese do Globo é que, menos de dois meses depois da posse de Nelson Jobim no Ministerio da Defesa, tudo continua igual no setor da aviação civil.

Na edição de hoje, percebe-se o investimento do jornal em acompanhar as dificuldades de passageiros no aeroporto de São Paulo.

Os outros jornais nem registram os atrasos, considerados de rotina.



Falha técnica

O Estado e a Folha chamam atenção para o fato de que o Airbus da TAM que explodiu em Congonhas tem um sistema de alarme diferente do que os pilotos conhecem no simulador.
Deputados da chamada CPI do Apagão Aéreo ourviram ontem os últimos trinta minutos de gravação na cabine do avião acidentado e perceberam a diferença: o alarme que indica a posição errada ddos manetes não funcionou.

A conclusão dos parlamentares é que houve falha técnica do avião e não erro humano.

Filho inocente

A Folha de S.Paulo dá destaque para a mãe do promotor paulista Thales Ferri Shoedl, que matou a tiros em 2004 o jogador de vôlei Diego Mondanez.

A professora Eurydice Shoedl concedeu entrevista exclusiva para se queixar da imprensa e do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, que tem se empenhado em evitar que Thales seja julgado em foro privilegiado.

A mãe do promotor assassino diz que ele agiu em legítima defesa depois de ter sido atacado.

Ela deixou escapar que não temeria que seu filho fosse levado a juri popular em Bertioga, onde o crime aconteceu, porque ‘as pessoas lá estão cansadas dessas pessoas que vêm do interior fazer confusão’.
 

Renan frustrado

O senador Renan Calheiros ficou frustrado porque nenhum de seus aliados tomou a iniciativa de recorrer ao Supremo Tribunal Federal para fazer com que ele pudesse ser julgado no Conselho de Ética pelo voto secreto.

O presidente do Senado entende que, com o voto aberto, os senadores ficam submetidos ao olhar severo da imprensa e tendem a votar conforme o que se manifesta na opinião pública.
Renan Calheiros pegou o espírito da coisa.

Agora é pressa

Os jornais informam que os partidos fizeram acordo para acelerar o processo contra o presidente do Senado.

Nesta manhã, o Conselho de Ética vota o pedido de cassação de Renan Calheiros por quebra do decoro parlamentar.

Se se confirmar a tendência, de aprovar o pedido de processo,

Ainda hoje, a partir das 15h, a Comissão de Constituição e Justiça analisa a constitucionalidade da votação do Conselho.



Se todos os procedimentos forem considerados corretos, o destino político de Renan será decidido quarta-feira da semana que vem, no plenário.

O voto, então, será fechado.

Só declara seu voto quem quiser.

Compensando a falha

A Folha comeu mosca ontem, e não publicou nem uma linha sobre a proposta de criação de novas vagas no serviço público.

O tema foi manchete do Estadão e do Globo na terça-feira.

A Folha publica hoje a reportagem, com menos destaque, mas com mais precisão.

Além dos números do projeto de Orçamento para 2008 no que se refere à contratação de servidores, o jornal paulista avança na discussão sobre o conceito petista de Estado.

Uma das políticas mais polêmicas do governo Lula é justamente o papel do Estado como coordenador ou controlador do desenvolvimento do País.

Ao corrigir seu atraso com mais análises sobre a iniciativa do governo, a Folha acaba compensando seus leitores.

Aumento para o STF

A Folha vincula a notícia da criação de cargos no governo com o aumento salarial concedido pela Câmara dos Deputados aos ministros do Supremo Tribunal Federal.

A Folha registra: ‘Um dia depois de o STF decidir processar 40 pessoas pelo envolvimento com o esquema do mensalão – a maioria políticos – a Comissão de Finanças da Câmara aprovou projeto que reajusta em 5% os salários dos ministros do Supremo e do procurador-geral da República, retroativo a janeiro.

Transmissão de pensamento

Coincidentemente, o Globo traz um texto idêntico.

Diz assim: ‘Um dia após o fim do julgamento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia contra 40 pessoas por envolvimento no esquema do mensalão, a Comissão de

Finanças e Tributação da Câmara aprovou o projeto que aumenta de R$ 24,5 mil para R$ 25,7 mil o salário dos ministros do STF’.

Haja sutileza!