Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

>>O idealismo mora alhures
>>O conteúdo da TV digital

O idealismo mora alhures


A mudança de lógica do PT, do idealismo para o profissionalismo, iniciada há muito tempo, é irreversível. A mídia precisa avaliar o PT nessa faixa. E buscar notícia do idealismo, que nunca morre, em outras paragens.


Velhos caciques


ACM, Quércia, Maluf, que apareceu sábado em programa do PP na televisão. Todos foram dados como politicamente liquidados, todos estão bem vivos. Esses chefes políticos não brotaram no vácuo. Têm representatividade junto a determinadas correntes de pensamento e de interesses.



O conteúdo da TV digital


O Alberto Dines anuncia a ida ao Observatório da Imprensa na televisão, hoje, do ministro das Comunicações, Hélio Costa, para discutir que TV digital o Brasil precisa ter.


Dines:


– Mauro, quais são as vantagens da TV digital? As imagens serão maravilhosas, poderemos captá-las no nosso celular. Mas o que interessa de fato é saber se o novo padrão vai aumentar a diversidade de conteúdo. Tornar a nossa TV mais pluralista, mais aberta. O progresso tecnológico em geral se justifica quando traz consigo vantagens sociais, políticas e institucionais.


A TV digital tem possibilidades fabulosas para criar programação alternativa. Mas para que ela atenda às suas finalidades seria importante que além das atuais redes de TV tivéssemos outras fontes de conteúdo. As principais redes concordarão em admitir novos parceiros ou vão dividir o bolo apenas entre elas? É isso que o Observatório da Imprensa vai discutir hoje com o Ministro Hélio Costa. Não esqueça – é o futuro da televisão brasileira que está em pauta. Às dez e meia da noite na TVE e às 11 na rede Cultura.


Intolerância na TV


A ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, tem encontro amanhã, quarta-feira, com o presidente da Rede Record de Televisão, Alexandre Raposo. Vai pedir que seja refreada a demonização, em prédicas de evangélicos, das religiões trazidas para o Brasil pelos escravos africanos. É sempre bom lembrar que canais de televisão são concessões públicas e a lei brasileira garante a liberdade de religião.


Ver TV


Estréia na quinta-feira, na TV Câmara, o programa Ver TV, sob o comando do professor da USP Laurindo Leal Filho. Pretende debater desde tecnologia até a ética na programação.


Brasil atômico


Reportagem de Jack Chang, da cadeia Knight Ridder, publicada no sábado em vários jornais americanos estabeleceu um cotejo entre o início do funcionamento da usina de enriquecimento de urânio brasileira, em Resende, Estado do Rio, e o cada vez mais grave problema nuclear do Irã. Embora a atual posição pacífica brasileira seja mencionada com clareza, o texto desencava suspeitas a respeito das pretensões atômicas brasileiras. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Odair Gonçalves Dias, diz que a reportagem responde a um jogo de interesses, mas não foi tendenciosa.


Gonçalves Dias:


– Do ponto de vista jornalístico, ele está respondendo a uma demanda que existe em termos de outras notícias internacionais. Nesse ponto ele acaba sendo fiel. Ele acaba sendo quase neutro, digamos assim. Eu gostei da reportagem? A gente preferia não ter que ficar respondendo toda hora. Nós já respondemos constantemente. Algum tempo atrás teve uma crise, desencadearam uma campanha, e a gente, com tranqüilidade, foi respondendo a todas as questões, e isso aliviou. Eu não tenho controle, claro, e nem é para ter, sobre qualquer coisa que sai na imprensa, mas a matéria não é tendenciosa.


Não seria o caso de as instituições brasileiras da área tomarem a iniciativa de promover o maior esclarecimento possível do assunto?


– A gente tem feito isso. Recentemente inclusive fizemos um curso para jornalistas, palestras, correspondentes estrangeiros. Agora, a procura é muito pouca. Infelizmente, a coisa se dirige um pouco pela temperatura. O que está quente é notícia, o que não está quente as pessoas não…



Sem prisão


A Folha noticia que o governo desistiu de propor pena de prisão para jornalistas que vierem a ser acusados de divulgar informações sob sigilo de justiça. Foi o que informou ontem o ministro Marcio Thomaz Bastos em palestra em São Paulo. A tendência da legislação mais avançada é evitar prisão como punicação para jornalistas no exercício da profissão.


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