Debate no SBT
Dines:
Com uma confortável vantagem nas sondagens, o presidente Lula ontem, no debate do SBT, preferiu fazer o papel de apresentador de dados. Convenhamos, não é o seu forte. E como o candidato Alckmin resolveu não insistir no malogrado estilo Mike Tyson, pode-se dizer que o debate foi chato, sumamente chato. Algum mérito coube ao SBT que optou por um confronto mais curto, porém tão fragmentado como o da Band. A grande verdade é que o formato rigoroso e cronometrado de todos os debates — inclusive os da Globo — esvazia o interesse e torna tudo entediante. Para que haja um autêntico debate e confronto de idéias seria preciso que o tempo das intervenções fosse um pouco mais generoso. Mas, para isso, é indispensável a presença de mediadores capazes de impor-se aos debatedores. E debatedores capazes de expor raciocínios um pouco mais elaborados. Na falta de uns e de outros, a solução é recorrer a estas regras draconianas que só permitem a exibição de números entremeados de algumas farpas sem a menor graça. Se não surgirem fatos novos, os próximos debates da Record e da Globo correm o risco de mergulhar o país numa profunda letargia. O que não deixa de ser uma boa solução considerando o nível de insensatez e exaltação das torcidas organizadadas.
Prêmio Esso
O historiador Israel Beloch, diretor da Memória Brasil, fala do lançamento do livro Uma história escrita por vencedores – 50 anos do Prêmio Esso de Jornalismo.
Israel:
– Nós acabamos de lançar este livro. O livro aborda toda a história da imprensa recente no Brasil, através do Prêmio Esso e retrata também os grandes momentos que passou não só a história como a imprensa desde o governo JK até os dias de hoje, pegando, por exemplo, a primeira reportagem premiada que foi sobre os paus-de-araras e depois vindo para os dias mais recentes, entrando nessa onda de violência que assola todo o país, a violência urbana, mostrando também de que maneira a corrupção nos órgãos públicos que tem sido uma constante nesses últimos anos.
Mauro:
– Israel Beloch relata algumas dificuldades encontradas pela equipe da Memória Brasil para produzir o livro.
Israel:
– Ele foi produto de uma pesquisa de mais de um ano que envolveu muitos profissionais, entre pesquisadores e redatores. Nós tivemos que escarafunchar arquivos e muitos jornais já não existem mais, outros não preservam matérias antigas e fotos antigas. Em suma, foi um trabalho de vulto que acho que está sendo muito bem reconhecido nas redações e em toda a imprensa brasileira.