Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Território “internacional” amordaça a mídia

Um avião brasileiro cai em território nacional, perto de uma base de treinamento militar, e isso não é publicado pela mídia com destaque. Não há hipótese de que tenha sido acidente militar. Os portais dos jornais Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo e iG publicam apenas generalidades.


No mesmo dia e local do acidente um Legacy, de propriedade americana, pilotado por um americano, faz aterrissagem de emergência na base militar da Serra do Cachimbo. Os passageiros americanos do Legacy, que não sofreram lesões, não têm seus nomes divulgados, não prestam esclarecimentos. A população, as famílias das vítimas não podem ouvir as declarações do piloto do Legacy, que supostamente teria colidido com o Boeing da Gol. As explicações dos órgãos competentes, de qualquer maneira, não convencem leitores, telespectadores, parentes e pilotos do Brasil inteiro.


Cérebros menores


Os dois aviões tinham sistema anticolisão, os dois pilotos eram experientes, bastava que apenas um deles tivesse feito manobra para a esquerda, recomendação estratégica ao disparar o sinal anticolisão. Nenhum dos pilotos obedeceu ao sinal de instrução? Em nenhum dos aviões o sistema funcionou? Difícil acreditar até mesmo para quem não é piloto.


A base de treinamento militar, perto de onde caiu o Boeing da Gol e onde fez pouso de emergência o piloto do Legacy, foi inaugurada no governo FHC, que fez convênio com os EUA; hoje, militares brasileiros e americanos atuam ali. O local de treinamento na Serra do Cachimbo é gigantesco, do tamanho de um país como Israel. Mísseis, baterias anti-aéreas, tudo o que há de mais moderno em equipamentos militares está ali, onde casualmente reside também uma das maiores reservas de floresta tropical.


Nossos meios de comunicação estão mancomunados com isso tudo até o pescoço ou somos mesmo teleguiados por cérebros menores.

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Jornalista