Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas pagos para escrever
contra Cuba são demitidos

Jesus Diaz Jr, publisher do jornal americano The Miami Herald, deixou seu cargo na terça-feira (3/9), como conseqüência da recente revelação de que jornalistas da publicação em espanhol daquele matutino, o El Nuevo Herald, eram pagos pelo governo dos EUA para atacar o governo de Cuba. Diaz também se demitiu do cargo de presidente da empresa Miami Herald Media Co. Em carta aos leitores, o editor disse que a empresa que publica os jornais deveria recontratar os jornalistas demitidos. O cargo será assumido por David Landsberg, que vinha ocupando o cargo de gerente-geral, informou a The McClatchy Company, empresa do conglomerado e que tem base em Sacramento, Califórnia.


Uma reportagem publicada em 8 de setembro passado, na edição online do jornal, afirmava que o governo americano pagou milhares de dólares durante vários anos a pelo menos dez jornalistas de Miami para que veiculassem histórias negativas sobre Cuba e seu líder, Fidel Castro. Esses jornalistas, segundo The Miami Herald, recebiam pagamentos regulares do governo dos Estados Unidos para produzir programas na rádio e na TV Martí.


As duas emissoras, administradas pelo governo americano, transmitem notícias e programas em espanhol para Cuba e, conforme a reportagem, têm o objetivo de ‘minar o governo comunista de Fidel Castro e promover a democracia e a liberdade em Cuba.’


‘Sagrada confiança’


Segundo o The Miami Herald, os três jornalistas que recebiam as somas mais altas trabalhavam para o El Nuevo Herald, jornal de língua espanhola publicado pela mesma empresa. Um deles, Pablo Alfonso, que tem uma coluna de opinião no El Nuevo Herald, recebeu US$ 175 mil para apresentar programas nas duas emissoras. O repórter Wilfredo Cancio Isla recebeu US$ 15 mil, e a freelancer Olga Connor, US$ 71 mil. Os três foram demitidos e não comentaram o assunto.


Na época, Jesus Diaz Jr. acusou os jornalistas envolvidos de violarem a ‘sagrada confiança’ do público. Um porta-voz das emissoras administradas pelo governo dos EUA, Joe O’Connell negou qualquer irregularidade e afirmou que os jornalistas simplesmente foram pagos por suas contribuições e seu conhecimento a respeito da política cubana.

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Repórter especial do Consultor Jurídico