Os políticos inventaram um novo truque para conquistar algum espaço na mídia: falar mal da mídia. A nova praticante desta modalidade de esporte é a ex-prefeita Marta Suplicy, agora nomeada coordenadora da campanha do PT em São Paulo.
Para chamar a atenção, disse, na quinta-feira (5/10), que a mídia está ‘blindando’ o candidato Geraldo Alckmin. Como a mídia costuma noticiar as críticas que recebe, Marta Suplicy pretendia faturar alguns centímetros ou segundos a mais nos jornais e rádios.
O macete é perigoso porque obedece à tática do nazista Joseph Goebbels, que dizia que uma mentira muitas vezes repetida acaba tornando-se verdade. E desmoralizar a imprensa acaba desmoralizando a própria democracia.
Nas últimas semanas antes do primeiro turno, o candidato Lula encarregou-se de atacar a mídia quase todos os dias. Mas como o candidato Lula também é presidente da República e na sua boca as críticas tornam-se ameaças, o comando da sua campanha decidiu delegar à ex-prefeita a tarefa de atacar a imprensa.
Marta Suplicy e seus assessores deveriam prestar atenção a um detalhe: foi justamente este tom agressivo, quase truculento, que tirou muitos votos do presidente domingo passado. Substituta de Lula, Marta pode estar contribuindo para tirar outros tantos votos no próximo dia 29.