Nelson Francisco
Vedoin e ex-tesoureiro do PT presos por venda de vídeo ligado a sanguessugas
“O empresário Luiz Antônio Vedoin, acusado de chefiar a máfia dos sanguessugas, e seu primo, Paulo Roberto Trevisan, foram presos na tarde de ontem pela Polícia Federal em Cuiabá (MT). Os dois foram detidos sob acusação de ocultar documentos e vender material que seria usado para ‘chantagear pessoas’, segundo a Justiça.
Já estava acertada a venda do material ao lobista Valdebran Carlos Padilha da Silva, ligado ao PT de Mato Grosso, e ao advogado Gedimar Pereira Passos. Às 6h, ainda antes de Vedoin ser detido, a PF prendeu os dois com cerca de R$ 1,8 milhão, em notas de dólar e real, em um hotel de São Paulo.
Segundo a PF, Vedoin preparava-se para embarcar ao lado do primo às 23h30 para São Paulo com uma fita de vídeo, um DVD, uma agenda e seis fotos relacionadas às investigações da máfia dos sanguessugas.
Valdebran, apontado como receptador, é próximo do deputado federal Carlos Abicalil (PT-MT) e foi tesoureiro da campanha do petista Alexandre César à prefeitura de Cuiabá, em 2004. César presidiu o Diretório Estadual do partido. No ano passado, Valdebran foi indicado por petistas para assumir uma diretoria na Eletronorte, mas não chegou a ser nomeado. Gedimar é um ex-agente da PF.
O delegado substituto da superintendência da PF em Mato Grosso, Geraldo Pereira, disse que a apreensão dos documentos e do dinheiro é um indício de que ‘haveria uma negociação’. A PF não descartou a possibilidade de que a negociação pudesse envolver interesses partidários. ‘Nós recebemos a informação de que Luiz Antônio estaria negociando provas com a máfia dos sanguessugas. Não sabemos se seriam partidos ou não’, disse o delegado.
Com Valdebran Padilha a PF apreendeu US$ 109,8 mil e R$ 758 mil. Gedimar Passos foi preso com US$ 139 mil e R$ 410 mil. ‘Eles não souberam comprovar a origem lícita desse dinheiro’, disse o delegado. Os dois tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça.
Segundo o delegado Pereira, as imagens e fotos aprendidos com Vedoin e o primo mostram José Serra, hoje candidato do PSDB ao governo paulista, Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), o governador Dante de Oliveira (morto neste ano) e os deputados federais Lino Rossi (PP-MT), Pedro Henry (PP-MT) e Thelma de Oliveira (PSDB-MT).
As gravações teriam sido feitas em 2001 na Planam, empresa acusada de ser o pivô do esquema de venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras – os veículos eram comprados com verbas federais liberadas a partir de emendas de parlamentares ao orçamento. A CPI dos Sanguessugas concluiu que 72 parlamentares receberam propinas pela intermediação desses negócios.
De acordo com o delegado, nos 23 minutos do DVD aparece um ato de entrega de 40 ambulâncias para municípios de Mato Grosso, no qual os políticos discursam. Serra, por exemplo, era ministro da Saúde na época. Todo o material teria sido gravado dentro da empresa. Segundo a PF de Mato Grosso, a documentação que Vedoin negociou como prova para chantagear políticos é ‘velha’ e já havia sido divulgada pela mídia.
O juiz-substituto da 2ª Vara Federal em MT, César Augusto Bearsi, decretou as prisões alegando que a decisão serviria para garantir a ordem pública e ‘impedir o réu de continuar chantageando pessoas envolvidas vendendo provas’.
Vedoin já havia ficado preso por meses depois que a PF desencadeou a Operação Sanguessuga, no início de maio. Após negociar benefícios em troca de colaboração nas investigações, ele havia sido posto em liberdade.”
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Em entrevista à ‘IstoÉ’, acusação contra Serra
“Num depoimento à revista IstoÉ que chega hoje às bancas com sete páginas dedicadas ao assunto, os donos da Planam, Darci Vedoin e seu filho Luiz Antônio, afirmam que, entre 2000 e 2004, sua empresa ‘comercializou’ 891 ambulâncias. E desse total, garantem, 70% (681 ambulâncias) ocorreram até o fim de 2002, ou seja com José Serra e depois Barjas Negri como ministros da Saúde.
‘Na época deles o nosso negócio era bem mais fácil’, diz Darci à revista, que divulga trechos de documentos das emendas e outros com pagamentos feitos a um intermediário, o empresário Abel Pereira. Segundo Darci, Abel atuava dentro do ministério. ‘Nós criamos uma parceria com ele para a liberação de verbas para a compra de ambulâncias em vários municípios’, diz o dono da Planam. Os pagamentos, segundo seu depoimento à IstoÉ, seriam feitos a pelo menos duas empresas, Kanguru e Império – e somavam R$ 601,2 mil.
À pergunta sobre se o ministro Serra sabia do esquema, Luiz Antônio comentou: ‘Era nítido a todos.’ Para seu pai, Darci, ‘o grande culpado (de toda a operação) foi o governo lá de trás, que vem fazendo tudo isso e nos deu a oportunidade de fazer’.”
SOTERO / INSTITUTO BRASIL
O Estado de S. Paulo
Instituto Brasil, em Washington, anuncia ex-correspondente do Estado como diretor
“O Centro Internacional Woodrow Wilson anunciou ontem que o jornalista brasileiro Paulo Sotero será o novo diretor do Instituto Brasil, a partir do próximo dia 18.
O Instituto Brasil foi fundado para valorizar e atrair maior atenção, dentro da comunidade política de Washington, para esse país e para as suas relações com os Estados Unidos. Dentro da missão a que se propõe o Centro Woodrow Wilson, de interligar o mundo acadêmico e o político, o Instituto Brasil representa um fórum não-partidário para uma discussão mais profunda de temas críticos do universo político envolvendo Brasil e EUA. Além disso, o Instituto mantém publicações periódicas, de alta qualidade, sobre uma extensa variedade de assuntos e hospeda, na capital americana, estudiosos de políticas públicas, durante curtos períodos de residência.
Paulo Sotero foi, nos últimos 17 anos, correspondente em Washington de O Estado de S. Paulo. Fez também, regularmente, comentários e análises para os serviços brasileiros de rádio da BBC e da Rádio França Internacional, além da Rádio Eldorado, em São Paulo. A partir de 2003 tornou-se conferencista adjunto da Universidade Georgetown, nos departamentos de línguas brasileira e espanhola. Sotero desempenhou também essas funções no Centro de Estudos Latino-Americanos da Escola de Serviço Exterior Edmundo A. Walsh.
O diretor e presidente do Centro Woodrow Wilson, Lee Hamilton, deu as boas-vindas a Sotero. ‘Paulo chega ao Centro com um novo sopro e uma riqueza de conhecimento não apenas sobre o Brasil, mas também sobre os Estados Unidos’, disse Hamilton. ‘Ele desfruta de grande respeito de seus colegas brasileiros e de todos nós na comunidade política de Washington, que nos habituamos a confiar em suas avaliações e seu talento. Não consigo imaginar ninguém melhor, ou mais indicado, para conduzir o Instituto Brasil nessa nova fase de desenvolvimento.’
Sotero formou-se em história pela Universidade Católica de Pernambuco e tornou-se Mestre em Jornalismo e Assuntos Públicos pela Universidade Americana de Washington. Em 1987, recebeu a Menção Honrosa do prêmio Maria Moors Cabot, dado pela Escola de Jornalismo da Universidade de Colúmbia. Ganhou ainda, do Instituto de Serviço Exterior do Departamento de Estado, em 1993, o prêmio de Destaque como Conferencista Visitante. No Brasil, recebeu em 1978 o Prêmio Abril de Reportagem, pela cobertura, para a revista Veja, sobre o Paraguai e sobre o assassinato do general chileno Carlos Prats em Buenos Aires.”
EUA / MERCADO EDITORIAL
Katharine S. Seelye
Editor desafia o LA Times e recusa corte de pessoal
“Numa atitude inédita, Dean P. Baquet, nomeado editor em 2005, foi citado ontem no seu próprio jornal, o Los Angeles Times, dizendo que estava desafiando a matriz em Chicago e não faria os cortes de funcionários requisitado. O diretor-responsável do jornal, Jeffrey M. Johnson, disse que concorda com Baquet. ‘Os jornais não podem cortar seu caminho para o futuro’, disse ele ao jornal.
Não se sabe o número de empregos em jogo, mas o jornal, quarto maior do país, nos últimos cinco anos cortou mais de 200 cargos da redação e agora conta com 940 pessoas. ‘Não sou contra cortes’, disse Baquet. ‘Mas não se pode ir longe demais e não planejo fazer isso’.
O jornal informou que Scott C. Smith, presidente da divisão Tribune Publishing, pediu aos executivos do jornal que apresentassem um plano para reduzir gastos, mas, quando Smith visitou Los Angeles, no fim do mês passado, eles não apresentaram o plano.
Baquet ‘se opôs a mais cortes e disse que não havia necessidade de mais discussões’, informou o jornal. O porta-voz tanto de Baquet quanto de Johnson disse que eles não fariam comentários adicionais. Smith disse, numa declaração: ‘Neste contexto em que a mídia convive com mudanças tão rápidas, estamos todos trabalhando juntos para melhor servir nossas comunidades, clientes e acionistas’.
É fato raríssimo um editor vir a público para manifestar sua posição sobre conflitos internos a respeito do orçamento e o próprio editor do jornal informar isso.
A decisão do Los Angeles Times de trazer a público a sua batalha contra o Tribune pode indicar que Baquet está tentando obter apoio para o jornal, num momento em que a Tribune passa por turbulências e alguns empresários locais têm expressado interesse em comprar o jornal.
Um editor do jornal disse que o artigo foi desencadeado por uma carta enviada na terça-feira por 20 líderes cívicos que conclamaram a Tribune a investir mais dinheiro no jornal ou considerar a sua venda. O porta-voz da Tribune disse que a empresa responderá à carta num futuro próximo.
O embate é um exemplo dramático do conflito que há muito tempo cozinha em banho-Maria em muitas salas de redação e de diretoria em todo o pais, num momento em que os jornais se defrontam com um brusca queda financeira que atinge a todo o setor e com as exigências contínuas de Wall Street por melhores resultados.
O preço das ações da maioria das empresas jornalísticas vêm decaindo há cerca de dois anos, embora muitas de suas publicações continuem rentáveis. O Los Angeles Times informou que sua margem de lucro operacional foi de 20%, mais alta que a média das empresas da lista das 500 maiores da Fortune.
Muitos jornais, entre eles o The New York Times e o The Washington Post, assim como outros de propriedades da Tribune – entre eles o Newsday, o The Sun de Baltimore e o The Hartford Courant – anunciaram programas de demissão voluntária e cortes de cargos no decorrer do ano passado. Os custos de um jornal, particularmente com papel jornal e pessoal, estão suplantando as receitas, e a internet está canalizando para si leitores e anunciantes.
A Belo Corporation anunciou ontem que 111 funcionários da redação do The Dallas Morning News aceitaram ofertas de demissão voluntária, restando 450 funcionários da área editorial,para cortar despesas e se concentrar no noticiário local. No mês passado, David Black, cuja Black Press é a nova proprietária do The Akron Beacon Journal, demitiu 40 funcionários da área editorial, cerca de 25% da equipe.
No Los Angeles Times, a circulação vem caindo do pico de 1,2 milhão em 1990. No semestre encerrado em março, foi de 841.500 exemplares, uma queda de 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Foi o maior declínio entre os dez maiores diários e mais que o dobro da média do setor.
A Tribune vive uma turbulência particular devido a um conflito nos últimos meses com a família Chandler, maior acionista, por causa da administração da empresa, que inclui 11 diários e 25 estações de TV. A família disse que a empresa, da qual o Los Angeles Times é o maior negócio, está sendo mal administrada e exigiu que a empresa venda seus ativos.
O conselho-diretor da Tribune defendeu a administração e está em conversações com os Chandlers para tentar resolver as diferenças. A empresa disse, no início deste ano, que tentaria comprar de volta US$ 2 bilhões em ações da empresa e fazer um corte de custos de US$ 200 milhões em toda a empresa no decorrer dos próximos dois anos. Vendeu algumas estações de televisão e anunciou um acordo ontem para vender sua estação em Boston, mas não especificou aonde encontrará o grosso dessas economias.
A declaração publicada no Los Angeles Times ontem pareceu uma declaração que a Tribune não encontrará muitas dessas economias em Los Angeles – ou então poderá perder os seus principais executivos.”
MEMÓRIA / ORIANA FALLACI
Ubiratan Brasil
Morre aos 77 anos a jornalista Oriana Fallaci
“Polêmica, admirada e criticada, a jornalista e escritora italiana Oriana Fallaci morreu na noite de quarta-feira, em um hospital de Florença, na Itália, onde estava internada fazia uma semana. Ela estava com 77 anos e sofria de câncer do seio fazia alguns anos. O enterro está previsto para hoje, no cemitério evangélico Allori, na mesma Florença, segundo indicou seu sobrinho Edoardo. ‘Não haverá nenhuma cerimônia fúnebre, pois Oriana não queria nada’, disse ele. ‘Seremos poucos, pois ela era como Greta Garbo: não queria, de forma alguma, que alguém soubesse que estava mal.’
Famosa por ter feito a cobertura de diversas crises e apontada como a correspondente de guerra mais personalista, Oriana era talentosa, corajosa e mestre na arte de acuar seus entrevistados. Era arrogante e pretensiosa. Ilustre por sua resistência ao fascismo italiano, falava dos árabes e da religião islâmica em termos grosseiros, a ponto de afirmar que os imigrantes ‘poluem’ a Europa e eram ‘delinqüentes’, violadores, prostituídos e portadores de aids.
Os adjetivos figuram no livro A Raiva e o Orgulho, lançado em 2002, no qual ela afirma que todos os males dos imigrantes podem ser explicados por uma religião aterrorizante, a do islamismo, cujo principal obra, o Alcorão, ‘jamais pregou outra coisa a não ser o ódio!’. O livro foi uma reação aos ataques terroristas de setembro de 2001 nos Estados Unidos e provocou reações diversas – de um lado, levantou o coro irado dos defensores islâmicos, mas também foi um sucesso editorial na Itália, onde vendeu 100 mil exemplares e foi recebido pelo ministro da Cultura, de Silvio Berlusconi, Giuliano Urbani, como obra da ‘grande Fallaci’.
Nascida em Florença, a 29 de junho de 1929, Oriana passou a infância na Itália de Benito Mussolini. Seu pai foi um combatente ativo, o que influenciou a filha a unir-se à resistência armada contra a ocupação nazista na Toscana. Estudou medicina, mas não concluiu o curso. O jornalismo foi seu meio de vida, especialmente quando se tornou correspondente de guerra em diversos pontos do planeta: da Guerra do Vietnã, nos anos 1960, até a Guerra do Golfo, nos 90. Em 1968, foi ferida à bala quando cobria a repressão a estudantes no México. Mas o que a tornou famosa foram suas agressivas entrevistas com líderes mundiais como Henry Kissinger, Yasser Arafat e o aiatolá Khomeini.
Tornou-se famosa sua frase sobre Yasser Arafat – ‘um homem nascido para irritar’ – e a descrição de Kissinger: ‘Sabe aquele som obsessivo, martelado, persistente da chuva caindo no telhado? A voz dele é assim.’ Seu estilo de perguntas era agressivo e provocador e sua redação, impetuosa. Os interlocutores também reagiam à altura – o mesmo Kissinger, por exemplo, lamentou ter lhe concedido uma entrevista. ‘Jamais entenderei por que concedi’, disse.
Depois da Guerra do Golfo, Oriana isolou-se em seu apartamento em Manhattan, nos Estados Unidos, negando entrevistas e fugindo de fotógrafos, uma espécie de J. D. Salinger de saias. Rompeu o silêncio apenas em uma oportunidade e, mais uma vez, de forma retumbante, depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Em um artigo publicado no jornal italiano Corrire della Sera, Oriana dizia que a informação de que alguns italianos comemoraram os ataques tinha-lhe causado tanta fúria que decidiu romper ‘o silêncio auto-imposto que mantenho há 10 anos’. No ensaio, ela é dura com os imigrantes árabes, dizendo que sua chegada à Itália equivalia a uma colonização, ‘uma invasão secreta’, além de comentar que as igrejas e catedrais italianas eram mais belas que as mesquitas.
A maioria dos escritores e pensadores ilustres que lhe responderam pela imprensa discordou, mas de forma cuidadosa e com um respeito que era tão espantoso quanto seu artigo. No ano seguinte, Oriana lançou A Raiva e o Orgulho, realimentando a polêmica a ponto de um juiz italiano, no ano passado, ter determinado que ela fosse julgada por ter difamado o Islã.
Na última vez em que foi notícia, Oriana Fallaci visitou discretamente, em agosto do ano passado, o papa Bento XVI, na residência de verão do pontífice, em Castel Gandolfo, ainda que, em seus livros, a escritora tivesse criticado a Igreja e o cristianismo, ‘os quais serão fagocitados pelo Islã, que converterá Jesus Cristo em um profeta de segunda classe’.”
TELEVISÃO
Flávia Guerra
Mendonça, da Cultura, pede revisão de lei
“‘A lei que regulamenta as TVs públicas do Brasil data da época da ditadura militar. E a legislação da época previa que não houvesse nenhuma aproximação da TV pública com a publicidade. O setor ficaria totalmente dependente da verba estatal. E as TVs privadas ficariam totalmente livres para operar como bem entendessem. Está mais do que na hora de revermos esse conceito’, declarou ontem Marcos Mendonça, presidente da TV Cultura, durante o encerramento do 1º Seminário Internacional de Televisão Pública, realizado na sede da TV Cultura, em São Paulo.
Essa e outras questões estratégicas para a TV pública foram temas de primeira ordem no evento e servirão de pauta para o Iº Fórum Nacional de TVs Públicas, que será realizado no final do ano. Além da legislação a ser revista, uma política nacional, que regulamente o setor, revelou-se mais do que necessária durante as discussões que permearam o seminário.
‘Este evento serviu para não só discutirmos o papel da TV pública como para também conhecer outros modelos de TVs públicas no mundo’, comentou Jorge da Cunha Lima, presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais.
O exemplo que vem de fora foi a temática do último dia de discussões. Representantes de TVs públicas de vários países apontaram soluções encontradas por eles que podem servir de base para um estatuto geral do setor no Brasil. ‘Antes, nossa meta era informar, educar e entreter. E achávamos que não era possível fazer as duas coisas juntas. Hoje, aprendemos que não podemos nos distanciar do nosso público e aprendemos a entreter e, ao mesmo tempo, educar e informar’, declarou Mark Young, que representou a BBC.
Tanto quanto o conteúdo, a sustentabilidade das TVs públicas no País certamente será assunto primordial do fórum. ‘De todas as TVs internacionais que se apresentaram aqui, nenhuma tem como única fonte de financiamento o poder público, disse Mendonça. ‘Encontraram outras alternativas através de parcerias, taxações, como a RTP de Portugal, que, conta com a publicidade e recebe uma parte da taxa que cada residência do país servida pela eletricidade paga. São exemplos para nos mirarmos’, concluiu.”
Cristina Padiglione
Baú da TV vai ao MIS
“Em meio às controvérsias sobre a TV digital, a televisão patriarca, tal como aqui desembarcou há 56 anos no Porto de Santos por encomenda de Assis Chateaubriand, faz aniversário segunda-feira, dia 18 de setembro. A data será brindada com a premiação dos pioneiros da TV Paulista, o chamado Canal 5, que logo completará 55 anos de sua fundação. A festa será só para convidados, na sede do canal NGT, no Butantã, e prevê homenagens a Paulo Goulart, Vera Nunes, Jane Batista e Antonino Seabra.
A cereja do bolo, no entanto, fica para o dia seguinte, quando se abre no Museu da Imagem e do Som (MIS) uma exposição que promete resgatar imagens dos primeiros anos da televisão no Brasil.
Dos primórdios da Tupi no Sumaré à invenção do videoteipe e àquele festival de incêndios que lambeu boa parte de suas primeiras imagens, o acervo compreende a fase de 1950 a 1969. A iniciativa é da Pró-TV, instituição que reúne os veteranos do veículo no Brasil, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura.
A cena será jogo rápido. Já no dia 22, a exposição deixa o MIS e seguirá para a Faculdade Cásper Líbero.
entre- linhas
A partir de hoje a Record passa a exibir o Tudo a Ver aos sábados, às 13h55.
A entrevista do Presidente Lula ao Jornal da Band anteontem alcançou o terceiro lugar na audiência com 4 pontos de média, segundo medição prévia do Ibope.
A equipe técnica da série ER – Plantão Medico teve de mudar a estratégia de filmagem por causa da TV em alta definição. A fachada do hospital que é cenário da série tinha uma recepção real, mas a profundidade dos corredores era conseguida por meio de uma foto enorme na parede. Com a TV em alta definição, os telespectadores percebiam o truque da foto, por causa da qualidade da imagem. O jeito foi reproduzir a recepção do hospital em estúdio para as novas gravações.
O canal pago AXN promove o prêmio ANX Film Festival, que irá exibir os melhores curtas-metragens novos de toda a América Latina. Entre os brasileiros, um concorrente forte é Desejo, de Anne Guimarães, que traz no elenco nomes como Lázaro Ramos e Wagner Moura. Os dez finalistas serão exibidos no canal durante um programa especial no dia 25 de novembro. O diretor Fernando Meirelles integra o júri da premiação.
A TVA comemorou ontem (sexta-feira) exatos 15 anos de operação no País. A debutante promete incrementar seus programas de fidelidade junto ao assinante.”
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