Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

A vilanização da imprensa

O processo de vilanização da imprensa continuou neste fim de semana na matéria de capa de CartaCapital. Como se a imprensa fosse culpada pelo crime eleitoral que se configura no caso do Dossiê Vedoin. Curiosamente, não se fala no papel da IstoÉ em toda a história, como se o fato de existir uma revista disposta a veicular qualquer dossiê que lhe chegue às mãos fosse assunto secundário.


É preciso que se diga mais uma vez e com todas as letras: se não existisse um veículo disposto a divulgar aquela armação a eleição presidencial teria acabado no dia 1º de outubro. E se chegássemos ao segundo turno o ambiente político seria muito mais tranqüilo.


É evidente que a grande imprensa tem os seus pecados. Exemplo: a matéria de capa da última Veja sobre o filho do presidente Lula. Ela não tem nada de novo, pode ser verdadeira mas é requentada, provocação para deixar o clima tenso e favorecer deslizes do candidato oficial nos próximos debates.


Por outro lado, é preciso lembrar que o relatório preliminar da Polícia Federal divulgado na sexta-feira (20/10) aproxima claramente as investigações da esfera palaciana e este relatório não foi inventado pela imprensa. Foi divulgado formalmente pela PF.


Fazer a imprensa de vilã nesta história suja só ajuda os trapalhões que apostam na radicalização. Na realidade, só ajuda o modelito de Hugo Chávez.