Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Terra Magazine

TELEVISÃO
Márcio Alemão

Novo Reality Show inspirado no País, 22/05/06

‘Já imaginou um reality show que fosse uma metonímia da zorra total do País?

Juntando tudo que tem rolado, na Tv, nos jornais, nas ruas, pensei em criar um reality show que fosse a metonímia da zorra total, não do programa mas da real situação do país.

Partiria do confinamento, no estilo Big Brother.

Na casa eu reuniria 2 senadores da república, 5 deputados federais, 4 estaduais, 3 vereadores, um sargento da PM, um coronel do exército que esteja na reserva, um jornalista político, um analista econômico, um apresentador de TV, dois empresários, um do comércio e outro da indústria, 2 mulheres maravilhosas, um garotão sarado mas apenas relativamente esperto e 4 pessoas do povo sem específicas habilidades. É evidente que entre os políticos haveria homens e mulheres e é óbvio que seriam representantes de vários estados do país e de diferentes legendas. Mas não mais do que 5.

A casa seria grande. Mas não muito grande pois criar um certo desconforto é desejável em qualquer reality.

A entrada dos participantes na casa já seria algo interessante de se ver. Duvido que o coronel venha a se manifestar com ‘U-HU’ ou ‘I-HA’. As lindas mulheres, o garotão e os representantes não políticos do povo, certamente o farão. Nesse momento também será interessante ver a reação dos políticos, posto ser de bom tom manifestar cumplicidade, identificação com os eleitores.

Nada na casa aconteceria sem que um projeto fosse elaborado e levado a votação. Nada mesmo. Na casa não teria luz, água, comida, segurança ou qualquer tipo de entretenimento.

O apresentador do programa, o Bial da vez, no primeiro programa já daria a eles um número. Sim. Um orçamento. Uma verba que deverá durar 100 dias. Se a mesma será utilizada em alimentação, energia ou entretenimento, os participantes irão decidir. E o que vale aqui, valerá ali. A qualquer momento o apresentador poderá criar novas regras tipo: vocês optaram pela energia eólica, mas ela acaba de ser taxada. No momento de deliberar sobre investimentos na segurança, a produção do programa diria: armas ou livros?

Imaginem os debates. ‘O bandido entra aqui e eu faço o quê? Mando a enciclopédia na cabeça dele?’ E toda vez que a verba for ultrapassada, será possível requisitar um empréstimo, mas vai sobrar para alguém da casa. Toda vez que isso vier a acontecer, alguém será eliminado. E como maldade adicional, quem decide por essa eliminação não é o telespectador, mas os participantes da casa. A maldade é simples de ser percebida.

Qualquer que seja a decisão, elá trará consequências.

Haveria o líder e haveria o participante que gozaria de imunidade.

As provas para decidir a liderança seriam as mais variadas possíveis. Teríamos desde a invasão dos jardins da casa por um grupo de Sem-Terra, o que obrigaria os participantes a decidirem sobre a melhor maneira de enfrentar a situação, até um concurso de danças temático tipo: como você reagiria se o seu coleguinha fosse absolvido em um processo cabeludo?

Quiz show, claro! Quantas horas um trabalhador que ganha três salários precisa trabalhar para comprar um Jeep Cherokee?

Teríamos o confessionário e acrescentaríamos o palanque, a tribuna e um palco.

Votações, só abertas. Que maldade, heim?

Posso estar errado, mas não seria fascinante ver essa turma se articulando, fazendo mil e umas para permanecer na casa e transformá-la em um lugar digno para se viver?

Se você tiver idéias sobre possíveis provas, escreva.’



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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

O Globo – 1

O Globo – 2

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