A International Women´s Media Foundation homenageou três jornalistas em cerimônia na terça-feira (24/10), em Nova York. A americana Jill Carroll, a libanesa May Chidiac e a chinesa Gao Yu receberam o Prêmio Coragem no Jornalismo deste ano. O prêmio pelo ‘conjunto da obra’ foi para a mexicana Elena Poniatowska, 74 anos, conhecida pelo livro La Noche de Tlatelolco, sobre o massacre que ocorreu na Cidade do México pouco antes das Olimpíadas de 1968.
A jornalista americana Judy Woodruff, uma das diretoras da organização, pediu um momento de silêncio em homenagem à russa Anna Politkovskaya, assassinada no início do mês em Moscou. ‘Nós queremos que o mundo saiba que Anna não está sozinha e que sua morte não será esquecida’, afirmou. A veterana repórter, crítica ferrenha do presidente Vladimir Putin, foi uma das vencedoras do prêmio em 2002.
Corajosas
Jill Carroll, 28 anos, ficou quase três meses nas mãos de seqüestradores no Iraque, no início de 2006. A americana, que trabalhava como freelancer para o jornal Christian Science Monitor, estava há três anos no país. Jill compareceu à cerimônia e se levantou para receber os aplausos, mas – ainda abalada pelo seqüestro – pediu que o editor do Monitor Richard Bergenheim fosse ao palco por ela. ‘Jill quer que o mundo saiba de seu total compromisso e apoio a todos os que continuam a reportar [em zonas de guerra]’, disse ele.
May Chidiac, 43 anos, sofreu uma explosão em seu carro, em setembro de 2005, no que ela acredita ter sido um ataque por suas críticas à Síria. ‘Mas eu sobrevivi, e não é mais um segredo que isso foi um milagre’, afirmou a apresentadora da Lebanese Broadcasting Corp., que perdeu uma mão e uma perna no atentado. ‘Eu acredito que eu dei ao meu país uma mão para lutar e uma perna para chutar todos os inimigos, que não são poucos’.
Gao Yu, 62 anos, recebeu um prêmio por coragem no jornalismo em 1995, mas não pôde recebê-lo – dois anos antes, ela havia sido sentenciada a seis anos de prisão por ‘vazar segredos de Estado’. Na década de 80, Gao ficou conhecida por seu jornalismo investigativo, que teve grande importância para o movimento pró-democracia de 1989. Ao receber o prêmio esta semana, ela contou à platéia que não chegou a ouvir o tiroteio na Praça da Paz Celestial em junho daquele ano porque havia sido detida pela manhã. Informações da AP [24/10/06].