Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

No Mínimo

SPORE
Pedro Doria

A obra-prima dos games vem aí, 4/11/06

‘Ao longo dos últimos seis anos, Will Wright tem trabalhado num videogame para computadores que será enfim lançado em 2007. Ele é o grande ‘autor’ de games, no sentido que se dá a diretores de cinema ou escritores de grandes livros. Wright é o criador de SimCity e dos Sims.

Seu novo jogo, Spore – Esporo, em português –, está sendo esperado como se fosse o Ulysses dos games. Por Ulysses, entenda-se, a obra-prima do modernismo escrita por James Joyce. E quem diz isto é John Seabrook, que assina um perfil do auteur na prestigiosa New Yorker.

No primeiro nível do jogo, você é um organismo unicelular numa gota de água representada na tela por um ambiente de duas dimensões, como um slide num microscópio. Ao evitar com sucesso predadores, representados por células de outras cores, você se reproduz e isto vale pontos de DNA (uma dupla hélice aparece sobre seu personagem). DNA é a moeda nos primeiros níveis de Spore e, conforme você evolui pode adquirir novas partes – barbatanas maiores para melhor nadar ou garras mais afiadas para defender-se de predadores.

Num determinado ponto, você sai da água para o segundo nível – terra – e sua criatura deve competir com outras criaturas e se reproduzir com as de sua espécie que o computador cria. Então forma uma tribo. O seu pode ser um jogo violento de conquista de outras tribos ou um jogo social, de conciliação. Se fizer as escolhas certas, de acordo com a lógica da simulação, sobreviverá e continuará a evoluir.

No caminho, seu personagem conquista ferramentas mais sofisticadas e melhores armas, constrói vilas, cidades e metrópoles. Quando a sua cidade conquista outras cidades no seu mundo é hora de construir uma espaçonave e lançar-se para o espaço. No último nível você evoluiu ao ponto de virar um deus intergaláctico que pode viajar pelo universo conduzindo diplomacia interplanetária e ou fazendo guerra.

Às vezes é um novo jogo de simulação, noutros tem um quê de SimCity, ou de Civilization ou de The Sim. Um jogo novo – e nenhum jogo está isolado: cada jogo jogado poliniza outros pela Internet com criaturas que vão sendo criadas aqui e ali. Não se joga com mais de um jogador, mas o universo é integrado.

Uma coisa diferente.’



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