Desde que foi criado, há 12 anos, na República Tcheca, o Project Syndicate – organização internacional que oferece artigos de opinião escritos por atuais e ex-chefes de Estado, escritores e ativistas, dentre outros – conseguiu reunir uma lista de 287 jornais ‘membros’ em 116 países, que, juntos, têm circulação combinada de 43 milhões de cópias. Mesmo assim, o projeto era pouco conhecido nos EUA até bem pouco tempo atrás.
Hoje, os maiores jornais americanos demonstram interesse no conteúdo do Project Syndicate, informa Nicolas Chatara-Morse, vice-presidente de desenvolvimento da organização, com sede em Praga. ‘Achamos que agora é um bom momento para levar opiniões de todo o mundo para os leitores de jornais americanos’, afirma. ‘Há muito conflito no mundo atualmente’.
Funcionamento
Os jornais ‘membros’ podem escolher artigos de uma lista de comentários de personagens políticos/diplomáticos como Kofi Annan, Jimmy Carter, Jorge Castaneda, Mikhail Gorbachev e Vaclav Havel; de economistas como Jeffrey Sachs, George Soros e Joseph Stiglitz; de escritores como Umberto Eco, Nadime Gordimer e Arundhati Roy; de acadêmicos como Nina Khrushcheva, Joseph Nye e Peter Singer; e de ativistas como Morgan Tsvangirai, do Zimbábue, e o chinês Xiao Qiang, diretor do Human Rights Watch.
Boa ação
O Project Syndicate não tem fins lucrativos e distribui mais de 350 artigos por ano, com alguns colaboradores escrevendo eventualmente e outros regularmente. Os diários dos EUA – mercado que, na opinião de Chatara-Morse, é altamente competitivo –, pagam por cada artigo. Outros jornais de países desenvolvidos pagam uma taxa mensal de assinatura.
A receita ajuda o projeto a oferecer seu conteúdo gratuitamente para jornais de países em desenvolvimento. ‘Nos países em desenvolvimento, nós enviamos conteúdo para publicações independentes, de qualidade e que não são de propriedade do governo’, explica. Informações de Dave Astor [Editor & Publisher, 21/2/07].