Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Assassinato provoca correria nas emissoras americanas

A ABC e a CNN eram as únicas redes de TV americanas com funcionários em tempo integral no Paquistão quando Benazir Bhutto, ex-primeira-ministra e candidata às próximas eleições, foi assassinada durante um comício, no dia 27/12. Antes da explosão de um homem bomba, ela foi baleada no pescoço. O período entre sua morte e a chegada dos correspondentes ocidentais forçou a maior parte das redes de TV nos EUA a improvisar. NBC, MSNBC e Fox News Channel contaram com transmissões por telefone de jornalistas freelancer no Paquistão, noticia Brian Stelter [The New York Times, 31/12/07].


Moshi Naqvi, repórter da CNN, falou com a líder de oposição horas antes do ataque e forneceu informações à rede por telefone ao longo do dia. O âncora Anderson Cooper viajou para o país para transmitir de lá o noticiário noturno do dia seguinte. Um produtor da ABC em Islamabad, no Paquistão, enviou notícias para a emissora. Já as redes NBC e CBS ainda apresentaram o telejornal noturno com correspondentes em Washington e Londres 12 horas após o atentado. Na sexta-feira (28/12) pela manhã, cada rede tinha enviado pelo menos um correspondente para o Paquistão.


Corte de custos


Apesar da guerra contínua no Afeganistão e dos conflitos recorrentes no Paquistão, nenhuma rede de TV americana além da CNN mantém um escritório permanente em algum dos dois países. Isto ocorre, em parte, porque é perigoso manter funcionários nestes locais, mas também reflete a crise financeira e o conseqüente corte de custos na indústria de comunicação – que levou muitas emissoras a fechar sucursais internacionais no fim da década de 90.


Além disso, desde 2003, muitas redes americanas têm dedicado a maior parte de seu orçamento internacional para a guerra do Iraque, afirma Andrew Tyndall, editor do Tyndall Report, jornal online que monitora noticiários. Segundo ele, depois do Iraque pós-guerra, os países que mais tiveram cobertura em 2007 foram Paquistão, Irã e Afeganistão.