SEGUNDO MANDATO
Franklin Martins aceita convite de Lula, 23/03/07
‘Ainda não há uma data definida, mas o jornalista Franklin Martins deverá tomar posse como ministro da Secretaria de Comunicação do Governo Lula na semana que vem. Ele aceitou o convite de Luiz Inácio Lula da Silva na noite de quinta-feira (22/03) para estar à frente da imprensa, da divulgação e da publicidade, além de ser responsável pela criação da Rede Nacional de TV Pública, que vem recebendo intensas críticas desde que se tomou conhecimento de seu anteprojeto.
‘Espero conseguir estabelecer uma relação ainda mais profissional e democrática entre o governo e a imprensa. Minha idéia é que esta relação seja uma via de mão dupla’, adiantou o futuro ministro.
Quando o Comunique-se lembrou que, desde que Lula assumiu a presidência da República, no primeiro mandato, o petista pouco falou com jornalistas, Franklin Martins disse que não quer ‘olhar para trás’. ‘Nesta segunda fase de governo, o presidente vem dando coletivas de imprensa quase todos os dias. Isso faz parte do debate público e, se depender de mim, vai continuar’.
Sobre a polêmica envolvendo a criação de uma Rede de TV pública do governo, Franklin defende um amadurecimento nas discussões do projeto, que vão começar nos próximos dias. Ele não concorda com a comparação feita com a Radiobrás. ‘Na minha concepção, a TV pública não será uma agência do governo, como é a Radiobrás. Ela deverá ter os moldes da BBC, deverá ter uma programação que vai apresentar as diferentes caracaterísticas culturais do país. A TV pública é algo de outra natureza, diferente da Radiobrás, que melhorou muito com (Eugênio) Bucci, mas este projeto é outra discussão, outro foco’.
O futuro ministro disse que aceitar o convite de Lula foi uma decisão difícil. ‘Estar do ‘outro lado do balcão’ é um desafio muito grande. Acredito que consegui me tornar um profissional de crediblidade, mas acho que neste momento posso contribuir muito mais com o Brasil ajudando a estabelecer uma relação cada vez melhor entre o governo, a imprensa e a sociedade. O País passou por uma crise profunda, mas avançou. Poderemos avançar muito mais de agora em diante, tanto neste quanto nos próximos governos’, finaliza.’
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Ex-diretor de redação do Estado de S. Paulo será ministro do desenvolvimento, 23/03/07
‘Miguel Jorge, executivo do grupo Santander Banespa e membro do Conselho Consultivo do Grupo Estado, foi convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, substituindo Luiz Fernando Furlan, de acordo com uma fonte no Palácio do Planalto. O convite teria sido feito pessoalmente e o executivo, que foi diretor de redação do Estado de S. Paulo por dez anos, assumiria na próxima semana. A assessoria do Santander Banespa confirmou a informação ao Comunique-se.
A reportagem apurou que na sexta-feira (23/03) haverá posse de ministros, mas Miguel Jorge não participará da cerimônia. O principal motivo para dar o cargo ao executivo é aumentar o foco em políticas de desenvolvimento como avanços tecnológicos e de política industrial. O governo considera o ponto alto da gestão de Furlan sua atuação na área de comércio exterior.
Longa data
Lula e Miguel Jorge se conhecem desde 1980, quando o executivo era diretor de assuntos institucionais da Volkswagem e o presidente, líder sindicalista. Miguel Jorge deve trabalhar de acordo com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O nome do executivo foi aprovado pelo próprio Furlan. Maurício Botelho, presidente da Embraer, chegou a ser sondado, mas não pôde aceitar por razões contratuais.’
VIOLÊNCIA & JORNALISMO
Banda de francês assassinado agride jornalistas no Rio, 23/03/07
‘Integrantes da banda South Slide cuspiram e atiraram objetos em jornalistas de diversos veículos na quarta-feira (21/03), no Rio de Janeiro. Um dos membros do grupo, o francês Sebastien Gressez, foi assassinado dias antes na rodovia Presidente Dutra. A mulher dele prestava depoimento em um hotel na zona sul do Rio quando as agressões foram feitas.
‘Foi tudo muito gratuito, não dá nem pra entender. Estávamos no hotel atrás do delegado, que foi lá a pedido da própria banda. Antes de qualquer pergunta ser feita, eles já cuspiram na gente. Atiraram uma garrafa de água em um cinegrafista que não estava nem com a câmera ligada’, contou Marcos Alvarenga, repórter do SBT. ‘Na verdade, eles estão assim desde o primeiro dia. Ninguém mais da imprensa quer falar com eles’.
Um dos integrantes da banda, que reúne músicos de várias nacionalidades e está circulando pelo País em um ônibus, teve que ser contido pelo delegado Fernando Veloso, da Delegacia Especial de Atendimento aos Turistas (Deat), para não agredir Alvarenga.
O repórter Celso Brito, do jornal O Dia, foi vítima de uma das agressões mais graves: teve uma lata de tinta atirada no rosto. Brito foi submetido a uma tomografia, mas passa bem. Também foram agredidos com cuspes e objetos funcionários da Rede TV!, Band e Record.’
JORNALISMO ECONÔMICO
‘Éramos pobres, ficamos ricos’. Será?, 23/03/07
‘O XIS DA QUESTÃO – Os deputados pensaram, lucidamente: ‘Se o país ficou mais rico, nada mais justo do que distribuir conosco um pouco desse inesperado enriquecimento’. E você, já conseguiu pôr a mão na parte que lhe pertence dessa riqueza que estava escondida e agora apareceu? Pois podemos ir à luta, porque o ministro do Planejamento já garantiu, pelos jornais:’Com a revisão, o PIBinho virou quase um PIBão’
1. Créditos ao IBGE
Na qualidade de integrante de pequeno grupo social que consegue entender, ainda com alguma dificuldade, o linguajar quase especializado das editorias de Economia, devo cumprimentar essas editorias pelo bom trabalho realizado na explicação dada às elites, sobre o que tecnicamente significa o inesperado aumento do PIB nacional.
No meu caso, as explicações funcionaram: continuo a confiar no IBGE.
Soube da novidade pelo rádio. A primeira reação, minha como a de tanta gente, foi a de que alguém, isto é, o governo, estava tentando nos empulhar. Fazia pirotecnia estatística para nos convencer de que, ao contrário de todas as evidências até agora conhecidas, o país entrara, sim, no tal espetáculo do crescimento que nos haviam prometido. Na verdade, como Joelmir Beting disse certa vez, já faz algum tempo, temos assistido ao crescimento do espetáculo…
Pois foi em crescimento do espetáculo que pensei quando vi na televisão o ministro Mantega, com aquele sorriso disfarçado que acrescenta sentidos ao que diz, fazer um entusiasmado aproveitamento político dos novos números do IBGE.
Mas, aí, Joelmir entrou no ar e esclareceu, mais ou menos assim: ‘Não, não se trata de truque estatístico. Os números são resultado da atualização e do aperfeiçoamento da metodologia do IBGE, que é e continua a ser uma instituição séria’.
Joelmir me convenceu. Aí, na quase madrugada do dia seguinte, ou seja, ontem, mergulhei nas páginas de Economia, para entender o que havia acontecido. E encontrei até vozes da massa encefálica oposicionista elogiando as mudanças feitas na metodologia de medição do PIB. Fiquei, pois, elucidado quanto à honestidade dos procedimentos do IBGE e à confiabilidade dos dados.
Portanto, acredito, sim, que o Brasil cresceu 3,1% no primeiro mandato de Lula.
Entretanto, o povão, que jamais será ‘o outro’ para quem pauta e escreve nas editorias de Economia, continua a não saber nem o que é PIB.
2. E viva o nosso PIBão!
Para o povão, falaram os ministros da área econômico. Em festivo discurso, com jeito ufanista que lembra até velhos tempos, espalharam ao mundo frases embandeiradas na seguinte ‘verdade’: – Éramos pobres, ficamos ricos.
Garanto que não exagero.
Nos jornais de hoje, sexta-feira, 23 de março, assim fala o ministro Guido Mantega : ‘Agora, o G-8 é com o Brasil dentro. Vamos passar folgados a Itália e nos aproximarmos do sétimo lugar, a França’.
No reforço a essa euforia enganadora, veio o ministro do Planejamento e proclamou, em jeito de torcedor de futebol apaixonado, e por isso irracional: ‘Com a revisão, o PIBinho virou quase um PIBão’.
Frases e campanhas desse tipo nada têm a ver com Economia. São ações políticas, que deveriam estar nas editorias de Política, ao lado das alentadas reportagens sobre o aumento salarial dos deputados, cujo projeto transita em marcha acelerada dentro do Parlamento.
Uma coisa tem tudo a ver com a outra.
A eufórica fala dos ministros daria razão aos deputados. Por isso, não custa acreditar que quem propôs e com manhas regimentais aprovou na Comissão de Finanças da Câmara a proposta de aumento de 26,94% para os deputados e senadores, levou ao pé da letra a palavra ministerial. A partir da fala dos ministros, deve ter brotado e se disseminado, naquela Comissão, a seguinte e genial construção mental, que logo, logo, transbordará para o plenário da Câmara:
‘Se o país ficou mais rico, nada mais justo do que distribuir conosco um pouco desse inesperado enriquecimento’.
Assim, de consciência aliviada, acertaram que deveriam passar a ganhar R$ 16.25042, com o respeitável contrapeso da ‘verba indenizatória’, hoje de R$ 15 mil para cada deputado, mas que também será reajustada. E tem mais: no projeto aprovado, está escrito que, dessa tal ‘verba indenizatória’, R$ 5.416,81 poderão ser gastos sem a obrigação de prestar contas.
Ah! Me esqueci de acrescentar que cada deputado dispõe, ainda, de mais R$ 50.815, a título de ‘verba de gabinete’, com a qual podem contratar até 25 funcionários.
Enfim, uma beleza de emprego. Mas como o Brasil ficou mais rico, tudo se justifica.
Falta dizer aos deputados, e o ministro Mantega poderia fazer isso, que o crescimento refletido nos índices do IBGE resulta principalmente do aumento de impostos. Há mais dinheiro nos cofres públicos, o que permite ao governo gastar mais, ou seja, consumir mais. Em contrapartida, os dados do IBGE mostram que os níveis da poupança nacional caíram, e os dos investimentos também.
Mas talvez nem valha a pena olhar para detalhes tão insignificantes
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E você, já conseguiu pôr a mão na parte que lhe pertence dessa riqueza que estava escondida e agora apareceu?
Eu senti o efeito, mas no sentido oposto. No mesmo dia em que se anunciaram ao país os novos patamares da riqueza nacional, o dono da lanchonete onde costumo tomar o meu cafezinho da tarde aumentou em 10,5% o preço do dito cujo.
Coisa de sujeito bem informado…
(*) Carlos Chaparro é português naturalizado brasileiro e iniciou sua carreira de jornalista em Lisboa. Chegou ao Brasil em 1961 e trabalhou como repórter, editor e articulista em vários jornais e revistas de grande circulação, entre eles Jornal do Commercio (Recife), Diário de Pernambuco, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo, Diário Popular e revistas Visão e Mundo Econômico. Ganhou quatro prêmios Esso. Também trabalhou com comunicação empresarial e institucional. Em 1982, formou-se em Jornalismo pela Escola de Comunicação de Artes, da USP. Também pela universidade ele concluiu o mestrado em 1987, o doutorado em 1993 e a livre-docência em 1997. Como professor associado, aposentou-se em 1991. É autor de três livros: ‘Pragmática do Jornalismo’ (São Paulo, Summus, 1994), ‘Sotaques d’aquém e d’além-mar – Percursos e gêneros do jornalismo português e brasileiro’ (Santarém, Portugal, Jortejo, 1998) e ‘Linguagem dos Conflitos’ (Coimbra, Minerva Coimbra, 2001). O jornalista participou de dois outros livros sobre jornalismo, além de vários artigos (alguns deles sobre divulgação científica pelo jornalismo), difundidos em revistas científicas, brasileiras e internacionais.’
Milton Coelho da Graça
Ganância igual, transparência diferente, 23/03/07
‘No dia 14 deste mês, 12 sabidos – o presidente, diretores e membros do Conselho Administrativo – investiram economias e gratificações na compra de ações de seu próprio banco, o ABN-AMRO, sediado em Amsterdam. Pagaram 26,85 euros por ação. Cinco dias depois, foi anunciado que o banco britânico Barclays estava negociando a compra do ABN-AMRO, cujas ações imediatamente subiram 14% – para 31,23 euros.
Além de ser uma história de ganância desmedida – o presidente, Rijkman Groenink, ganhou com essa malandragem uns 65 mil reais, certamente menos do que ganha de salário por mês – a revelação feita ontem mostra como funciona, rápida e da maneira mais transparente, o capitalismo levado a sério pelo governo holandês e pela lei do país.
No outro lado do Atlântico, em Chicago, Estados Unidos, o promotor público Jeffrey Cramer chamava de ‘ladrão de banco’ um dos homens mais poderosos no mundo da imprensa mundial e que até ganhou da rainha do Reino Unido o título delorde: Conrad Black, dono de mais de 300 jornais, inclusive o Chicago Sun-Times e britânico Daily Telegraph. Mais uma aula de capitalismo sério e transparente, com Black sendo acusado de ter furtado 60 milhões de dólares das empresas e outros acionistas, num complicado esquema que envolvia falsificação de documentos e até simples meteção de mão na caixa.
Aqui no Brasil, Petrobras, Ultra e Braskem anunciaram nesta segunda, 19/3, a compra do Grupo Ypiranga, composto por três empresas (a Petróleo Ypiranga, a distribuidora e a refinaria) cujas ações subiram imediatamente entre 33% e 60%. Nos últimos três dias úteis da semana anterior, um fundo estrangeiro e um indivíduo também sabidão havia comprado mais de 25% das ações da Ypiranga. E o fundo estrangeiro, logo que foi anunciada a compra pelo trio Petrobras-Ultra-Braskem tudo que podia logo após o anúncio da operação e a fantástica alta na Bolsa.
A Bovespa e Ministério Público estão tentando evitar o pior, que o malandro daqui e os de fora escapem com o lucro ilegal. Mas a nossa lei protege os nomes deles com o ‘segredo de justiça’ e nada impede que o ‘fundo estrangeiro’ já tenha enviado para o exterior o lucro da operação e também proteja os nomes dos beneficiados.
Ainda falta muito para termos o capitalismo sério e transparente da Holanda e dos Estados Unidos.
A Globo muda a história do Pan
Como eu estou bem velhinho, já acompanhei as Olimpíadas e os Jogos Panamericanos de São Francisco, Moscou, Londres, Santo Domingo, Havana e muitas e muitas outras competições, sempre identificadas pelos nomes das cidades que as sediaram.
Por isso, soa muito estranho que a Rede Globo insista em só falar no Panamericano do Brasil, no Rio de Janeiro. Alguém pode explicar isso?
Nem tudo que é público é estatal
O Secretário de Áudio-Visual do Ministério da Cultura, Orlando Senna, levantou uma questão mais do que pertinente: a rede de televisão sonhada e articulada pelo governo será pública ou estatal? Apesar da apressada e claramente irada resposta do Ministro das Comunicações, Hélio Costa, garantindo que a intenção é de que seja pública, o governo já anunciou, por diferentes fontes, que o jornalista Franklin Martins vai ser o dirigente dessa Rede e também que vai ser o porta-voz do Presidente. As duas coisas são claramente incompatíveis. Por que o Ministro não esclarece esse ponto fundamental?
(*) Milton Coelho da Graça, 76, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’
WEBJORNALISMO
Acabou o jornalismo puro, 20/03/07
‘Olá, amigos. Uma tendência muito forte do jornalismo online é não ser mais só jornalismo. Como a oferta de informação é imensa, e vem de todos os lados, quem quer se dar bem no processo de informação digital tem que saber dar algo a mais do que simplesmente notícia. Seja um comentário, uma brincadeira, uma enquete ou um vídeo, o que importa hoje é o conteúdo exclusivo que se dá ao leitor/usuário que complemente a notícia pura e simples.
Os sites esportivos internacionais vêm crescendo muito nesta área. Fantasy games, vídeos exclusivos, mesas redondas e fóruns dos mais variados fazem com que os usuários, mediante cadastro ou pagamento de mensalidades, tenham acesso a um conteúdo que os dê a sensação do ‘algo mais’, aquilo que complementa a informação.
Há cerca de dois anos, mais ou menos, escrevi aqui que os jornais impressos europeus se dedicam cada vez mais à opinião, e menos à notícia, por entenderem que, por darem as notícias sempre no dia seguinte, os seus leitores já sabem do assunto, tendo se informado através da televisão, do rádio ou da Internet. Por isso, a opinião e o debate passaram a ser muito mais importantes.
Vejo que, hoje em dia, os sites começaram a ter um pouco desta característica. A informação pura e simples é dada de diversas formas, e não simplesmente em uma página de texto. Galerias de fotos, contribuições dos leitores, fóruns de debate, painel de opinião… tudo é válido para que o leitor forme a sua opiniao e tenha a maior quantiade possível de informação sem que ela seja, necessariamente, dada a ele em forma de texto jornalístico.
Acredito que em pouco tempo os podcasts, vídeos e games farão parte do conteúdo dos sites jornalísticos mais tradicionais. Hoje ainda buscamos esse formato, mas creio que nao demoraremos a encontrá-lo
No âmbito esportivo, a diversão vem ganhando espaço no gosto de quem mais acessa sites de esportes: jovens de 12 a 20 anos com tempo e disposição para ficar horas e horas na frente de um computador se deliciando com cada novidade que se oferece. Vídeos do Ronaldinho Gaúcho, jogos interativos, testes de conhecimentos e outras atrações são, sem dúvida, os maiores atrativos para a garotada. Dificilmente uma nota tem mais acesso que uma página com atrações multimídia de astros do esporte.
Se eu tivesse que apostar em uma tendência para os proximos cinco anos, definitvamente seria na integração de conteúdo e na mescla notícia/entretenimento.
(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da Globo.com.’
INTERNET
Existe um tipo de redação específica para intranets?, 22/03/07
‘Existe, sim – e tudo é decorrência de um único atributo, típico de redes corporativas, e que você deve ter em mente antes de tomar nota de qualquer regrinha.
Qual é este ponto zero? Simples: a intranet é um ambiente de limites bem demarcados, onde, desde o início, já se sabe o número de usuários, seus dados, e existe uma boa noção do que o público deseja. Além disso, qualquer dúvida que surja, basta descer ou subir escadas, adentrar salas adjacentes ou digitar um ramal.
É por isso que o que sabemos sobre redação online deve ser levemente adaptado para este ambiente restrito, o que torna, de certa forma, o ato de escrever para intranets uma atividade mais simples que redigir para a web, onde você, de início, tem apenas uma noção de quem irá acessar seu conteúdo – e este ‘quem’ provavelmente será bem superior ao público de uma rede interna. Mas não pense que é algo que se aprenda em uma semana.
Também há um porém importante. Se, por um lado, lidar com um ambiente digital interno é um facilitador, por outro é preciso ter cuidado redobrado com o trato com o cliente. Afinal, se em um site web há informações valiosas que, em última instância, servirão para o desenvolvimento da companhia no mercado, nos sites intranets estão dados que podem atrapalhar o dia-a-dia dos empregados se as informações não forem veiculadas da melhor maneira possível – o que irá afetar diretamente os processos da empresa. Impossível imaginar algo mais grave. Fique atento.
Vamos, então, aos pontos principais da redação para intranets.
1- Consulte os house-organs
Não tente reinventar a roda. O ponto-chave do webwriting para a intranet é saber falar a língua da empresa – -se saber os termos exatos que por lá circulam, e não há fonte mais segura que o house-organ da companhia.
Folheando o veículo interno, você terá em mãos uma lista básica de terminologias, desde detalhes básicos, como a forma com que a empresa se autodenomina (corporação, companhia, empresa?), até a maneira com que ela se refere a expressões como conference call (várias chamam de reunião à distância, só para citar um caso). Além disso, muitas agências que produzem house-organs fazem pesquisas periódicas sobre os assuntos tratados nas edições – o que é muito precioso e irá ajudá-lo a ficar por dentro de quais pontos podem ser abordados com mais profundidade nos sites
intranet, e vice-versa.
2- Aprenda a falar várias línguas
Como cada área ou departamento tem um foco determinado, cada site da intranet ‘fala’ um dialeto dentro de uma mesma linguagem. Para quem irá trabalhar com apenas uma destas páginas da rede, é bom mergulhar de cabeça nos dialetos do feudo em questão. O problema é mais complexo, contudo, para quem cuida de ‘portas de entrada’ de intranets, aquelas que oferecem vias de acesso a todas as outras. Colocar no liquidificador todos os dialetos e daí tirar um denominador comum é muito difícil, mas há um truque: chamadas individuais para o destaque do dia ou da semana dos principais sites da intranet. Comece por aí – a aprovação será geral.
3- Adapte o webwriting
Não caia na tentação, muito comum entre desavisados, de esquecer o que está sendo feito em matéria de textos ‘lá fora’, na internet. A redação para a Rede pode e deve ser a mola mestra na redação de qualquer site intranet. Por isso, enumero a seguir os pontos cardeais da redação online e os detalhes fundamentais do webwriting que não devem faltar no check list de qualquer redator, seja ele de sites web ou intranet:
a) Arquitetura da Informação
Pense em dados e serviços oferecidos de bandeja: não complique a estrutura editorial. Deixe sempre à mostra a entrada para os documentos mais importantes para os funcionários ou qualquer informação essencial para o dia-a-dia da empresa. Todo o resto vem depois – lembre-se que muitas vezes o empregado está com um superintendente da empresa de pé, ao lado, aguardando que ele encontre um dado importante em milésimos de segundos!
b) Navegabilidade
Agrupe os assuntos, para que, assim que o visitante acessar a página, ele possa ter uma pista de que caminho deve tomar para encontrar a informação que deseja. Siga desta maneira, como se estivesse descascando uma cebola.
c) Visibilidade
Esteja sempre por dentro do que está acontecendo dentro da empresa, para colocar na superfície as informações mais úteis da área – e as mais procuradas. Peça para o designer criar um ícone do mapa do site bem visível também.
d) Objetividade
Este é o item principal de todo e qualquer site intranet. Não enrole, não se estenda, seja claro e breve (quando preciso). Dê ao empregado *exatamente* o que ele quer – e ponto final.
e) Design
Explore o webdesigner: peça que ele use e abuse de ícones. Eles serão seus melhores amigos para oferecer de forma bem persuasiva o que for mais importante.
f) Tecnologia
Pop-up é o recurso tecnológico número um dos redatores de intranet, infelizmente banalizada na internet. Quando precisar veicular algo urgente, não titubeie: peça uma janela bem caprichada.
g) Criatividade
Use com parcimônia! A intranet funciona muito mais como ferramenta de trabalho que a internet – cuidado!
h) Ortografia
Você está na linha de tiro de dezenas (ou centenas) de empregados. Revise mil vezes. Ainda assim, se possível, peça a ajuda de um bom revisor!
Em tempo: não pense que pára por aí. Enquanto a internet é um ambiente único, as redes internas são incontáveis ambientes que diferem entre si… Há muito que explorar e descobrir!
E você, tem experiência em redação para intranets? Acha fácil ou difícil? Já descobriu algum macete? Divida sua experiência com os outros comentando logo abaixo. Será enriquecedor para todos!
Participe!
(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’
José Paulo Lanyi
Eles querem ser o Jabor, 20/03/07
‘Arnaldo Jabor tinha acabado de chegar para redigir e gravar a sua coluna eletrônica do Jornal da Globo, quando uma editora, então ‘emprestada’ ao Jornal Nacional, recebeu-o com efusão, parabenizando-o por um texto dele sobre o amor. Eu também havia lido o artigo, que, como muitos outros assinados pelo colunista, estava circulando pela Internet. Jabor logo disse, contudo, que não havia publicado nada daquela natureza, e que fraudes como aquela eram comuns. Pediu então à sua colega que lhe mostrasse a crônica. Depois de algum tempo, a editora achou o artigo e entregou-o ao jornalista, cineasta e, agora, conselheiro amoroso.
Ele passou os olhos pelo papel e pôs-se a ler alguns trechos em voz alta. ‘Você acha que eu escreveria isto?’, indagava à sua volta, aborrecido. Depois solicitou que lhe repassassem um outro artigo online cuja autoria também lhe fora atribuída. Inconformava-se com o engodo e, provavelmente, com o fato de que muitos acreditavam que ele fosse capaz de propalar asneiras empacotadas pelo lugar-comum, e em mau estilo.
Lembro-me disso quando, hoje, recebo mais um desses artigos que, diz a fonte, teria sido concebido pelo polemista. É um libelo contra a corrupção e contra a letargia geral. Nada de extraordinário, portanto, dada a nossa rotina. Qualquer um poderia ter escrito, e não me preocupei em checar se o texto é ou não é do Jabor. Se não é, para mim está, igualmente, de bom tamanho.
Embora reconheça o efeito imediato da malignidade do tumor da má-fé, ocupo-me em entender as causas dessa enfermidade social. E chego à conclusão de que, tal como o texto que recebi, não há mesmo nada de novo em vários anos.
De um lado eu poderia escrever arrazoados sobre o franco acesso a um meio de comunicação cujo poder é avassalador; poderia falar em mecanismos de controle; poderia falar em senhas e contra-senhas; poderia falar em Justiça e em poder de polícia; poderia falar em bloqueios e em identificadores digitais; poderia estatizar as assinaturas, fazendo disso tudo uma grande (e pleonástica) China…
De outro, poderia falar da esquizofrenia pop; poderia falar da idolatria e do assassinato do John Lennon; poderia falar da célebre previsão do Andy Warhol; poderia, ainda, remeter-nos a Welles e a seus marcianos, ou ao paredão de Orwell.
Teses, antíteses, importa é que caímos do penhasco da superficialidade e da conseqüente insatisfação com aquilo que somos. Nesse existencialismo incompleto, sofremos da absoluta ausência de sentido para a vida e reconhecemos a nossa impotência diante de um acaso que nos afigura terrível, sempre ameaçador. Mas, por sermos covardes, negamos o sentido da honra e da responsabilidade. Fugimos de nós mesmos e nos metemos sob o capacho de um nome qualquer.
Falta grandeza em nossa mesquinharia. Houve época em que poderíamos escrever cartas anônimas para caluniar os nossos inimigos. Uma maldade e tanto. Hoje o medíocre (ou seja, a larga maioria) também tem a chance de cometer as suas, mas carece do vigor dos grandes, sobretudo dos grandes malvados, e se contenta com o papel ridículo do pseudobonzinho que se presta a aconselhar os incautos.
É assim que, nestes tempos, consegue-se conspurcar, a um só tempo, o vício e a virtude. Eis uma das conseqüências desta era de semitons, plena de hipocrisia e de malditas boas intenções. É essa gente que aperta a sua mão nas festas da empresa. É dela que estamos falando. É essa gente que quer ser famosa e dar conselhos à Jabor. Pode ser você mesmo. Ou o cara da mesa do lado. Por vezes, tanto faz. É tudo a mesma coisa.
(*) Jornalista, escritor, crítico, dramaturgo, escreveu quatro livros, um deles com o texto teatral ‘Quando Dorme o Vilarejo’ (Prêmio Vladimir Herzog). No jornalismo, tem exercido várias funções ao longo dos anos, na allTV, TV Globo, TV Bandeirantes, TV Manchete, CNT, CBN, Radiobrás e Revista Imprensa, entre outros. Tem no currículo vários prêmios em equipe, entre eles Esso e Ibest, e é membro da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes).’
MERCADO DE TRABALHO
Globo monta Núcleo do Pan para cobertura dos Jogos, 21/03/07
‘A TV Globo, a exemplo do que faz nos grandes eventos, montou na editoria Rio um Núcleo do Pan, com equipe dedicada exclusivamente à cobertura dos Jogos Panamericanos 2007. Nesta fase, antes do início dos Jogos, o núcleo tem duas frentes principais de atuação, conforme destacou a correspondente Cristina Vaz de Carvalho, do Rio de Janeiro.
A primeira é a chamada ‘cobertura de sustentação’ em todos os telejornais locais e oferecendo pautas especiais aos telejornais de rede. A editoria atua em parceria com o Departamento de Esportes, que tem uma angulação especial no material produzido. Na Rio, a responsabilidade principal é mostrar como a cidade está se preparando para o evento – acompanhar obras, organização, mobilização dos cariocas e voluntários e mostrar também como será a infra-estrutura local para sediar o Pan. Ainda está se firmando o que a emissora chama de cobertura do ‘Pan Social’, cujo conceito é mostrar como o esporte e a educação são parceiros fundamentais para inclusão social de jovens pobres. Para isso, prepara edições especiais do RJ-TV com ancoragem na rua e nas obras das instalações esportivas.
A segunda fase coincide com o início do Pan. O papel do núcleo será ampliar a ‘cobertura da mobilização’ da cidade. Vai atuar fortemente na prestação de serviços: trânsito, segurança, venda de ingressos, além de mostrar como o Rio está recebendo atletas e turistas. O núcleo, coordenado por Márcio Sternick, conta com quatro produtores e dois editores. A Editoria Rio cedeu Renata Fernandes, Silvana Ramiro, Caroline Mathiesen e Helton Setta (este atualmente em férias). Em breve, um repórter especial vai se integrar à equipe.
Vem aí o Bahia Notícias
A principal novidade que vem de Salvador, relatada pelo correspondente Vanderlei Carvalho, é a chegada de um novo jornal. Está previsto para começar a circular em maio ou junho o Bahia Notícias, tablóide semanal com tiragem de 50 mil exemplares e 24 páginas. À frente do projeto está o ex-gerente de Jornalismo e de Programação da TV Itapoan/Record, Ricardo Luzbel, que se associou ao Zé Eduardo, apresentador do Se liga bocão na Transamérica FM e na TV Aratu, ao empresário Paulo Tavares (proprietário do grupo Pida) e a Roberto Cal, ex-diretor do Hospital Espanhol. Em princípio, o jornal vai trabalhar com free-lancers, mas já definiu alguns nomes que vão compor sua equipe. Edson Almeida vai escrever sobre Esporte e Jorge Lindsay sobre Polícia.
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Diário de S.Paulo paga bônus à equipe
Uma outra boa notícia vem de São Paulo, mais especificamente do Diário de S.Paulo. Pela primeira vez, desde que passou ao controle da Infoglobo, paga a seus empregados um bônus a título de participação nos resultados. O jornal paulista era o único do sistema que ainda não havia sido incluído nesse programa denominado internamente de PAR. O pagamento, correspondente a 43% dos respectivos salários, foi feito na última 6ª.feira (16/3) para os funcionários da redação, comercial e circulação. Na 5ª.feira, quando fez o comunicado, a Direção da Infoglobo destacou o esforço de gestão feito na empresa, que permitiu fechar 2006 com uma economia de 4,6% em relação ao orçamento original e, desse modo, pagar um bônus a seus colaboradores. Foi o que se poderia chamar de uma 6ª.feira gorda no Diário, com direito a um clima que alguns profissionais de lá consideram de ‘serena alegria’.
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Salários voltam a ser pagos em dia na Editora Três
E se é para ficar na sintonia das boas notícias, aproveitamos para uma esticada à Editora Três, que, para alegria geral, voltou a pagar os salários em dia, depositando nesta terça-feira (20/3) o adiantamento de março. Já não há dúvidas de que a negociação entre Domingo Alzugaray e Nelson Tanure está sacramentada, restando apenas acertar os valores finais, o que dependerá do passivo existente na empresa e que está sendo apurado.’
JORNAL DA IMPRENÇA
Estupraram a polícia!, 22/03/07
‘As vidas que passaram
deixaram portas abertas
para labirintos.
(Do novo poema de Celso Japiassu)
Estupraram a polícia!
A considerada Jacqueline Daniel, jornalista em Juiz de Fora, passeava os olhos pelo site Globominas.com quando este título a deixou com-ple-ta-men-te vesga:
Homem é preso por suspeita de estupro a uma Companhia de Polícia em Contagem.
O impacto deixaria mesmo qualquer um caraolho, porém depois do susto era possível ler:
Um homem foi preso, nesta sexta-feira, próximo a uma Companhia da Polícia Militar (PM), em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, ao ser reconhecido pelo irmão de uma possível vítima de estupro.
D.M.S, de 18 anos, foi atacada nessa quinta-feira e hoje foi, junto com seu irmão, prestar depoimento a polícia. Wilian Fernandes do Prado, de 19 anos, foi reconhecido por D.M.S e por outra vítima que teria sido estuprada também em Contagem. O suspeito já era procurado por outros crimes e provavelmente será encaminhado para o 1º Distrito Policial de Contagem.
Claro que Jacqueline, moça de boa formação, avaliou o tamanho da encrenca ao ler as maltraçadas linhas do, digamos, texto, porém Janistraquis não admite que a Companhia de Polícia tenha escapado virgem do episódio:
‘Considerado, recordo até hoje, com indizível horror, aquela manhã de minha infância no sertão pernambucano, quando um cabra valente chamado Ciço Marcolino, aparentemente sem razão alguma, invadiu o quartel que ficava bem pertinho lá de casa e comeu todo o mundo!!! Teve soldado que jamais se recuperou do estupro. Talvez tenha acontecido a mesma coisa com a polícia de Contagem, você não acha?’
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Herdeiros da Rosa
‘A poesia de Talis Andrade amadureceu sem perder totalmente o seu viés erótico ou um certo ‘desencanto da vida’ que sinalizam, na inspiração poética da juventude, o fio transparente da formação do homem’, escreveu Francisco Fausto no prefácio do novo livro do nosso considerado jornalista e poeta.
Leia no Blogstraquis a íntegra deste e demais textos, os quais, por assim dizer, guarnecem a rara iguaria editorial feita do casamento entre a inspiração e o cultivo.
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Celso Japiassu
Leia no Blogstraquis a íntegra de Vidas, novo poema da generosa lavra de Celso Japiassu. E visite umacoisaeoutra, site de cultura, gastronomia, humor e elegante pornografia.
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Viva a veadagem!
O considerado Vicente Madeira Bastos, de Salvador, está indignado com projeto de lei aprovado pela Câmara que torna crime qualquer tipo de crítica ao homossexualismo:
Ora bolas! Por que não se pode criticar essa porra?! Por acaso uma bicha-sem-vergonha está acima do bem e do mal neste ‘país de m…’, conforme o senhor costuma escrever? E esse negócio de considerar a veadagem uma ‘opção sexual’ é o absurdo dos absurdos. Veado nasce veado, como o sabem até os cachorros da rua!
Janistraquis adorou esse ‘como o sabem’ e compreende sua ira, ó Vicente, pois anda apavorado com a possibilidade de o homossexualismo se transformar em prática obrigatória neste país de m…
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Obrigatório/proibido
O considerado Fábio José de Mello recordou frase da predileção do colunista (no Brasil, o que não é proibido é obrigatório) e se lembrou de nos enviar sensacional lista de regras, leis e proibições que encontrou na internet. Quem revela as preciosidades é um internauta de Curitiba, Paulo de Tarso. Veja abaixo uma das pérolas e confira a íntegra no Blogstraquis.
Para considerar o homossexualismo ilegal, o Estado da Virgínia editou lei proibindo o sexo anal, oral e a relação sexual com posição diversa da de ‘papai-e-mamãe’. Também não se pode fazer cócegas nas mulheres. Outra lei obriga os moradores a instalar banheiras na parte exterior de suas residências.
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Experiência
Frase de um arigó nordestino que o Jornal do SBT entrevistou no chuvoso dia de São José:
O agricultor nasce na fé e morre na esperança…
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Caraça/Caraçá
O considerado Thadeu Schwartzman, de Belo Horizonte, jura que escutou o não menos considerado William Waack anunciar no Jornal da Globo de segunda-feira, 19 de março:
Em Minas Gerais, turistas observam lobo na Serra do Caraçá.
Thadeu, que tem vários amigos que estudaram no tradicionalíssimo Seminário do Caraça, estranhou:
De repente, uma palavra tão conhecida e paroxítona se transforma em oxítona. Será que Waack nunca ouviu falar no Caraça?!?!?! Ainda bem que alguém o avisou e depois ele deu um sorriso e se corrigiu.
Janistraquis acha que você está sendo muito severo com um dos melhores apresentadores da TV, ó Thadeu; e se Waack não conhecia o Caraça, agora já conhece, depois de percorrer o mundo inteiro a fazer excelente jornalismo.
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Esquisita vassoura
O considerado e sumidíssimo Kazumi Kusano, editor do jornal Itapevi Agora, reapareceu e despachou de Itapevi, na Grande São Paulo:
Como fazem falta os copidesques!!! Mesmo sem eles, os editores ou subeditores deveriam pelo menos dar espiada nas matérias, para evitar escorregadas como a que segue. Tinha até deixado pra lá, mas o erro do coleguinha é tão ridículo que não resisti em lhe enviar.
Saiu no Estadão do dia 14, Caderno Cidades/Metrópole, página 6, no lead da matéria intitulada Sem Bush, tudo volta ao que era:
‘As portas do ferro-velho na Rua Lee de Forest voltaram a abrir. O vendedor de ‘churrasquinho de gato’ já usava novamente a vassoura esganiçada para limpar a rua (…)’.
Já pensou uma vassoura, ao que tudo indica esgarçada, desafinando sua cantoria nas imediações do Hotel Hilton?
É mesmo, Kusano; uma vassoura a esganiçar-se sozinha seria mais insuportável do que a Marta Suplicy montada nela, a voar pelo mundo atrás de turistas.
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Esqueceram o H
Considerado Bugman do blog Melhores do Mundo ilustrava-se na Folha de S. Paulo quando encontrou esta notícia:
Agência aumenta risco de censura, afirmam jornalistas.
DA REDAÇÃO
O presidente russo, Vladimir Putin, criou por decreto uma agência para regular a mídia e a internet, aumentando a preocupação de jornalistas em relação à censura e ao controle dos órgãos de comunicação na Rússia.
Criada a cerca de um ano das eleições presidenciais, a nova agência uniu duas agências menores.
Bugman, que se amarra em games e HQs mas também está antenado nas armadilhas do idioma, divertiu-se:
Ah! ah! ah!, os caras esqueceram o H… como você e Janistraquis costumam dizer, ainda não foi apresentado ao verbo haver quem escreve ‘a cerca de um ano’…
Meu secretário adorou a frase, que lembra coro de torcida de futebol:
Ah!ah!ah!, os caras esqueceram o H!
Tá registrado.
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Gols legítimos
Deu em tudo quanto é jornal honesto:
O atacante Romário, do Vasco, ganhou um forte aliado na briga pelo milésimo gol na carreira. Neste domingo, a Fifa divulgou em seu Site oficial uma notícia em que, além de destacar os três gols marcados pelo atleta no último sábado diante do Boavista, considera a contagem regressiva do atacante tão legítima quanto a de Pelé.
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Nota dez
O considerado Augusto Nunes escreveu no Jornal do Brasil:
(…) Na longa versão exposta no discurso de estréia, cuidadosamente revista e aperfeiçoada, Collor só cometeu alguns erros administrativos e políticos. (…) E a gastança na Casa da Dinda? E os casos de extorsão promovidos por Paulo César Farias, o tesoureiro do reino? E o assassinato suspeitíssimo do chefe da quadrilha federal? E a história do Fiat Elba? E a fortuna criminosamente acumulada para financiar futuras campanhas eleitorais? E a roubalheira institucionalizada? E a farsa dolarizada da Operação Uruguai? As perguntas continuam à espera de respostas verossímeis. Nenhum senador ousou fazê-las.
Confira no Blogstraquis a íntegra deste artigo que merece nota dez.
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Errei, sim!
‘OSTRACISMO TURCO – Do Correio Popular, de Campinas, jornal mundialmente conhecido: ‘O goleiro Carlos passou dois anos no ostracismo jogando na Turquia’. Janistraquis irritou-se: ‘Esse pessoal de Campinas é mesmo besta; se jogar na Turquia é ostracismo, o que Telê, Rivelino e tantos outros estiveram fazendo na Arábia Saudita?’. Reforcei a tese dizendo ao meu secretário que jogar na Ponte Preta ou no Guarani não é lá essas coisas.’(janeiro de 1992)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP) ou moacir.japiassu@bol.com.br).
(*) Paraibano, 64 anos de idade e 45 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu oito livros, dos quais três romances.’
MÍDIA / EUA
‘300’ americanos derrotam milhares de iranianos, 19/03/07
‘Para mim, esta foi a principal mensagem do novo mega sucesso do cinema americano, ‘300’ (ver trailer aqui), uma adaptação da polêmica e muito violenta história em quadrinhos de Frank Miller. Assisti à pré-estréia aqui no Rio de Janeiro para uma nova atração da nossa coluna: ‘filmes para jornalistas’. Com uma grande campanha publicitária, ‘300’ deve ser lançado em todo o país nos próximo dias.
O filme faz uma releitura da batalha de Termópilas quando os 300 guerreiros espartanos, liderados pelo rei Leônidas, lutaram até a morte contra o gigantesco exército persa.
Aqui entre nós, se eu fosse persa ou iraniano, tanto faz, estaria muito preocupado. Afinal, há muitos anos os militares americanos veneram e tentam replicar – sem muito sucesso, diga-se de passagem – os excessos e absurdos dos treinamentos dos antigos espartanos. Muitos militares dos EUA, principalmente os membros das tropas de elite como os fuzileiros ou forças especiais, acreditam ser os novos ‘espartanos’.
‘300’ quebrou recordes de bilheteria nos Estados Unidos, mas também gerou muitos protestos e uma guerra de manchetes no noticiário internacional. O governo do Irã divulgou nota dizendo que se trata de ‘mais um capítulo da guerra psicológica contra Teerã e seu povo’.
A grande comunidade iraniana nos EUA e no Canadá também considerou o filme ‘um ataque à cultura e ‘à tradição iraniana’.
Segundo edição recente do Estadão, um blogueiro iraniano afirma que ‘(o filme) não apenas dá o resultado errado para batalhas, mas também deturpa brutalmente os persas e sua civilização. Infelizmente, pequena parte do currículo (escolar) dos Estados Unidos cobre história mundial e é muito fácil direcionar de forma errada o público a respeito de fatos históricos’.
Outros jornalistas iranianos dizem que existe uma ‘cobertura desequilibrada da imprensa a respeito do Irã e a uma retórica anti-Irã, que está aumentando nos Estados Unidos’.
A Warner Brothers rebate as críticas e afirma que ‘o filme (é) um trabalho de ficção, baseado de forma livre em um evento histórico, não visa menosprezar uma etnia ou cultura, ou fazer qualquer tipo de declaração política e o único propósito é entreter o público’.
Xerxes Drag Queen
É, pode ser. Mas nós já vimos esse filme antes. Lembram-se das famigeradas armas de destruição nas mãos do presidente Saddam Hussein do Iraque? Essas armas de desinformação em massa eram produto da imaginação fértil, trabalho de quase ficção do governo e dos serviços secretos americanos.
Em outra perspectiva surpreendente e talvez irônica, a agência France Press noticiou que ‘o filme americano ‘300’ despertou a ira da imprensa iraniana devido à personificação do rei Xerxes interpretado pelo brasileiro Rodrigo Santoro como um ‘homossexual’.
Infelizmente, tenho que concordar. No filme, o nosso talentoso ator Rodrigo Santoro exagera e mais parece uma Drag Queen, uma versão exportação da nossa Lacraia com a voz dublada pelo Darth Vader do que um grande rei conquistador. Coisas do cinema de diversão a qualquer custo.
‘300’ pode ser considerado produto da ‘liberdade de expressão’ de um país democrático e livre. Mas também pode ser considerado um insulto a um outro país e a uma outra cultura. Muitas guerras no mundo começaram por muito menos. Todo o cuidado é pouco. Principalmente em tempos de neo-cruzadas com políticos, militares e empresários ocidentais em busca do Santo Graal, o petróleo abundante e barato.
Retratar um herói nacional, um grande rei conquistador dessa forma, seria considerado desrespeitoso em qualquer lugar do mundo.
O filme é uma bobagem. Uma bobagem divertida, bem produzida e muito cara. Custou 60 milhões de dólares e somente no primeiro final faturou 70 milhões. Americanos lucram muito com bobagens e novidades. ‘300’ mais parece um videogame do que um filme. É exemplo de uma nova narrativa de transição para um cinema em guerra pela própria sobrevivência. Hollywood tem perdido público para as novas tecnologias e em especial para os jogos eletrônicos.
Os novos filmes podem não ter muito conteúdo, mas estão repletos de ação. Não param nunca. Em vários momentos, na falta de ‘história’ e com tanto sangue jorrando o tempo todo de todos os lados, senti falta de um joystick para evitar o tédio. ‘300’ pode ser uma nova forma meio perigosa de recontar a história. Mas também representa o começo de uma nova maneira de assistir a filmes de ação. Filmes que distorcem a história, insultam heróis nacionais, mas que ao divertir de uma maneira meio ingênua, possuem uma mensagem simples e evidente: venha participar do game e da história.
Agora, imaginem se cubanos, venezuelanos ou iranianos, o ‘eixo do mal’, segundo o presidente Bush, resolverem rever a história e contratar o nosso talentoso Rodrigo Santoro para interpretar Abraão Lincoln ou George Washington da mesmíssima forma. Eles poderiam alegar ser mais um ‘trabalho de ficção, baseado de forma livre em eventos ou denúncias históricas com o único propósito de entreter o público’. Imaginaram a reação americana? Sem dúvida seria razão inequívoca para mais invasão ou ataque militar fulminante.
A verdade é que hoje os novos filmes-games, o noticiário internacional e a própria história confundem realidade com ficção. Tudo pelo sucesso.
Os iranianos que se cuidem. Aí vêm os espartanos.’
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