Um professora primária e uma esteticista chinesas entraram com processo contra a emissora americana CNN por conta de comentários que, acusam elas, teriam insultado a população chinesa. As duas pedem indenização de US$ 1,3 bilhões – U$S 1 por cada habitante chinês. A ação contra o canal de notícias, com sede em Atlanta, sua proprietária, a Turner Broadcasting, e o comentarista Jack Cafferty foi aberta depois que 14 advogados fizeram o mesmo em Pequim. Eles alegam que comentários feitos por Cafferty em um programa da emissora no início do mês violam a dignidade e a reputação da população chinesa.
Em um debate no canal, Cafferty chamou os produtos chineses importados pelos EUA de ‘lixo’. No ano passado, a China sofreu denúncias sobre produtos de baixa qualidade feitos com tintas tóxicas e materiais questionáveis. O comentarista ainda chamou os líderes chineses de criminosos e estúpidos.
Opinião
Segundo a CNN, Cafferty apenas expressou sua opinião sobre o governo chinês, mas o Ministério das Relações Exteriores da China exigiu um pedido de desculpas e ainda acusou a emissora de tentar forçar um desentendimento entre os chineses e seus líderes. Os processos refletem a recente onda de crítica a veículos de comunicação ocidentais, acusados pela população chinesa de parcialidade na cobertura dos conflitos no Tibete, em março.
A esteticista Liang Shubing e a professora Li Lilan alegam que as palavras de Cafferty insultaram todos os chineses e ‘intencionalmente causaram danos mentais’ a elas. Seis advogados estariam cuidando do caso, em Nova York, informou esta semana o jornal Ta Kung Pao, de Hong Kong.
Questionada se o Ministério das Relações Exteriores apóia o processo contra a CNN, a porta-voz Jiang Yu afirmou que se trata de uma ‘atitude espontânea de cidadãos chineses’. ‘Nós esperaremos para ver a resposta da CNN’, declarou Jiang, referindo-se ao pedido de desculpas. ‘Esperamos que a CNN leve isso a sério, porque o que a emissora fez e falou não feriu apenas os sentimentos da China, mas também a imagem da CNN’, completou. Informações da Reuters [24/4/08].