Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Folha de S. Paulo

MÍDIA & RELIGIÃO
Editorial

Os templos e a cultura

‘SEIS MESES depois de engalfinhar-se com esportistas na disputa por verbas públicas, artistas voltam a mobilizar-se para preservar suas subvenções. Circula pela internet um abaixo-assinado, que já conta com o apoio de 25 mil pessoas, de repúdio ao projeto de lei do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) que pretende estender a igrejas os benefícios da Lei Rouanet.

Desta vez, contudo, a posição dos artistas é inatacável. A proposta de Crivella é escandalosa. A um só tempo, ela conspurca o caráter laico do Estado brasileiro (art. 19 da Constituição), atenta contra a lógica econômica (igrejas já gozam de imunidade tributária) e fere o princípio da moralidade da administração pública, pois seu autor é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, podendo, em princípio, beneficiar-se com a medida.

Pelo texto, empresas poderiam deduzir investimentos em projetos culturais de igrejas até o valor de 4% de seu Imposto de Renda. Em 2006, o sistema de incentivo à cultura movimentou recursos da ordem de R$ 815 milhões.

Crivella procura rebater as críticas afirmando que o projeto só ‘explicita’ o que a atual legislação já permite, que é restaurar ‘igrejas centenárias’ que estejam ‘caindo na cabeça’ das pessoas. Ora, se a lei já o autoriza, não há necessidade de modificá-la, muito menos introduzindo entre seus objetivos termos vagos como apoio a ‘crenças e tradições’, que em teoria abririam brecha para que o poder público financiasse até mesmo campanhas de evangelização.

Vale lembrar que uma improvável aliança entre católicos e evangélicos conseguiu transformar o ensino religioso no Estado do Rio de Janeiro num verdadeiro centro de proselitismo financiado pelo dinheiro dos contribuintes, não obstante a proibição legal de fazê-lo.

Resta esperar que os parlamentares ou o Executivo barrem a iniciativa antes que seja tarde.’

Fernanda Krakovics

Senador quer Lei Rouanet para igrejas

‘O Senado está prestes a votar um projeto de lei que inclui os templos religiosos entre os beneficiários da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. A proposta é do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Igreja Universal. Ele diz que seu objetivo é que essa verba possa ser utilizada na reforma de templos.

‘Eu não quero que as igrejas caiam na cabeça dos outros, nem que igrejas centenárias sejam trocadas por prédios de dez andares’, disse. ‘A Lei Rouanet já prevê reforma de arquivos, museus e bibliotecas. Na verdade, só quero deixar expresso na lei algo que já é possível’, minimizou o senador.

O Ministério da Cultura é contra o projeto, porque afirma que ele tem brechas que permitiriam o financiamento da construção de templos e de campanhas de evangelização, por exemplo, não se restringindo a projetos culturais.

Segundo o secretário de Incentivo e Fomento à Cultura do ministério, Marco Acco, atualmente a Lei Rouanet já financia expressões artísticas e culturais de igrejas, como gravação de CDs, edições de livros e encontros de corais.

De acordo com o senador, só seriam beneficiados os templos religiosos tombados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e aqueles cujos prédios sejam centenários. O texto do projeto não especifica, porém, de que forma o dinheiro da Lei Rouanet poderia ser empregado.

A única emenda ao texto original foi feita pelo senador Sibá Machado (PT-AC), para deixar claro que os beneficiários são templos de todos os credos, e não apenas os cristãos.

Crivella nega que esteja legislando em causa própria. ‘Entre as igrejas evangélicas são centenárias a Batista, Metodista, Presbiteriana e Congregacional. A minha [Universal] tem 30 anos’, afirmou ele.

A proposta em tramitação permite às igrejas acesso aos recursos do Pronac (Programa Nacional de Apoio à Cultura), cujo montante em 2006 foi de quase R$ 815 milhões. Entre as suas fontes de verbas estão recursos do Tesouro Nacional, arrecadação de loterias federais e incentivos fiscais a projetos culturais. As empresas poderiam abater 4% do Imposto de Renda para investir em projetos culturais de igrejas.

As próprias instituições religiosas, que poderiam ser beneficiadas com essas isenções de imposto de terceiros, já são no Brasil ‘imunes aos principais tributos federais’, diz o advogado tributarista Douglas Ya- mashita, de São Paulo. Não são tributadas, com algumas ressalvas, sobre patrimônio, renda e suas atividades.

A matéria foi aprovada em abril pela Comissão de Educação e encaminhada ao plenário, mas um requerimento do presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), a fez voltar para a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), atrasando assim sua tramitação. O projeto ainda tem que passar pela Câmara dos Deputados.’

Eduardo Simões e Rafael Cariello

Abaixo-assinado reúne 25 mil contra projeto

‘O projeto que altera a Lei Rouanet para nela incluir explicitamente como beneficiários os templos religiosos tem provocado reações adversas e ataques dos meios culturais e de fora deles, que consideram a proposta uma distorção dos objetivos da lei.

Além de manifestações de produtores, escritores e cineastas, um abaixo-assinado já reuniu na internet mais de 25 mil assinaturas de pessoas contrárias à proposta do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Cesar Oliveira, 54, organizador da petição virtual, diz que entregará a lista completa ao deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) depois de amanhã, segunda-feira. Por que ele? ‘Tenho o hábito de encher o saco daqueles em que voto’, ele diz. ‘Eu pago meus impostos, acho que posso reclamar.’

Oliveira registrou o abaixo-assinado em um site de petições virtuais e encaminhou e-mails para amigos (que deviam fazer o mesmo com seus conhecidos, e assim por diante). Nessas mensagens, recebiam um link para o texto no www.petitiononline.com. Preenchiam um cadastro e acrescentavam seu nome ao documento.

Separação igreja-Estado

Entre os nomes está o do escritor Milton Hatoum, que diz considerar a proposta de Crivella ‘um absurdo’. Defendendo que o imposto repassado pela Lei Rouanet para o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) deve ser destinado exclusivamente para atividades artísticas, Hatoum afirma que ‘usar uma parte do Imposto de Renda de empresas em templos religiosos é uma afronta à Constituição’.

Crítica semelhante é feita pelo cineasta Cacá Diegues, também contrário ao uso de dinheiro público para atividades religiosas. ‘Acho que não é uma iniciativa democrática porque o Estado brasileiro é laico e não pode se meter em religião, seja de qual natureza for. Não tenho nada contra igreja nenhuma. Mas sou absolutamente contra’, ele diz.

Gilberto Belleza, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, e o cineasta André Sturm fazem crítica semelhante à afirmação do senador Crivella de que o projeto busca proteger igrejas ‘centenárias’ e que ele não quer templos caindo na cabeça dos fiéis.

‘A manutenção de igrejas centenárias já é possível. A lei permite, dentro de uma classe de edifícios tombados’, diz Belleza. ‘Se a igreja centenária ou bicentenária for patrimônio histórico, a Lei Rouanet permite [seu uso para restauração]’, afirma Sturm. Ambos não vêem, portanto, razão para que essa característica da lei seja ‘explicitada’ por novo projeto.

‘Isso é uma loucura total, uma coisa estapafúrdia. A lei não é para isso. Ela foi criada para incentivar a cultura’, diz Paulo Thiago, presidente do Sicav-RJ (Sindicato Interestadual do Audiovisual).

Também ressaltando a função específica da lei -estimular projetos artísticos-, Luiz Fernando Benedini, diretor-executivo da Orquestra Sinfônica Brasileira, diz que o projeto de Crivella repete o pleito que veio a dar na Lei do Esporte.

A demanda inicial de esportistas era que o setor pudesse participar dos recursos da Lei Rouanet. Após disputa com representantes da cultura, o governo federal terminou criando uma outra fatia de isenção fiscal para a área, que não concorreria com a porcentagem prevista para a cultura.

‘Toda vez que você tenta usar para outros fins, você restringe os recursos que o legislador havia destinado especificamente para a cultura’, ele diz.

‘A cultura é setor estratégico e a todo momento alguém tenta entrar numa conquista que é sua’, afirma Eduardo Barata, presidente da Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro. ‘É um absurdo do ponto de vista de mercado. As igrejas têm como se sustentar, enquanto o cinema e o teatro são atividades de mendicância’, faz coro o cineasta Domingos de Oliveira.’

CENSURA EM VINHEDO
Maurício Simionato

Jornal de SP é proibido pela Justiça de publicar denúncias

‘A Justiça Estadual proibiu o semanal ‘Folha de Vinhedo’, do interior de São Paulo, de publicar uma entrevista que envolveria autoridades do Judiciário e do Executivo municipais e empresários da cidade em supostos casos de corrupção. Foram duas sentenças contra a publicação: a primeira no dia 1º, e a outra, ontem.

Em entrevista gravada, o ex-secretário jurídico de Vinhedo, Paulo Cabral, citou diversas autoridades em casos de irregularidades, tais como superfaturamento e tráfico de influência. Cabral diz que dois promotores da cidade e um juiz estavam ‘fechados’ com o prefeito Kalu Donato (PR), para impedir que o político fosse prejudicado em possíveis ações judiciais.

Na primeira sentença, a juíza Ana Lúcia Xavier Goldman, da 1ª Vara Cível de Jundiaí (SP), diz que a publicação das denúncias iria ‘macular a credibilidade do Poder Judiciário e do Ministério Público de Vinhedo’. Ela decretou segredo de Justiça no processo e estipulou multa de R$ 500 mil ‘por cada publicação e por cada dia de veiculação das matérias’.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) criticou ontem a decisão da juíza. ‘Trata-se de censura prévia, que viola o princípio básico da liberdade de expressão’, diz a nota assinada por Júlio César Mesquita, vice-presidente da ANJ e responsável pelo Comitê de Liberdade de Expressão.

O primeiro pedido para evitar a publicação foi feito pelos promotores Rogério Sanches Cunha e Osias Daudt e pelo juiz Herivelto Araújo Godoy, que são citados pelo ex-secretário. O advogado dos três afirmou que o ex-secretário ‘estava sob influência de bebida alcoólica’ quando fez as denúncias e que ele não tem como prová-las. Eles negam as acusações.

A Corregedoria do Ministério Público e a Corregedoria do Tribunal de Justiça de São Paulo vão apurar as denúncias.

Ontem à noite, o dono do jornal afirmou que a reportagem seria publicada na edição de hoje. ‘Este é um típico caso de censura à imprensa’, disse.

O ex-secretário disse, ontem, à Folha que ‘não gostaria de falar sobre o assunto’. Ele voltou atrás nas declarações.

O advogado do prefeito Kalu Donato, Marcelo Pelegrini, disse que o nome de seu cliente seria envolvido em denúncias sem provas.’

INTERNET
Miguel Helft

Google busca meios para saciar contratações

‘DO ‘NEW YORK TIMES’, EM MOUNTAIN VIEW, CALIFÓRNIA – Em um sábado de primavera, cerca de 90 alunos da Universidade Stanford e outros tantos da Universidade da Califórnia em Berkeley chegaram à sede do Google para um dia de animada competição entre equipes em modalidades como solução de enigmas, construção de estruturas de Lego e videogames.

O evento se chama Google Games e, para a maioria dos estudantes de ciência da computação e engenharia, representa uma oportunidade amistosa de renovar a rivalidade entre Stanford e Berkeley. Mas por trás da diversão existia um sério programa de recrutamento empresarial que coloca em destaque uma rivalidade não menos intensa: o cabo de guerra entre o Google e seus concorrentes na luta por talento.

Como boa parte do setor de alta tecnologia vive um boom renovado, a concorrência por recrutas de primeira linha em engenharia e outras áreas é mais intensa que nunca. Empresas como Google, Yahoo e Microsoft freqüentemente avaliam os mesmos candidatos ou são flagradas recrutando profissionais no quintal do concorrente. Ao mesmo tempo, enfrentam uma multidão de empresas iniciantes que surgem no Vale do Silício e vêm recebendo fortes doses de capital.

Para atrair talentos, essas empresas expandiram seus arsenais de recrutamento para muito além das tradicionais feiras de emprego em universidades, e passaram a oferecer crescente número de eventos, como palestras, coquetéis, noitadas de pizza, caçadas ao tesouro e disputas de programação, conhecidas como ‘code jams’ ou ‘hack days’. ‘Na verdade, o objetivo é apresentar a eles a nossa cultura e mostrar que fazer parte do Google pode ser muito divertido’, disse Ken Kriegler, engenheiro do Google que se ofereceu como voluntário para fiscalizar a disputa de construção com blocos de Lego.

O Google, mais que qualquer outra empresa, se destaca no mais recente capítulo da guerra por talentos no Vale do Silício.

A empresa absorve talentos onde quer que os localize, para manter seu ritmo escaldante de crescimento. A força de trabalho do grupo praticamente dobra a cada ano, nos últimos anos, e ultrapassou os 12,2 mil funcionários no final de março. O Google contrata cerca de 500 funcionários por mês. Seu site lista 800 vagas em aberto apenas na região da baía de San Francisco.

Se o Google está faminto por talento de primeira linha, os universitários também parecem acreditar que uma oferta de emprego na empresa é um prêmio valioso. Histórias sobre o processo de recrutamento notoriamente severo e ocasionalmente perturbador que a empresa adota não param de surgir. Mesmo assim, o Google foi considerado como o mais desejável empregador por todos os alunos de graduação, este ano, e pela primeira vez superou a McKinsey, uma das mais renomadas empresas de consultoria, como emprego preferencial para os portadores de MBA, um posto que a McKinsey manteve por 12 anos consecutivos, de acordo com pesquisas conduzidas pela Universum, empresa especializada em recrutamento profissional.

‘Estar em um ambiente no qual você aprenderá muito é a coisa que mais me importa’, disse Alice Yu-shan Chang, uma das centenas de formandos que estão concluindo seus cursos este ano e começarão suas carreiras no Google.

Chang, que está concluindo mestrados em ciência da computação e administração de empresas em Stanford, recebeu ofertas da Microsoft e do Google, bem como do eBay e da Oracle. Ela diz que a Microsoft fez o possível para encontrar o posto certo para ela, primeiro em sua sede, em Redmond, Washington, e mais tarde, ao descobrir que ela preferia não deixar a região da baía de San Francisco, em sua unidade de Mountain View, perto da sede do Google. Ela recebeu telefonemas de vice-presidentes da empresa, e conversou pessoalmente com um deles.

‘No caso do Google, não houve tanto contato pessoal com os executivos mais importantes’, contou Chang. Mas a empresa fez algum esforço para convencê-la a aceitar sua proposta, ainda que Chang não possa discutir o assunto por ter assinado um acordo de confidencialidade. O Google saiu vitorioso, em parte porque permitiu que Chang trocasse de cargo a cada seis meses, nos seus primeiros 18 meses de trabalho, e porque a cultura da empresa a agrada mais.

‘Há muita gente jovem e imensamente criativa, lá’, disse Chang, 25. Muitos de seus colegas na Microsoft seriam pessoas na casa dos 30 e 40 anos ‘e mais orientados a questões de família’, ela diz.

Apesar dos esforços do Google, Microsoft e Yahoo afirmam que conseguem contratar os profissionais de que precisam. A Microsoft, aliás, mantém ritmo de contratação ainda maior que o do Google, sem bem que seja uma companhia seis vezes maior que o rival. ‘Nossa competição envolve de fato o mercado geral dos maiores talentos, e não significa uma empresa específica’, disse Scott Pitarsky, gerente geral de aquisição de talentos na Microsoft.

O Yahoo, que promoveu um hack day na sua sede, além de eventos de menor porte em outros locais, também afirma que suas estratégias de recrutamento estão funcionando. A empresa abriu um centro de pesquisa em Berkeley, em parte para atrair alunos como estagiários.

‘Dezenas de pessoas saíram dos laboratórios universitários direto para o Yahoo’, disse Bradley Horowitz, vice-presidente de estratégia de produtos do Yahoo.

Todas as três empresas afirmam que seu maior desafio em termos de recrutamento vem das companhias iniciantes, que atraem talentos como Nitay Joffe.

Joffe, que fez estágios de férias universitárias no Google durante os dois últimos anos, antecipava trabalhar lá. Mas antes que o formando em engenharia da computação aceitasse o posto, um amigo sugeriu que ele verificasse uma empresa iniciante de San Francisco, a Powerset, que está tentando criar um serviço de busca rival.

‘A Powerset tinha tudo que o Google oferece em termos do que eu desejava: gente inteligente, projetos interessantes e grande vantagens’, afirmou Joffe. Mas a empresa tinha algo que o Google não pode oferecer: o potencial de chegar à riqueza, com o equivalente de um bilhete premiado na loteria.

‘Quando você recebe uma opção de ação por US$ 0,05 e ela sobe para US$ 50…’, disse Joffe, em tom sonhador, depois de assumir seu cargo na Powerset. Com as ações do Google flutuando em torno dos US$ 480, esse potencial já não existe para os funcionários do grupo.

Para cada recruta que escapa aos seus atrativos, o Google espera que muitos outros venham por meio de eventos como o Google Games.

‘Nunca convidamos as pessoas diretamente para trabalhar conosco’, disse Ronner Lee, encarregado dos programas universitários do Google em Berkeley. ‘Mas, se elas gostam do que vêem e querem nos fazer perguntas, ótimo’.

Tradução de PAULO MIGLIACCI’

Folha de S. Paulo

Gil faz campanha para liberação de arquivos na net

‘Gilberto Gil tira férias do Ministério da Cultura em julho para fazer na Europa a turnê ‘Banda Larga’, na qual incentivará que áudios e vídeos registrados pelo público sejam postos na internet. Para ele, ‘falta informação’ aos artistas contrários à sua visão. ‘À medida que se tornem mais esclarecidos e participem mais das discussões, vão fazer posicionamentos mais tranqüilos. (…) O que significa esse gesto meu? É para provocar a discussão’, diz ele, que quer ser ‘porta-voz da nova geração’.’

TELEVISÃO
Daniel Castro

Globo põe ‘Zorra’ no lugar de ‘Pedra do Reino’

‘A Globo trocou o ‘luxo’ de ‘A Pedra do Reino’ pelo ‘lixo’ de ‘Zorra Total’. Devido à baixa audiência, a emissora desistiu de exibir a microssérie hoje logo após a novela das oito.

O quinto e último episódio da incompreensível adaptação da obra de Ariano Suassuna só irá ao ar depois do humorístico, popular e de fórmula barata e antiga, para o qual muita gente dentro da Globo torce o nariz, mas que há oito anos é sucesso de público _dá mais de 30 pontos no Ibope em pleno sábado, dia em que a audiência cai.

Originalmente, a Globo não exibiria ‘Zorra Total’ hoje. Mas a cúpula da emissora mudou de idéia logo após a estréia de ‘A Pedra do Reino’. Em suas três primeiras exibições, a superprodução (cada capítulo custou cerca de R$ 800 mil) ficou em terceiro lugar. Anteontem, deu 11 pontos, contra 14 da Record (‘Vidas Opostas’ e ‘O Aprendiz 4’) e 13 do SBT (‘Eu, a Patroa e as Crianças’ e, principalmente, ‘A Praça É Nossa’). A microssérie derrubou também o ‘Jornal da Globo’ e o ‘Programa do Jô’, que perderam cerca de 30% da audiência.

‘A Pedra do Reino’ tem gerado discussões na Globo. Para alguns, sua exibição foi um ato perigoso, por acostumar o telespectador a mudar de canal. Mas o programa é também motivo de orgulho, por ser uma experiência artística sem concessões e por legitimar o discurso da Globo de que é defensora da cultura e do conteúdo nacional.

RANKING 1O Universal Channel publica anúncio na próxima edição da revista ‘Meio & Mensagem’, especializada em publicidade, festejando o primeiro lugar de ‘Heroes’ entre todas as séries da TV paga brasileira.

RANKING 2O canal usa como critério a média de todas as exibições de cada episódio da série (normalmente, são três), entre todos os públicos. Assim, ‘Heroes’ é mais vista do que ‘Lost’, do canal AXN, que permanece líder quando o critério é só a primeira exibição, sem as reprises.

PERIFERIAA Band realiza segunda testes com dançarinos de hip hop, selecionados na periferia de São Paulo. Os escolhidos vão atuar em sua próxima novela, um musical à ‘High School’.

TECNOLOGIAA Globo escalou a ‘repórter virtual’ Eva Byte para cobrir a festa de lançamento de ‘Sete Pecados’. Ela entrará ‘ao vivo’ no ‘Fantástico’ diretamente do site Second Life, que reproduz o mundo real com ambientes e personagens tridimensionais. Para participar, é preciso estar cadastrado no site e ganhar um convite virtual. A festa virtual começa às 19h de amanhã. Até ontem, 12.700 convites já tinham sido distribuídos.

VIDA DURA Também no ‘Fantástico’ de amanhã, Reynaldo Gianecchini atuará como repórter por um dia, falando sobre taxistas.

CRIATURAS Discípulo de Dercy Gonçalves, João Gordo entrevista a pioneira do palavrão na TV no próximo ‘João Gordo Visita’.’

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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

Terra Magazine

Agência Carta Maior

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