RÁDIO CULTURA
A opinião do leitor, 13/7/07
‘Rádio Cultura FM
Muito oportuna a reportagem ‘Terremoto na Cultura FM’ (11 de julho). Sob o pretexto da reformulação dos programas da rádio esconde-se um verdadeiro expurgo, uma depuração política ao estilo do velho partidão. Expurgo cultural e ideológico. O que o público quer ouvir é música de qualidade, seja ‘erudita’, seja popular, Villa-Lobos ou Tom Jobim, Mozart ou Pixinguinha. A injustiça atingiu seu ponto máximo com o cancelamento do Diário da Manhã, apresentado por Salomão Schvartzman. O programa enchia as manhãs paulistanas de inteligência, alegria e, inclusive, boa música clássica.
Gilberto de Mello Kujawski
Fiquei chocada com as informações trazidas pela excelente reportagem da nossa Veja São Paulo. A Cultura FM não deveria dedicar-se exclusivamente à transmissão de música erudita, e sim predominantemente, pois seu público é constituído de pessoas ávidas também por informação de qualidade.
Maria Luisa Passerini
À custa de uma rede pública que deveria servir à sociedade que a mantém, Salomão Schvartzman recebia salário de 14 000 reais e mais 50% do faturamento de seu programa. Isso quer dizer que nós, brasileiros, arcávamos com os salários da produção e o dele. ‘Recebíamos’ (considerando que a Cultura FM é pública) a metade do faturamento, enquanto ele ficava com a outra parte sem ter um tostão de despesa!
Rafic Farah
Qual a lógica do poder público ao cancelar um programa popular e que arrecadava dinheiro? Salomão, procure outra rádio. Seus ouvintes vão seguir você!
Ernesto Lippmann
Em todas as grandes cidades do mundo há ao menos uma rádio FM integralmente dedicada à música erudita. A cada ano a Cultura FM afastava-se mais desse modelo. Se há estatuto, é para ser cumprido. Parabéns ao senhor Markun.
Marco Pellegatti
Fiquei estarrecido e indignado com a decisão elitista e draconiana do senhor Paulo Markun de retirar intempestivamente do ar várias atrações, em flagrante desrespeito aos ouvintes – entre eles um cativo como eu, aos 71 anos de idade. Peço por favor ao prezado e esclarecido jornalista Salomão Schvartzman, e também a Carlos Conde, Fortuna e Vicente Adorno, informarem em qual emissora estarão futuramente para que eu possa usufruir seus ótimos programas.
Aristides Almeida Rocha’
CRIANÇAS NA REDE
Escancarada – assim é sua casa
‘Para muitos pais e mães que passaram a infância na pré-história eletrônica, ver o filho de 6 anos manusear mouse e teclado com a desenvoltura de quem nasceu para isso – e nasceu mesmo – é de encher o coração de orgulho. Um pequeno empurrão, que nem precisa vir de casa (um colega esperto ou um primo um pouco mais velho fazem o mesmo efeito), e em dois tempos o pequeno gênio domina o vocabulário da rede, baixa música e vídeo, descobre sites, joga on-line, troca mensagens com os amigos. É bom que assim seja? É espetacular. O acesso ao conhecimento e ao infinito mundo de conexões propiciado pela internet é talvez o mais transformador fenômeno do mundo contemporâneo. Nunca é demais exaltar as maravilhas que essa janela virtual para o mundo propicia. Nesta reportagem, porém, vamos falar do lado escuro da força da rede, realidade que nenhum adulto responsável por uma criança conectada pode se permitir ignorar. A internet é um espaço aberto e ingovernável, no qual circula todo tipo de boas e más intenções. Nele, qualquer ser humano que saiba ler está sujeito a encontrar o que quer, o que não quer e o que nem sabe que não quer. Se adultos escorregam na rede, risco muito maior correm as crianças, inexperientes e influenciáveis – situação que demanda dos pais supervisão constante e preocupação permanente, visto que controle total e absoluto eles nunca vão ter. ‘A gente cresceu ouvindo os pais dizer para não abrir a porta para estranhos, não aceitar carona de desconhecidos, não falar com qualquer um na rua. Pois na internet a criança abre a porta para o mundo. Muitos pais ainda acham que ela está segura dentro do quarto, brincando no computador’, espanta-se a gerente da área de segurança da Microsoft no Brasil, Marinês Gomes.
Qualquer especialista que se consulte vai dizer que todo pai e toda mãe de filho pequeno têm a obrigação de se informar e acompanhar suas atividades virtuais. ‘Ninguém pode dar orientação sobre o que não conhece’, diz a psicóloga Ceres Alves de Araujo, de São Paulo. Ceres recomenda que, quando os filhos começam a acessar a internet, os pais estejam do lado, indicando os melhores caminhos, cortando excessos e alertando para os riscos. Tudo isso, evidentemente, com boa dose de sabedoria parental – desde muito antes de a web nascer, a forma de apresentar um conteúdo proibido pode acabar atiçando a curiosidade sobre ele. Não é só para orientar que os adultos responsáveis têm de saber mexer no computador. É para fiscalizar também, vigiar mesmo, clara e abertamente, com a maior naturalidade, sem autoritarismo e sem medo de exercer a obrigação da autoridade. ‘O pai e a mãe não podem se sentir constrangidos de estar ao lado do filho, cumprindo seu dever de protegê-lo. Se isso começar cedo, vai ser natural, e o filho se sentirá à vontade para chamá-los quando vir algo estranho na internet’, afirma a advogada Patricia Peck, especialista em direito digital.
Em Curitiba, a dentista Mariângela Fortes, 40 anos, pôs o filho, André, 6, em contato com o computador quando ele tinha apenas 1 ano e meio. ‘Eu o colocava no colo enquanto estava conectada; em pouco tempo ele dominava o mouse’, diz. Quando André cresceu, bastou um momento de distração para que entrasse onde não devia. ‘No começo do ano, deixei-o sozinho um instante e ele me chamou para esclarecer uma dúvida. Quando cheguei perto, vi que estava jogando truco on-line com um desconhecido. Disse que aquele site não era apropriado para a sua idade e que não devia acessá-lo de novo’, conta. ‘A criança é mais ingênua do que se pensa’, afirma a psicóloga e consultora educacional Rosely Sayão, com base na experiência pessoal. ‘Por dever de trabalho, entro em sites de relacionamento infantil como se tivesse a idade declarada pelo grupo. E nunca saí sem saber pelo menos um telefone.’ Para Rosely, ‘largar uma criança pequena sozinha na internet é mais perigoso do que deixá-la sozinha na Praça da Sé, no centro de São Paulo. Na rua, ela sabe que corre o risco de ser assaltada ou seqüestrada e fica mais atenta. No computador, ela se sente segura porque está em casa’.
Prevenir riscos é tarefa mais fácil para pais que falam o idioma dos downloads, dos games, do MSN, do Orkut e do YouTube. Fundamental mesmo, porém, é prestar atenção. A professora Mônica Martins, 41 anos, que mora em Brasília, é das que admitem: tem antipatia pela máquina. ‘Não dá para viver sem computador, mas eu e ele não nos damos bem. Só abro meus e-mails a cada dez dias. Sou de outro tempo’, diz. Apesar da pouca familiaridade com a web, ela ficou tão preocupada com o uso excessivo do mundo virtual pelos filhos Lucas, 13, e Bianca, 10, que mudou o horário de trabalho para estar em casa ao mesmo tempo que eles. ‘Quando eu trabalhava à tarde e eles estudavam de manhã, os dois viviam no Orkut e no MSN. Só à noite eu ia olhar o histórico dos sites que tinham visitado. Agora, controlo o acesso. Durante a semana, cada um tem direito a quinze minutos por dia e estou por perto para saber com quem estão falando’, relata. ‘Estabelecer horário é a primeira medida que um pai deve adotar quando o filho começa a acessar a rede’, prega o psiquiatra Içami Tiba. ‘Computador é diversão. E diversão a gente larga quando é hora de fazer refeições em família e de ir para a cama.’
Ajuda a estender uma rede de proteção contra os riscos da internet instalar no computador de casa um programa de bloqueio (veja reportagem sobre tipos de programas). O paulista Fernando Santos, 42 anos, preside uma empresa especializada em segurança em informática e, por saber do que fala, tem práticas específicas. ‘Prefiro restringir a policiar. Por isso, equipei o micro da Paloma, minha filha de 11 anos, com filtro de conteúdo para assuntos como pornografia, terrorismo, armamentos e pedofilia’, diz. ‘O computador é dela, mas as regras de utilização são minhas.’ Santos também ditou alguns ‘mandamentos’ quando Paloma começou a acessar a internet, aos 8 anos, entre os quais constam: 1) só se conectar quando pai ou mãe estiverem em casa; 2) pesquisas para trabalhos escolares têm de ser supervisionadas; 3) o limite máximo de uso é duas horas por dia, nunca após as 21 horas; e 4) por enquanto, nada de MSN e nada de Orkut. Santos está perfeitamente ciente de que tudo isso só funciona, se funciona, quando Paloma está em casa. ‘Quando ela está fora, não há muito que fazer’, admite.
O incidente que levou o empresário Marcelo Stefani, 40 anos, de São Paulo, a instalar mecanismos de controle nos computadores usados pelos filhos Luísa, 9, e Arthur, 10, partiu de uma pesquisa sem um pingo de malícia: a busca de ilustrações de Branca de Neve para um trabalho de escola. ‘Verifico sempre o histórico de sites acessados e de conversas dos meus filhos. Foi assim que percebi a presença de fotos pornográficas entre os desenhos. Numa delas, uma mulher fantasiada de Branca de Neve fazia sexo explícito’, lembra. ‘Imagino que a Luísa não tenha ampliado aquilo, mas, por precaução, decidi travar o acesso ao Google Imagens.’ Outro programa na casa de Stefani impede o acesso a sites com conteúdos de sexo e violência. ‘Cada um tem o próprio micro no quarto, mas não é permitido usar o equipamento com a porta fechada nem baixar programas quando não estou junto’, diz ele, que também guarda a sete chaves, e digita pessoalmente, a senha de conexão dos filhos. Mesmo dispondo de tal arsenal, Stefani não alimenta ilusões: ‘A gente pode até dificultar, mas não há 100% de proteção na internet. Vai haver sempre um link para burlar o bloqueio’.
O veto ao MSN e ao Orkut na casa de Paloma é raro. Ambos são freqüentadíssimos por menores, embora o termo de adesão ao Orkut estabeleça 18 anos como idade mínima de acesso. A criança que deseja criar sua página mente a idade, claro. Mas, julgando estar entre amigos, é capaz de candidamente divulgar a própria foto, a escola em que estuda, o endereço da festinha de sábado. Resultado: são comuns as situações de alto risco como a do menino carioca (cuja identidade será preservada), torcedor fanático do Botafogo, que no ano passado deixou recados ofensivos em comunidades de torcidas organizadas do Vasco e do Flamengo. Em poucos dias, sua própria página no Orkut estava lotada de mensagens agressivas. ‘Tinha até ameaça de morte’, assusta-se a mãe, que fez com que ele apagasse todos os seus recados – mas permitiu que continuasse na comunidade. Com muito maior fiscalização, apesar dos protestos de ‘invasão de intimidade’.
Nas escolas, Orkut virou sinônimo de problema sério. ‘Cada vez mais o site é usado para falar mal de professores e colegas. Há muita discriminação, racismo, fotomontagens ofensivas’, diz a advogada Patricia Peck. Dois meses atrás, Maria Teresa Abud, coordenadora de informática da Escola Pacaembu, em São Paulo, descobriu uma comunidade dedicada desde o título a tachar uma aluna de 10 anos de mentirosa, obra de um colega de 11. ‘Felizmente, conseguimos resolver antes que o problema se agravasse. A comunidade foi tirada do ar e, desde então, fazemos um trabalho intensivo com as crianças sobre o uso responsável da internet’, conta Maria Teresa. Outra dor de cabeça para os professores é a utilização em pesquisas de cópias descaradas de conteúdos da internet, incorreções e absurdos incluídos. Na Pacaembu, todo trabalho de pesquisa passou a ser feito na escola, sob as vistas de um professor, a mesma providência adotada pelo Colégio Santo Agostinho, no Leblon, Zona Sul carioca. ‘A internet é uma bênção para quem sabe usar’, comenta o coordenador pedagógico César Bacchim. ‘Quem é bom aluno deveria passar no máximo uma hora por dia na internet; maus alunos, só nos fins de semana’, recomenda. Costuma ser atendido? ‘Não. Dos 222 pais de alunos com baixo rendimento escolar que atendi nos últimos dois meses, a grande maioria permite que o filho use a internet de duas a três horas por dia.’
Na casa da advogada carioca Adriana Wanderley, 49 anos, ela é ‘a chefe’ do computador, que divide com os filhos gêmeos, Ana Leticia e Victor, 10. ‘Eu tinha planos de colocar outro micro no quarto deles, mas desisti porque é mais fácil controlar o uso no escritório’, diz. ‘Eles só entram na internet com minha autorização e não permito o uso de fone de ouvido. Toda conversa pela web é por caixa de som.’ Adriana também contratou um técnico para instalar bloqueios de acesso e tentar evitar o inevitável quando viu Victor e um colega ‘procurando sites de mulher pelada’. O menino, até onde se sabe, ocupa seu tempo de internet com jogos on-line e baixando músicas, ao passo que sua irmã prefere bater papo com as amigas pelo MSN. ‘No Brasil é cada vez maior o número de usuárias meninas, que buscam principalmente os softwares de comunicação’, diz Alexandre Magalhães, coordenador de análise do Ibope, que faz constantes pesquisas sobre o uso da internet e utiliza os dados da americana NetRatings para estudos comparativos. Deles se depreende (veja quadro) que cada vez mais crianças brasileiras entre 2 e 11 anos acessam a web e que elas já passam mais tempo conectadas do que americanos da mesma idade – embora aí entrem variáveis como conexão mais lenta e a conhecida disposição nacional para jogar conversa fora. Outra pesquisa, da Millward Brown, também do grupo Ibope, com crianças paulistanas e cariocas de 8 a 12 anos, confirma o que os pais vêem todo dia em casa: 67% preferem a internet à televisão. Aliás, lembram-se dos tempos em que se falava mal da influência da televisão? Dos videogames? Até das histórias em quadrinhos? Pois é, toda geração vê males rondando os filhos. No caso da internet, o princípio é o mesmo, mas a realidade não permite que tolerância se confunda com indiferença. Os portais para o mundo virtual, que escancaram a sua casa, exigem vigilância. Aos pais que se sentem incomodados com o papel, sugere-se trocar a denominação: em lugar de vigias, intitulem-se guardiães, honestos aliados do lado bom da força.’
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
Abaixo a tesoura
‘O governo recuou de uma iniciativa que ameaçava a liberdade de expressão no Brasil. Graças à pressão da imprensa, das emissoras, de partidos políticos e de artistas, o Ministério da Justiça baixou um novo conjunto de normas para a classificação indicativa da televisão, em substituição a uma portaria lançada em fevereiro passado com inequívoco viés autoritário. Se tivesse prevalecido, a portaria agora cancelada poderia reintroduzir no país um mecanismo equivalente à censura prévia dos tempos da ditadura militar. Para definir em que horário uma novela ou filme deveriam ser exibidos, as redes teriam de submetê-los ao crivo dos burocratas do Departamento de Justiça e Classificação antes de levá-los ao ar. Em certos casos, é verdade, poderiam até ser dispensadas desse procedimento – mas, também para isso, dependeriam de autorização prévia. A nova regra abole essa aberração. As redes terão autonomia para decidir se um programa é mais adequado para exibição depois das 8 (a faixa para maiores de 12 anos) ou das 9 da noite (a dos 14 anos), e assim por diante. A recente portaria nº 1220 sepulta ainda um dispositivo que abria caminho para o governo monitorar o conteúdo dos telejornais. Esse entulho antidemocrático – à altura das investidas do ditador Hugo Chávez contra as redes de TV venezuelanas – foi trocado pela menção explícita de que o noticiário está livre de controle.
A classificação indicativa, em si, é uma prática legítima. Ela tem a função de fornecer informações sobre a presença de temas como sexo, violência e drogas na programação, para que os pais possam deliberar sobre aquilo que seus filhos podem ou não ver na TV. Deve-se estar atento, contudo, para as supostas boas intenções do governo petista nessa área. Boa parte de seus integrantes volta e meia expressa o anseio de coexistir apenas com os jornais, revistas e emissoras dóceis ao poder (e ao dinheiro que dele emana). Anseio, aliás, que quase resultou na criação de uma excrescência chamada Conselho Federal de Jornalismo, idealizada tão-somente para intimidar a imprensa. Da forma como está redigida, a nova portaria não é outro cavalo-de-tróia em cujo bojo se escondem dispositivos stalinistas. Mas, como leis são sempre interpretadas e levadas a cabo por pessoas designadas para esse fim, nas mãos de um comissário com DNA comunista até um texto correto pode servir a objetivos questionáveis. Faz-se essa observação porque o grande defensor da portaria anterior, o advogado José Eduardo Romão, continua a ocupar o cargo de diretor do Departamento de Classificação. Romão chegou a declarar que o governo passaria a discutir a ‘questão das concessões’ das redes caso elas não se enquadrassem. Ele é adepto de um certo ‘Direito Achado na Rua’, corrente da retroesquerda que questiona o arcabouço legal vigente no país, por seu suposto matiz de classe. Se a sociedade não estivesse alerta, o time de censores e estagiários comandado por Romão teria conquistado um poder de vida e morte sobre a programação da TV.
As redes ainda não se dão por totalmente satisfeitas. Acham que a Portaria nº 1220 traz pontos nebulosos – a forma como se dará o trâmite de autoclassificação dos programas é um exemplo. Mas o que mais as aflige é a espinha dorsal da classificação: a vinculação entre faixas etárias e horários de exibição. Amparado no Estatuto da Criança e do Adolescente, o ministério manteve-se irredutível nesse quesito. E também na obrigatoriedade de obedecer a ele nos estados com fuso diferente (ainda que a nova portaria dê um prazo de seis meses para as emissoras se adaptarem). O questionamento das redes tem sua razão de ser. De fato, a vinculação é uma camisa-de-força que reduz sua autonomia e confere ao estado o poder de influir na programação. Há que reconhecer, entretanto, que as redes estão pagando o preço por terem sido até hoje omissas e incapazes de chegar a um denominador comum em torno da solução ideal: um sistema de auto-regulamentação, como o que já vigora no mercado publicitário. Sem dispor desse filtro, a TV brasileira continuará a ser um prato cheio para os apetites dos comissários revolucionários de plantão.’
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