Enquanto o jornalismo brasileiro vai protegendo os interesses privados e esbofeteando o governo, a Radiobrás vai cumprindo seu papel com uma cara lavada, bem diferente da que ostentava em 1975, quando foi criada.
Bem editadas e transparentes, as matérias que vão ao ar das 19h às 20h em cadeia nacional não poupam erros do aparelho governamental, como o caso da recente reportagem sobre o efeito dos agrotóxicos em São Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. Entidades civis e organizações não-governamentais foram atrás do problema, encomendaram análises e conseguiram provar que o laudo assinado pelo agrônomo do Ministério da Agricultura está errado e que, sim, São Lucas do Rio Verde está sofrendo com o excesso de agrotóxicos. Vai mais fundo a repórter e encerra a matéria falando da importância da sociedade civil para desmascarar erros, engodos políticos e laudos falsos que visam proteger interesses privados e internacionais.
Diferença
Com uma linguagem simples, o programa aborda aspectos da cultura popular de todos os estados do Brasil, faz trabalho pedagógico e presta serviço jornalístico à sociedade muito melhor do que o comprometido jornalismo das empresas privadas.
O jornalismo da Radiobrás talvez faça diferença nas eleições [ver nesta seção o texto ‘Protocolo anuncia critérios para a cobertura’]. É hoje uma fresta para o cidadão que deseja ouvir a notícia quase cristalina, a mais cristalina que se pode ter na ditadura empresarial que tomou conta do planeta. A guerrilha marqueteira já começou, atingirá gregos e troianos, mas talvez venha do jornalismo voltado para o cidadão o resultado das eleições.
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Jornalista