‘Durante algum tempo na tarde desta quinta-feira, o iG relaxou. O redator deve ter se encantado com a idéia e sapecou o trocadilho: ‘Cai o Júnior’, sobre a saída do técnico palmeirense Caio Júnior. Este já deve ter tido que agüentar a graça algumas vezes na vida. A piada não ficou muito tempo no ar, sendo logo substituída por um tratamento ‘mais objetivo’. Veio quase um anagrama no lugar: ‘Caio Jr. cai’. Só falta agora ‘Cai Caio Jr.’
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Foco nos serviços (5/12/07)
Houve uma época, não muito distante no tempo, em que o grande problema do iG eram os problemas de correio eletrônico. O serviço era muito lento, às vezes inacessível, havia perda de lista de endereços e até das próprias caixas de correios.
Com a migração recente dos milhões de e-mails do iG para outra plataforma, operada pelo Google, pouco a pouco a situação vem sendo controlada, embora ainda seja alto o índice dos que apontam falhas: 20% de todas as pessoas que procurararm o ombudsman em novembro. Foi de 30% em agosto. Na época mais crítica, em julho, mais de 47% das reclamações sobre os produtos do iG eram a respeito de e-mail. Hoje, esse índice é de 25%.
Ao mesmo tempo, porém, mantêm-se em número elevado as manifestações relativas a mau atendimento do iG como um todo. Logo atrás dos problemas com correio eletrônico, vêm manifestações sobre atendimento, demora na solução das solicitações dos clientes e de cobrança indevida por serviços não fornecidos ou mesmo não solicitados.
A situação de crise aguda parece ter sido substituída pela administração de um estado de insuficiência crônica. Não é tão grave, mas ainda há muito a avançar em investimentos de infra-estrutura e pessoal para que se possa evoluir para uma situação mais aceitável em termos de satisfação para os clientes. Esse será o grande desafio dos próximos meses.
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Conta cliques (4/12/07)
Nesta semana, como informa o ‘nytimes.com’, três jornalistas do blog de fofocas da mídia nova-iorquina ‘Gawker’ demitiram-se. Afora o fato de que a saída foi noticiada primeiro no próprio ‘Gawker’ (cuja tradução pode ser ‘estúpido’), chama a atenção o fato de que entre as razões alegadas para a demissão está a adoção de um novo sistema de pagamento no blog chamado de page-view pay system.
Ou seja, cada jornalista é pago por um método que conta o número de cliques gerados por seus postais e o remunera em proporção. Ganha mais quem produzir posts que gerem mais cliques e não quem simplesmente produzir mais posts. Acusa-se esse sistema de jogar um redator contra o outro. O método favorece uma certa obsessão, pois todos prestam a atenção o tempo todo em quem está lendo o quê. Nesse método, o foco passa a apontar para o sensacionalismo, num cenário de domínio imediato (sem mediação) do mercado, inclusive com o incentivo a todo tipo de bizarrices, pulsões e perversões.
É preciso, portanto, parar para pensar. No jornalismo virtual falta hoje e vai faltar cada vez mais a edição. Falta gente tomando decisões conscientes acerca do que é correto fazer diante da avalanche de informações. A ética do virtual é o conteúdo mais escasso e mais necessário diante da mutação em curso.
E para quem pensa que o assunto está distante no tempo, todos os veículos importantes de internet no Brasil estão guiados por uma ferramenta chamada ‘conta cliques’. Ela ainda não representa dinheiro diretamente, mas isso é o de menos.’