‘Israel vinha negociando há meses com o Hezbollah, e o leitor do iG não sabia. A troca de presos e de corpos surpreendeu os jornalistas especializados e parece coisa de outro mundo, a julgar pelo tom que comanda o noticiário a respeito do Oriente Médio.
Da mesma maneira, a iminência de negociações entre Irã e Estados Unidos já leva à admissão oficial pela Casa Branca de que poderá ser reaberta uma embaixada em Teerã. O sentido das notícias nos últimos meses e anos era exatamente o inverso.
Os comentaristas do iG lamentam o acordo, ninguém antecipou esses movimentos. O problema é o mesmo da imprensa do mundo inteiro. Poucos dão atenção ou têm informações da diplomacia. Por que será que analistas e repóreteres são tão seguros em defender e noticiar a guerra do passado, e tão desprovidos de informação e autonomia para detectar o entendimento em gestação sigilosa?
Há quinze dias, as especulações eram de um possível ataque de Israel a instalação nuclear iraniana. Os colunistas estavam mais preocupados em atiçar o golpe ou invasão no Zimbábue e, se possível, também no Sudão. Enquanto isso, os israelenses se entendiam com o Hezbollah e os americanos podem estar à beira de entrar em acordo com Ahmadinejad, que até agora era tratado como a cabeça do eixo do mal. O jornalismo de assuntos internacionais, especialmente os analistas, deveria dar boas explicações sobre tanta falta de informações.
Continuam problemas graves de tradução do NYT (18/7/08)
Prosseguem os desagradáveis problemas de tradução nos textos do ´The New York Times` publicados pelo iG. Uma tradução publicada hoje com destaque na página de Mundo inverte a informação presente no original.
A reportagem original de Jim Rotenburg afirma que existem preocupações entre os partidários do republicano John McCain de que os veículos jornalísticos dos EUA estejam beneficiando o democrata Barack Obama, ou seja, de que a cobertura não esteja sendo equilibrada e equidistante.
Pois o texto do iG afirma que os republicanos (favoráveis a McCain) ´acreditam que a mídia está sendo imparcial na cobertura dos candidatos´. O texto do original em inglês, retirado do site do NYT, é o seguinte: ´But the coverage also feeds into concerns in Mr. McCain’s campaign, and among Republicans in general, that the news media are imbalanced in their coverage of the candidates´. Ou seja, o iG publicou exatemente o inverso do que afirma o original.
Uma leitura atenta do texto publicado em português permite perceber o erro, o que não diminui o problema, que já foi apontado por esse ombudsman no passado em mais de uma ocasião.
Ainda sobre o debate (18/7/08)
A internauta Elenice Semini sobre o debate realizado ontem no iG:
´A Equipe iG merece cumprimentos e parabéns. A iniciativa do debate foi uma importante contribuição do iG para aperfeiçoamento da democracia, contribuição à cidadania e oportunidade para os candidatos à Prefeitura de São Paulo apresentaram-se nesta pioneira realização, que possibilitou contato com o eleitor-internauta.
A cidade de São Paulo sendo a terceira maior cidade do mundo tem inúmeros problemas e meu desencanto com debates é que os candidatos preparam-se para responder as perguntas e escorregam como sabonete, ontem não foi diferente.
Não houve menção à sujeira da cidade. Uma cidade como São Paulo deve ser mais limpa, é questão de saúde pública. A saúde e educação são outros problemas que parecem insolúveis, e não houve um aprofundamento sobre estes temas.
O blogueiro Sakamoto fez uma excelente observação no seu blog: ´Como os candidatos podem reslover a situação dos imigrantes ilegais escravizados (principalmente os bolivianos) em São Paulo? As denuncias de propinas nas subprefeituras são antigas? O que fazer para eliminar este foco de corrupção? Queria saber sobre as multas aplicadas pelos marronzinhos e suas atribuições?`
Se houver segundo turno haverá novo debate? Foi feito um compromisso ontem?
Acho que o iG deve explorar ao máximo o debate. Por exemplo, que os blogueiros escrevam sobre a participação dos candidatos.
Resumindo: o debate foi morno. É o primeiro, mas os candidatos poderiam responder questões mais complexas, com maior profundidade, para o leitor sentir segurança´.
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Mesmice (17/7/08)
O internauta Pedro Nogueira sobre o debate:
´Foi interessante, apesar de poucos candidatos saírem da mesmice´.
Debate: o internauta fala (17/7/08)
A internauta Karina Padial mandou o seguinte relato sobre o debate realizado hoje:
´A iniciativa do iG é totalmente válida não só pelo fato de ser o primeiro debate realizado pela Internet, mas por disponibilizar ao cidadão brasileiro mais uma forma (dentre as poucas que se tem) de entrar em contato com os seus representantes.
Infelizmente, na nossa sofrida democracia, acompanhar de perto as propostas, a evolução e o comportamento dos políticos é algo raro que só existe quando esta só existe quando estampam as páginas policiais dos jornais.
Como não poderia deixar de ser, assim como na televisão, os candidatos se portaram de maneira cínica com respostas e perguntas totalmente preparadas por seus assessores que os enchem de números. Mesmo assim, acredito que é através dos debates que conhecemos um pouco mais as propostas dos candidatos.
Uma das vantagens de ser realizado na Internet são os chats, nos quais podemos discutir com outros internautas nossos pontos de vista e enviar perguntas ao moderador.
Espero que iniciativas como essas se proliferem para que a população se informe e que vote de maneira consciente´.
Debate agora: um começo, com problemas no final (17/7/08)
O debate acabou, ou melhor, não acabou. Nos dois computadores em que acompanhei, a transmissão foi interrompida exatamente às 16h41. Podem ser problemas da companhia telefônica.
Mas foi uma excelente experiência, totalmente defensável. Importante que ela seja avaliada pelos internautas e eleitores, que são os maiores interessados. O iG inscreve-se como um veículo relevante no debate eleitoral. Resta agora fazer jus, no trabalho do dia-a-dia, a esse papel que o iG tanto almejou.
Debate agora: eleitoral, mas sem política? (17/7/08)
Incrível a ausência, até neste último bloco, de perguntas e debates sobre questões políticas. As divergências de Kassab com os tucanos não estão sendo levantadas. O papel do governador José Serra é ignorado. Os problemas de Maluf com a Justiça também não. As propostas socialistas de Ivan Valente não vêm à tona, nem suas críticas ao governo Lula e aos petistas.
Trata-se da eleição para a prefeitura da maior cidade do país e isso tem muita importância política. O debate não toca até agora em irregularidades administrativas, corrupção, nem na transformação de cargos executivos como trampolim para enriquecimento ilícito e balcão de negócios. Será que isso não faz parte do panorama em São Paulo?’