VENEZUELA
Chávez multa TV em US$ 3 bi
‘A TV venezuelana Globovisión, que nas últimas semanas tem sendo ameaçada pelo presidente Hugo Chávez, recebeu em menos de 24 horas a notificação de duas multas que podem chegar a mais de US$ 3,1 milhões. ‘Esse é um ato de terrorismo judicial, fiscal e governamental’, disse o diretor da TV, Alberto Ravell, ao receber a segunda multa, no valor de US$ 2,4 milhões, do Seniat, o órgão da receita venezuelana.
Horas depois, o diretor da Comissão de Telecomunicações (Conatel), Diosdado Cabello, pediu a abertura de um processo penal contra a Globovisión e anunciou que será feita uma reforma na lei de telecomunicações venezuelana para adaptá-la à ‘revolução’ e aumentar o controle do governo sobre as TVs a cabo. ‘Essa lei precisa ser modificada para adaptar-se aos tempos do socialismo’, afirmou.
Segundo o Seniat, a Globovisión foi multada por sonegar impostos sobre mensagens institucionais vinculadas durante a greve geral organizada pela oposição para desestabilizar Chávez, entre 2002 e 2003. Horas antes de receber a visita dos fiscais da receita, a TV havia sido informada pelo Tribunal Supremo de Justiça venezuelano que ainda será sancionada pelo uso não autorizado de antenas de transmissão ao vivo também em 2003. O valor exato dessa multa não foi divulgado, mas pode ultrapassar os US$ 700 mil.
No dia 29, Chávez exigiu que ministros e outras autoridades venezuelanas ‘tomassem atitudes’ firmes contra as TVs e rádios opositoras e ameaçou de demissão aqueles que não seguissem tais instruções. ‘Que renunciem para serem substituídos por gente de coragem’, afirmou o presidente. ‘Se eles não fizerem o que precisa ser feito, eu terei de agir.’
Além disso, na quinta-feira, a promotoria venezuelana indiciou o dono da Globovisión, Guillermo Zuloaga, por um crime definido como ‘usura genérica’, que estaria relacionado a irregularidades na compra de 24 carros de luxo encontrados em sua propriedade no dia 21 (ele é dono de uma concessionária). Zuloaga também está sendo investigado por ‘crimes ambientais’, porque mantinha, em sua casa, em Caracas, corpos de animais empalhados – seus troféus de caça.
‘Aqui (na Venezuela) há quem acredite que o melhor salvo-conduto que pode ter um delinquente é adquirir um meio de comunicação. Isso seria a garantia de que ninguém tocará nele’, acusou Cabello.
No mês passado, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, acusou a Globovisión de ‘terrorismo midiático’, por ter divulgado a intensidade do terremoto que abalou Caracas no dia 4 com base em informações do Serviço Geológico dos EUA e não de autoridades venezuelanas. Segundo a Conatel, que já abriu três processos contra a Globovisión desde o início do ano, por esta falta a emissora pode ser tirada do ar por 72 horas.
CASO RCTV
Em maio de 2007, o governo recusou-se a renovar a concessão da opositora RCTV, que estava no ar havia 53 anos e era a emissora mais popular do país. Chávez acusou o diretor da TV, Marcel Granier, de ter participado da fracassada tentativa de golpe de 2002.’
PROPAGANDA & MARKETING
‘Butiques de planejamento’ buscam mudança de conceitos
‘Para entender um tipo de prestação de serviço que ganha espaço na área de marketing das empresas – oferecido por espécies de ‘butiques de planejamento’, contratadas por projeto -, é preciso aceitar que cresce a necessidade de novas ideias sob medida para fazer as mensagens publicitárias chegarem ao consumidor. É uma situação provocada principalmente pelo excesso de informações e conteúdos da era digital.
Se, por um lado, as estruturas conhecidas das agências de propaganda tendem a oferecer pacotes que envolvam os anunciantes em várias atividades de suas redes de serviços, por outro, os pequenos escritórios focados em inovação, com operação enxuta, abrem espaço propondo ações exclusivas.
‘Há bem pouco tempo, tudo era diferente no mundo das marcas. O ritmo era mais lento na vida do consumidor e ele era apenas um receptor de mensagens. Trabalhar com marcas era mais simples: a gente estudava o ?target?, entendia quais necessidades poderia preencher e criava uma estratégia de posicionamento, benefícios e valores que iria durar por um período e dar origem a uma campanha publicitária nos meios tradicionais’, diz a publicitária Mariane Maciel, da equipe da agência CO.R, criada nesses novos padrões pela profissional da área de planejamento Rita Almeida.
A CO.R não faz anúncios, eventos ou qualquer outra peça de comunicação tradicional. Desenvolve propostas a partir do cruzamento de informações levantadas em pesquisas e estudos do universo do cliente, sugerindo um caminho inovador.
A trilha escolhida por Rita para vender seu trabalho não difere da opção apresentada ao mercado por outras duas planejadoras com mais de 20 anos de estrada, Denise Bayeux e Cecília Novaes. Ao começarem a empresa Arte da Marca, resolveram oferecer projetos personalizados de pesquisa e arquitetura de marca. ‘Percebemos que havia demanda para interpretar o negócio do cliente e achar necessidades que pudessem inspirar suas campanhas de comunicação com o mercado’, diz Cecília.
Um exemplo que ela gosta de contar sobre a atividade de planejamento, que ganhou relevância dentro das agências há pouco mais de dez anos, é o trabalho do qual participou para tornar a marca de amaciante de roupas Mon Bijoux uma concorrente efetiva da líder Comfort.
‘As pesquisas indicavam que os atributos de produto eram iguais entre ambos, mas o Comfort oferecia uma promessa de maciez que impregnou o inconsciente do consumidor’, lembra Cecília. ‘Durante o processo de avaliação, levantamos que o perfume era um canal inexplorado na categoria. Partimos então para uma campanha cujo jingle pegou: me aperta, me cheira, me chama de Mon Bijoux. A disputa das marcas se equilibrou, o que parecia impossível.’
Com o consumidor sendo bombardeado por propostas em diferentes meios e que se renovam em um ritmo acelerado, surgiu uma nova demanda para os profissionais que se dedicam à gestão de marcas. ‘É preciso construir uma estratégia, mas logo em seguida atualizá-la, reformá-la e, às vezes, desconstruí-la para inovar em seguida. Para falar a verdade, todo mundo ainda está aprendendo a operar assim’, diz Mariane, da CO.R.
A dona da empresa Rita, que passou por agências renomadas como AlmapBBDO, Loducca e Talent, enxergou a oportunidade de negócio e, em dois anos de existência, a CO.R já realizou 60 projetos. ‘A proposta é partir do zero para poder renovar os conceitos existentes e a forma com que a empresa se relacionar com os seus consumidores’, diz Rita.
Foi assim que surgiram projetos como, por exemplo, achar a melhor forma de processar a transição da marca de telefonia BrT para a Oi, nas regiões Sul e Centro-Oeste. Depois de dois meses viajando pelas áreas onde a mudança de marca se daria, a CO.R levantou os valores que precisariam ser mantidos, assim como detectou as cinco cidades que, pela forte influência que exercem, poderiam abrir as portas de toda a região para a marca Oi, que comprou a BrT.’
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‘As agências brasileiras que mais inscreveram peças nas disputas da 56ª edição do Festival Internacional de Publicidade de Cannes, que acontece entre 20 e 27 de junho na costa francesa, foram AlmapBBDO e DM9DDB, com 155 trabalhos cada uma. Elas se inspiraram na boa safra de prêmios em outros eventos do meio publicitário, que antecedem Cannes – o maior e mais badalado festival do gênero -, e não arrefeceram o ânimo mesmo com a crise global, garantindo suas habituais participações.
O acompanhamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo a partir de 2001, desde que assumiu a representação oficial do Festival no Brasil, mostra ainda a permanência do País entre os três maiores participantes, atrás apenas dos EUA e da Alemanha. Nesse mesmo período, a Índia cresceu em presença e agora já surge em quinto lugar no total de inscrições. Fora isso, entre os dez mais estão Inglaterra, Espanha, Canadá, Austrália, França e Japão.
Do Brasil, há 150 empresas na competição. Como ocorreu com outros países, aqui também houve queda do total de peças inscritas em função da retração econômica. Foram 1.519 trabalhos, 38% menos do que em 2008. Serão 11 júris selecionando o que melhor se produziu em comunicação no último ano.
Este ano, três anunciantes se inscreveram diretamente na organização do festival. O Sport Club Corinthians Paulista que concorre com um trabalho na categoria que escolhe as melhores ações promocionais. A Secretaria de Relações Públicas do Senado Federal e a TV Globo inscreveram ações em uma categoria nova que julgará trabalhos de comunicação corporativa ou Relações Públicas. O Brasil surpreende e lidera em âmbito mundial a categoria Design, com 15% dos trabalhos concorrentes.’
TELEVISÃO
A Fazenda Twitter: Diretor do BBB detona reality da Record
‘O reality show A Fazenda, da Record, virou alvo na internet do diretor Boninho, comandante do Big Brother Brasil, da Globo. Na estreia do reality da concorrência, Boninho ficou online, ao mesmo tempo em que o programa estava no ar, detonando a atração em seu twitter.
Em seus comentários na web – divertidos, por sinal -, Boninho disse que o reality estava ‘arrastado e chato’. Depois, insinuou que a plateia de A Fazenda tinha os mesmos figurantes da do BBB e zombou da chuva que caiu na estreia da atração.
‘Esqueceram o toldo da festa! Será que acabou a verba???’, escreveu Boninho.
O diretor também não poupou a trilha sonora e o apresentador. ‘Voltou o Bee Gees… Qual é o SMS pra eliminar a música?’, disparou. ‘Sem personalidade! Britto Jr. tenta de tudo para ser comparado ao Pedro Bial.’ As críticas cessaram após ele anunciar ter levado um pito de ‘Monica’, no caso, Monica Albuquerque, da assessoria da Globo.
À coluna, Monica disse que falou com Boninho como pessoa física, não como Globo, e que não ‘puxou a orelha dele’, coisa que a rede também não faz, pois crê na liberdade de expressão.
Fim de férias
Eis Ana Paula Padrão em sua primeira reportagem para o Jornal da Record. A jornalista visitou Recife, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e Pará, em uma série especial relatando problemas sociais e respectivas soluções em cada um desses Estados. A estreia de Ana Paula na bancada do JR está marcada para o dia 29.
Entre-linhas
Jayme Monjardim está gravando cenas além do script em Viver a Vida, próxima trama das 9 da Globo. Em gravação na Jordânia, o diretor colocou Alinne Moraes para dançar balé em cima de uma pedra.
Ainda em Viver a Vida, Thiago Lacerda terá uma pitada de Indiana Jones e Brad Pitt – no filme Babel – no visual de seu personagem, Bruno.
Thiago Lacerda, por sinal, virou atração em Israel, por conta do sucesso de Matteo, de Terra Nostra, e de Páginas da Vida, que está no ar por lá.
A ordem para atrizes e produtoras da Globo que gravam na Jordânia é: ‘Nada de roupas curtas nem decote.’ Todas foram avisadas que os árabes sequestram mulheres.
Para promover sua próxima novela, adaptação de Íris Abravanel para Vende-se um Véu de Noiva, de Janete Clair, o SBT realizará edição do SBT Repórter dedicado à obra da novelista, nesta quarta-feira.
Dois dos convidados a dar seu depoimento ao SBT Repórter sobre Janete Clair tiveram de declinar: a roteirista Renata Dias Gomes, filha da novelista, por ser contratada da Record, e Mauro Alencar, doutor em telenovelas pela USP, que é contratado da Globo.
E essa foi a segunda recusa de Mauro Alencar e Renata Dias Gomes ao SBT: ambos foram convidados antes, pelo próprio Silvio Santos, a trocar de canal, justamente para trabalhar por Vende-se um Véu de Noiva.’
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